Reyves Lorenzoni promove viagem entre reinos no livro “Em Busca da Coroa”

Luca Moreira
11 Min Read
Reyves Lorenzoni Batista (Foto: Divulgação)

O jovem Rubyo Hant, um bastardo pobre, nunca imaginou que um dia seria chamado de rei. Único herdeiro do reino de Minalkar, cresceu refugiado em um reino inimigo após o ataque dos orcs que resultou na morte de seu pai, o rei Edmund VI. Apesar de não ter acreditado em sua possibilidade de coroação, os minalkarianos depositavam todas as esperanças em seu retorno e na recuperação de suas terras.

Em Em Busca da Coroa, primeiro volume da trilogia O Jogo do Rei de Reyves Lorenzoni, Rubyo fará de tudo para encontrar o anel que prova a legitimidade de sua coroação. Sua missão o levará de volta ao lugar onde nasceu, mas ele é capturado pelas tropas inimigas e enfrenta o rei dos orcs, Inak Trodar. Traído por um espião infiltrado em seu grupo, Rubyo é aprisionado pela rainha de Alferius, sua ex-madrasta, que o vê como um símbolo da traição do marido. Depois de anos na prisão, um antigo mestre oferece a Rubyo um plano para recuperar seu reino.

Com ilustrações e mapa detalhado, Em Busca da Coroa oferece aos leitores uma experiência literária rica e envolvente. Reyves Lorenzoni enriquece ainda mais a história com detalhes dos personagens em suas redes sociais, explicando como cada um contribui para a trama.

Reyves Lorenzoni é um médico cardiologista de Taubaté (SP), cidade que abrigou grandes ficcionistas como Monteiro Lobato e Mazzaropi. Ele se considera um dos maiores fãs de Final Fantasy e adora tocar música, tirar fotos e fazer churrasco com sua esposa, filha e cachorrinha.

Promovendo uma verdadeira viagem entre reinos, o seu novo livro “Em Busca da Coroa”, conta a história de Rubyo Hant, que por ser um bastardo pobre, acabou refugiado em um reino inimigo, mesmo sendo o único herdeiro do reino de Minalkar. Poderia contar um pouco sobre como partiu a ideia de desenvolver essa narrativa?

Quando comecei a escrever a história desse livro, estava passando por um momento pessoal e profissional bastante complicado, pois era bem o ápice da Covid-19. Como sou médico emergencista, estava perdendo pacientes todos os dias, e a escrita desse livro foi, acima de tudo, uma espécie de terapia para mim. Para que isso funcionasse, a base da história tinha que ser de superação, de alguém com poucos recursos para lutar, mas com um motivo nobre que não o deixasse desistir.

A sua escrita recorda muito algumas histórias épicas, tais como “Prince Caspian” (Lewis, CS), entre outros que falam sobre reinados. Escrever uma narrativa que ao mesmo tempo mexe com as histórias reais da era medieval e ao mesmo tempo une elementos de ficção para conseguir manter o leitor ativo na história, se torna uma tarefa difícil?

Acho que se torna mais fácil. Utilizar elementos que existem no mundo real poupa várias páginas que explicariam conceitos e situações, por exemplo, o que te sobra mais tempo para descrever a parte fantasiosa, como o sistema de magias, por exemplo, e os seres fantásticos presentes na própria mitologia da obra.

Na história, por ser filho do falecido Rei Edmund VI, Rubyo Hant era dado como a maior aposta em que o povo depositava suas esperanças para que um dia recuperasse o seu reino, e munido de sua força, ele faz de tudo para devolver as terras para sua nação. Como foi pensado o desenvolvimento desse personagem e como funcionou o seu processo criativo para a história?

Desde o começo eu queria que Rubyo convivesse com um sentimento dividido entre seus próprios desejos e seus deveres como herdeiro do reino, e pra isso, era importante salientar que ele nunca quis ser um rei, mas essa responsabilidade acabou caindo em seu colo. Não houve nenhum processo criativo específico, pois esse livro não foi roteirizado. Eu parti dessa premissa e saí escrevendo, seguindo uma técnica conhecida como “Escritor Jardineiro”, descrito pelo próprio George R.R. Martin (autor de Game of Thrones).

Um dos grandes utilizados para marcar a história, é justamente o “climax”, aquele que seria o momento mais intenso da narrativa. No meio da jornada, Rubyo Hant, parte em busca de um anel que provaria a legitimidade de seu coração, porém, ele é capturado por tropas inimigas. Em sua opinião de autor, qual foi o principal momento que te marcou ao escrever essa história?

