Um dos principais nomes do rock independente nacional dos últimos 20 anos, a banda paulistana Rancore celebra o décimo aniversário de um dos seus principais trabalhos, o álbum “Seiva”, com uma apresentação ao vivo disponibilizada na íntegra no YouTube. Realizado no início do ano, o show teve como palco o icônico Hangar 110, onde o grupo, em 2011, fez apresentações com ingressos esgotados para lançar o álbum.
O álbum de 2011 foi considerado o melhor do ano por vários veículos especializados, os levou ao VMB da MTV Brasil e por turnê por todo país. A força que conseguiram fez com que a hashtag #VoltaRancore se tornasse algo conhecido pelos fãs do underground brasileiro desde o término de atividades da banda.
A apresentação, que chega no YouTube na semana do aniversário do disco, levou a hashtag aos assuntos mais falados do Twitter, contou com mais de 100 mil visualizações e arrecadou quase R$ 2500 para a organização Solidariedade Vegan, de João Gordo. Agora, Rancore aguarda o que a próxima década pode trazer. Confira a entrevista:
Considerados um dos maiores nomes do rock independente brasileiro, esse ano vocês estão comemorando o aniversário de 10 anos do álbum “Seiva”. Como está sendo olhar para trás após todo esse tempo com a live no YouTube?
Muito interessante e edificante. Ressignificar as músicas após todas as vivências que esses 10 anos trouxeram para cada um de nós. É valioso por demais sentir que algo que fizemos lá atrás com tanta dedicação ainda toca o coração das pessoas, nos traz recordações de lugares por onde caminhamos e de pessoas com quem convivemos !
Em um depoimento dado pelo vocalista Teco Martins, foi revelado que o “Seiva” teve um carinho muito especial pela banda. Vocês guardam recordações do nascimento do projeto?
Foi um momento de transformações muito marcantes nas vidas dos integrantes. Muitos aprendizados e tatuagens no corpo e na alma. Simbiose e sintropia total entre os membros da banda.
Em sua opinião qual é a receita de sucesso que fez o álbum “Seiva” está comemorando 10 anos?
Difícil responder. O fato é que na época todos envolvidos na feitura desse disco tinham como prioridade TOTAL se dedicarem a esse projeto. Nos importamos com cada minúncia. Tudo o que estava a nosso alcance fazer para conseguirmos a obra mais impecável possível fizemos.
Após essa data especial do álbum “Seiva”, vocês estão pensando em um reencontro, quem sabe projetos futuros da banda?
Sim, turnê pós-pandemia, estejam prontos!
Mesmo com todo sucesso desse álbum, provavelmente, ao olhar para trás, vocês pensam em alguma coisa que poderia ter sido diferente. Existe esse sentimento de que poderia ter feito mais aqui ou ali para que o sucesso fosse ainda maior?
Sim, não por causa do sucesso, mas eu teria feito algumas escolhas de mix diferentes hoje em dia, que talvez até resultassem em menos sucesso. Meu álbum preferido do Rancore é o AO VIVO, acho que é o que mais representa a banda. Acho o SEIVA “perfeito até demais”, no caso eu deixaria ele mais sujo e rock se eu fizesse hoje em dia… mas na época esse era o som que eu mais gostava, então foi sincero…
Qual foi a maior mudança em todos vocês nestes últimos 10 anos?
Eu sai da cidade grande e vim plantar comida em área rural, fazer agrofloresta, viver a permacultura.
Das oportunidades que vocês tinham há 10 anos atrás, para as que vocês podem notar atualmente, existe uma mudança muito grande?
Sim. Muda muito rápido a maneira de se comunicar agora com as novas tecnologias… Nessa época um ÁLBUM completo como o SEIVA era mais valorizado que hoje em dia. Acho que hoje a tendência é fazer vários singles…
Em meio a uma pandemia, qual mensagem positiva vocês deixam aos leitores?
Plante sua comida.
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