De hobby a profissão, o ator e criador de conteúdo Zachery Renauldo conquistou milhões de visualizações no TikTok ao dar vida a personagens e histórias inspiradas em Dungeons & Dragons, um clássico dos jogos de RPG de mesa. Com uma abordagem única que mistura humor, narrativa cinematográfica e improviso, ele se tornou referência ao tornar o universo nerd mais acessível e divertido. Além do sucesso online, Zachery também se destaca na atuação com participações em produções como Blackout e Manifestation, e promete expandir seus projetos para formatos de maior produção, unindo as paixões por interpretar e contar histórias.
Zach, você se tornou uma sensação no TikTok com seu conteúdo sobre Dungeons & Dragons. Como foi a reação quando seus vídeos começaram a alcançar milhões de visualizações? O que mais te surpreendeu nessa jornada viral?
Sinceramente, achei que fosse um golpe de sorte! Aquele primeiro vídeo de Dungeons & Dragons foi baseado em uma tendência do TikTok e eu pensei: “Bom, às vezes as pessoas viralizam, vai acontecer.” Mas aí fiz outro vídeo — e também foi muito bem. Depois mais um. E, bem, o resto é história.
Se alguém tivesse me dito há dois anos que eu estaria me sustentando com algo que eu considerava apenas um hobby, eu teria ficado chocado. Ainda me lembro de acordar um dia e perceber que meu trabalho em tempo integral era criar conteúdo sobre as coisas nerds que eu amo. Foi um momento surreal.
Muitas pessoas já jogaram D&D, mas você conseguiu transformar isso em algo único nas redes sociais. O que você acha que torna seu estilo de jogo tão cativante para o público?
Acho que muitos criadores se apoiam nos clichês comuns de Dungeons & Dragons — coisas como “Eu lanço Bola de Fogo” ou “O bardo seduz o dragão”. Mas, para mim, isso perde o verdadeiro coração do que os jogos de RPG de mesa realmente são: contar histórias de forma colaborativa.
Com minha formação em cinema, eu me concentro em contar histórias exageradas e ao mesmo tempo relacionáveis, baseadas em como realmente é estar em volta de uma mesa com seus amigos rolando dados. Acho que esse senso de conexão é o que ressoa. Seja alguém que está jogando ativamente agora ou apenas se lembrando do seu antigo grupo, as pessoas assistem meu conteúdo e dizem: “Sim, é exatamente assim mesmo.”
Você mencionou que o diálogo interno é uma parte importante do seu conteúdo. Pode nos contar mais sobre como jogar D&D permite que você se conecte com esse lado mais criativo e improvisado?
Uma das minhas partes favoritas dos TTRPGs é ver um novo jogador ter aquele “clique” — o momento em que o mundo faz sentido para ele. Já vi isso acontecer das maneiras mais engraçadas: como um jogador jogando uma pedra em um dragão pacífico e sendo incinerado, ou descobrindo um berçário escondido em um acampamento goblin. Existe essa faísca, esse despertar, em que as pessoas acessam uma parte da imaginação que não usavam desde a infância.
Sempre tive uma imaginação hiperativa, e colocar essas ideias no papel leva tempo. Mas quando consigo reunir alguns amigos e dizer: “Vamos jogar um faroeste de fantasia onde montamos dragões em vez de cavalos”, e todos topam na hora — é uma sensação incrível. É como dar vida aos cantinhos mais malucos da minha mente e ter pessoas que embarcam junto.
Além de ser uma estrela do TikTok, você também é ator e já participou de projetos como “Blackout” e “Manifestation”. Como esses dois aspectos da sua carreira se conectam e se influenciam?
Originalmente, me mudei para Los Angeles para ser ator. Passei pelo processo — fazer testes, não receber resposta, repetir tudo. Só durante a greve dos roteiristas de 2023 que finalmente disse: “Cansei de esperar por permissão,” e comecei a criar meu próprio conteúdo.
Mesmo tendo me afastado da atuação tradicional, mantive vivos meus instintos de contador de histórias — interpretando quatro personagens diferentes em um vídeo, cada um com sua própria voz e personalidade. Em algum momento, quero elevar isso e criar esquetes com produção maior, onde esses dois mundos — atuação e criação de conteúdo — realmente se unem.
Você fez uma ativação especial na San Diego Comic Con com nomes como Johnny Stanton e Bran Cutler. O que isso significou para você e o público pode esperar mais dessa colaboração?
Foi incrível! Johnny é um grande amigo meu, e estar no palco da SDCC com ele e o Bran foi uma experiência surreal. Desde então, fiz colaborações com Critical Role, MoistCr1TiKaL e alguns canais de Magic: The Gathering. E sim, com certeza vem mais por aí!
Nas suas redes sociais, você é conhecido por tornar D&D mais acessível e divertido. Que dicas você daria para alguém que está começando no jogo para tornar tudo mais fácil e prazeroso?
A melhor parte de ser Mestre de Jogo é que você pode construir um mundo e contar uma história com seus amigos. Meu maior conselho? Crie um mundo que você esteja empolgado. Não se preocupe com o que ele “deveria” ser. Se você for apaixonado pelo seu cenário — seja fantasia clássica, caubóis espaciais ou algo totalmente maluco — seus amigos vão captar essa energia e ajudar a dar vida a tudo.
Quando não está criando conteúdo ou atuando, você ainda encontra tempo para jogar Dungeons & Dragons com amigos. Como essas sessões impactam sua criatividade e bem-estar fora do trabalho?
Eu jogo muito Dungeons & Dragons — mais de cinco jogos por semana. Eu mestro um e participo dos outros quatro. Esses jogos são essenciais tanto para minha criatividade quanto para evitar o burnout. Ser jogador e ser Mestre de Jogo alimenta partes diferentes do meu cérebro.
Quando sou jogador, posso relaxar e notar os pequenos detalhes — é como ser passageiro de um carro depois de sempre ser o motorista. Você começa a perceber coisas no caminho que nunca tinha notado, mesmo numa rota conhecida. Essa mudança de perspectiva me ajuda a trazer mais profundidade para os jogos que eu mestro.
Como Mestre de Jogo, levo as coisas mais a sério. Tenho o sonho de criar uma série em estilo actual play — como um drama de rádio com alta produção — e quero ser o tipo de contador de histórias que está pronto quando essa oportunidade surgir. Ser DM é absolutamente divertido, mas também é um ofício que estou sempre aprimorando, com a esperança de um dia contar grandes e lindas histórias em frente às câmeras — com meus amigos ao meu lado.
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