Tentando fugir de spoilers, vou dizer que é o final da luta entre Rubyo e o algoz de seu pai. Eu não tinha planejado os eventos que se seguiriam logo após essa cena, e acabou que foi tão impactante pra mim, que depois de escrevê-la, só voltei para o livro após umas duas semanas.

Reyves Lorenzoni Batista (Foto: Divulgação)

O seu livro acaba realmente passando por vários momentos memoráveis, inclusive o famoso “plost twist”, onde um de seus amigos se revela um espião infiltrado e Rubyo acaba se tornando prisioneiro da rainha de Alferius, que além de ser sua ex-madrasta, também diz que o garoto é o maior símbolo de vergonha da sua vida – a traição do marido. Como foi trabalhado o desenvolvimento desse momento? Você costumava escrever com a cabeça ou já havia pré-desenvolvido um roteiro?

Como dito antes, esse livro não foi roteirizado, logo, fui escrevendo conforme as ideias iam surgindo na minha cabeça. Previamente, eu só tinha a concepção do mundo de Carbium, bem como sua formação religiosa, política e geográfica, então praticamente todos os acontecimentos foram se desenvolvendo aos poucos. Eu queria que Rubyo fosse traído, pois isso faria parte de seu desenvolvimento como pessoa, e mais ainda como um rei, que precisa escolher exatamente em quem confiar. Fora que essa traição teria que ter um preço alto, que acabou sendo sua própria liberdade, e quase sua vida.

Depois de anos que se passaram com ele como prisioneiro, ele não desiste de ajudar o seu povo, e acaba enfrentando uma batalha com outros condenados para embarcar rumo a um novo continente. O grande questionamento acaba sendo se o amor pelo povo e pela família o fará se tornar rei um dia. Já imaginou como você, Reyves Lorenzoni Batista agiria em tal situação?

Provavelmente, minha conduta seria bastante parecida. Não que o Rubyo ou qualquer outro personagem seja autobiográfico, mas os valores que constam nesse livro são exatamente os que eu acredito e que busco viver junto aos meus familiares, amigos e pacientes, principalmente a questão central do livro, que é o Sacrifício.

Em relação ao lançamento de “Em Busca da Coroa”, esse tá sendo o primeiro volume do que virá a ser uma trilogia intitulada “O Jogo do Rei”, e que além da própria história do livro, a experiência é enriquecida com mapas e ilustração, além de imagens dos personagens nas redes sociais. Quais são suas expectativas para as duas continuações e acredita que elas conseguiram superar esse primeiro volume?

Eu particularmente acredito que essa história tende a somente melhorar. A minha ideia original do O Jogo do Rei é a história que contarei no segundo livro da série, prevista para o ano que vem. Todos os acontecimentos desse primeiro livro eram para ser apenas uns quatro ou cinco capítulos de uma obra única, mas a história foi se desenvolvendo e eu não quis ceifar lugares, personagens ou acontecimentos tão marcantes. Com os personagens mais maduros, temas ainda mais profundos poderão ser abordados, e estou bastante ansioso para compartilhar com meus leitores os acontecimentos porvir.

Apesar do livro se tratar de uma história que envolve a gente de uma maneira ficcional, acredita que exista muitas lições na sua obra que possam ser aproveitadas em nossa vida?

Sem dúvidas. Quando comecei a escrever essa história eu queria um refúgio de meus próprios problemas, e não encontrava nada de conteúdo de livros, filmes ou séries que conseguissem me tirar daquele estado em que estava vivendo pela pandemia. Por isso, resolvi escrever minha própria história, e para isso, tinha que ser uma história que valesse a pena ser contada. Antes de qualquer rótulo de Fantasia ou Ficção, a jornada de Rubyo é sobre Família, Amizade, Honra, Dever e, acima de tudo, Sacrifícios por quem se ama.

FICHA TÉCNICA
Trilogia: O jogo do rei
Título: 
Em busca da coroa
Autor: Reyves Lorenzoni Batista
Editora:
 Flyve
Páginas: 
404
ISBN:
 978-65-00-61559-3
Formato: 14x21cm
Preço: R$44,90
Link de venda: FlyveAmazon

Acompanhe no Instagram: O Jogo do Rei e Reyves Lorenzoni

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