Atriz, dubladora, bailarina, professora, arquiteta urbanista, Regina Maria Maia se formou pela Escola de Dança do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, está por trás de diversas vozes de séries e filmes que marcaram a última geração de crianças e adolescentes do Brasil inteiro.
Entre os seus trabalhos mais conhecidos, estão as séries “Stranger Things”, emprestando sua voz para Kali, e “Riverdale”, que também ganhou bastante destaque com a versão brasileira da Joan. Entre o público infantil, tiveram séries como “Hora de Aventura”, como a Cerejinha e a Imperatriz, “A Guarda do Leão” nos canais da Disney, Jéssica Cruz;Lanterna Verde em “DC Super Hero Girls”, e “The Thundermans” na Nicklodeon.
Com o público mais adulto, seu trabalho se destacou em “Orange Is The New Black”, como Sylvia, “Supergirl”, onde faz a Samantha Arias/Régia, “The Good Doctor”, “New Amsterdam”, e o filme “A Grande Muralha”, onde deu voz a Comandante Lin Mae. Confira a entrevista!
Sem dúvida, algumas das séries de maior sucesso que você faz atualmente são “Stranger Things” como a Kali, e “Riverdale” no papel da Joan. Como foi participar desses dois fenômenos?
Primeiramente, gostaria de agradecer pelo convite para participar da entrevista. É um prazer poder falar um pouco sobre alguns dos meus trabalhos de dublagem. Assisti toda a primeira temporada de Stranger Things e adorei! Ainda não tinha noção do sucesso que a série faria mas lembro que me interessei logo, quando descobri que era uma série que retratava os anos oitenta. Eu adoro essa década! Amo os filmes, as músicas …. Quando veio a segunda temporada, e eu dublei a Kali, fiquei muito contente. Gosto do ar misterioso dessa persongem. Vamos ver se ela volta numa próxima temporada! Quem sabe?
Riverdale é uma das séries adolescentes mais bem-sucedidas entre o público brasileiro. Curti bastante dublar a Joan Berkeley. São séries que fazem muito sucesso atualmente e é muito gratificante ver o retorno dos fãs.
Entre o público infantil, você também esteve em “Hora de Aventura”, “A Guarda do Leão” e “The Thundermans” na Nickelodeon. É grande o carinho das crianças por esses personagens?
Em “Hora de Aventura” eu dublo a Cerejinha e a Imperatriz. Em “The Thundermans” eu sou a voz da Maddy e na série “Guarda do Leão” eu dublo a Mbuni. Tenho muito carinho por esses trabalhos e pelo público infantil.
Um trabalho de dublagem que faço atualmente, e pelo qual tenho recebido muito carinho das crianças, é a série “DC Super Hero Girls”. Eu sou a voz da Jessica Cruz/Lanterna Verde. Foi uma grata surpresa ter sido escolhida para fazer o teste e aprovada para ser a voz da Jessica Cruz. Recebo várias mensagens dos fãs.
Em “Orange Is The New Black”, a série que tem a sua voz no papel de Sylvia, contou as aventuras da rotina de um grupo de mulheres encarceradas. Foi interessante a produção desse projeto?
Outro trabalho muito interessante e desafiador. Na verdade, a Sylvia é um papel forte e, de certa forma, foi um desafio. Sair da zona de conforto nos faz crescer, descobrir que somos capazes de dublar personagens que são totalmente diferentes de nós na vida real. A arte de interpretar nos proporciona oportunidades como essas. E isso é maravilhoso.
Apesar de não ter sido a principal, no ano de 2015 tivemos o remake da “Cinderela” pela Disney, onde viveu a Princesa Chelina de Zaragoza. Como foi fazer parte dessa nova versão de um clássico tão ilustre do cinema animado?
Antes preciso dizer que gosto demais do universo Disney. Adoro live actions, animações, desenhos de princesas, etc. Quando o filme da Cinderela chegou para ser dublado, eu fui uma das escolhidas para fazer o teste para o papel da Cinderela. Fiquei bastante feliz por isso. Acabei sendo escolhida como a voz da Princesa Chelina. Achei a produção linda e foi um prazer participar.
Uma série que também faz muito sucesso é “Supergirl”, onde dubla a personagem Régia/Samantha Arias. Como é participar de uma série tão conhecida como essa?
Esse talvez seja um dos meus trabalhos favoritos. Já havia dublado a atriz Odette Annable antes, na série Golden Boy e, quando fui chamada para dublá-la novamente em Supergirl, não imaginava que seria a grande vilã da terceira temporada.
Em sua primeira aparição, Régia é apenas uma mulher. Seu nome é Samantha Arias e ela é uma mãe solteira, que não tem ideia de que é a Régia, uma Destruidora de Mundos. E foi assim que aconteceu comigo também, no decorrer das gravações. Comecei dublando a Samantha e lembro que me arrepiei quando me dei conta de que a Sam era também a Régia, uma das principais antagonistas de Supergirl. Foi um papel de contrastes (boa/má) e isso me agradou muito. Na mesma cena eu interpretava as duas, a Sam e a Régia”, inclusive interagindo!
Ficava ansiosa para que chegasse logo o dia de dublar o próximo episódio. Acho a Régia uma vilã incrível e bem forte. Curti cada cena interpretada, com muita emoção e entrega.
Em seu currículo conta muitas séries de medicina, como Paikin em “The Good Doctor” e a Mackenzie Adams em “New Amsterdam”. É fã desse tipo de série?
Gostei muito de dublar essas séries de medicina. Elas fazem muito sucesso. Em Chicago Fire, Chicago Med e Chicago PD também fiz alguns papéis. Cheguei, inclusive, a dublar um menino, o J.J., num episódio bastante emocionante da quarta temporada (The Last One for Mom). Foi um trabalho muito interessante dar voz a um garotinho e cheguei a me emocionar durante a dublagem.
Também gosto muito de atuar em séries policiais, de suspense, mistério, etc. Eu sou a voz da Molly em uma das temporadas de “Máquina Mortífera”, a Marin em “The Sinner”, a Princesa Tatiana Petrovna em “Peaky Blinders”, a Cindy, a Violet e a Samantha em episódios de Supernatural, entre outros. Recentemente dublei a Taylor na série “The I-land”.
No filme “A Grande Muralha”, você dubla uma personagem muito forte que é a Comandante Lin Mae. O que você acha de estar representando a liderança das mulheres nesse filme?
A Grande Muralha foi um trabalho bem interessante. A atriz Jing Tian é a comandante Lin Mae, líder das tropas responsáveis por guardar a Grande Muralha da invasão de criaturas escamosas. Também dublei essa atriz em seus outros filmes “Kong: A Ilha da Caveira” e “Círculo de Fogo: A Revolta”.
Ainda seguindo essa linha de representar mulheres fortes, outro trabalho pelo qual tenho um grande carinho é a Roxy nos filmes “Kingsman: Serviço Secreto” e “Kingsman: O Círculo Dourado”. Roxanne “Roxy” Morton era uma agente Kingsman conhecida pelo codinome de Lancelot. Ela foi recrutada pela agência e é uma das protagonistas do filme Kingsman: Serviço Secreto.
Além de dubladora, você também é professora de dança. De onde veio a sua aproximação por essa atividade?
Comecei a estudar ballet aos 5 anos de idade. Cresci dedicada à dança e me formei pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Estagiei no Corpo de Baile do Theatro e dancei profissionalmente no Brasil, na Itália e nos Estados Unidos. Fiz cursos de teatro musical, inclusive na Broadway, e de interpretação para TV. Trabalhei em diversos musicais e, também como bailarina, pela The Walt Disney Company no Brasil.
Em 2006, quando estava me apresentando como atriz e bailarina numa peça de teatro, uma amiga dubladora foi assistir à peça e me perguntou porque eu não fazia um curso de dublagem. Achei a ideia interessante e resolvi fazer uma aula. Posso dizer que me encantei por essa profissão e percebi que queria seguir adiante. Foi assim que tudo começou!
Além de atriz, dubladora e bailarina, também sou formada em Arquitetura e Urbanismo. Mais uma vez agradeço a você, Luca! É muito gratificante sentir o carinho do público que admira e se emociona com o nosso trabalho.