Com um interesse pela moda que a acompanha desde pequena, a modelo mineira Nathascha Schiavi se formou em design de moda pela Universidade Fumec de Belo Horizonte, e deu início a uma prospera carreira que a acompanharia por 10 anos, fazendo desfiles e publicidades para marcar de vários estados do Brasil, e nas mãos de grandes estilistas, tanto em projetos brasileiros, como de outros países, Grécia, Istambul e Espanha.
Quando voltou para São Paulo ela passou por um problema que afetaria sua carreira, um transtorno de bipolaridade, o que acabou afastando-a das passarelas pois afetava diretamente em seu desempenho de trabalho. Foi então que ela voltou para sua cidade natal na tentativa de se cuidar e ficar bem! Tal acontecimento, a fez realizar terapia durante 1 ano. Porém, essa era apenas uma pequena lombada para o caminho que daria continuidade ao seu sucesso.
Foi nessa época também que Nathascha conheceu seu marido e se mudou para Belo Horizonte, nessa época também se afastou da carreira e focou no novo momento de vida. Porém, depois de estar fora do mercado, com 38 anos, começou a repensar sobre sua carreira e decidiu que queria voltar, mesmo com o pensamento de que estava velha, que já era mãe coisa que ela não estava esperando e foi tudo um choque. Contudo, ela conseguiu se entender como mulher e como mãe, então voltou a trabalhar com moda e fotografia, o que a impulsionou a ir para as redes sociais, desde então ela vem falando sobre a questão de ser mulheres, a maternidade, moda e estilo de vida. Confira a entrevista!
A sua trajetória na moda começou bem cedo. Poderia nos contar um pouco mais sobre como tudo se iniciou na sua vida?
Minha carreira de modelo começou em um concurso da Elite realizado em São João Del Rei. Eu tinha 13 anos quando conheci a Ming, um scouter bem conhecido de SP, e ele gostou muito do meu perfil e orientou a minha mãe para eu começar a cuidar do corpo, pois eu estava em fase de desenvolvimento. Porém, meu pai não me deixou iniciar a carreira tão jovem. Os anos se passaram e eu fui morar em Belo Horizonte para estudar moda, aí eu mesma fui numa agência e comecei a modelar lá. Queria ganhar um dinheiro extra e aí comecei!
Depois me mudei para São Paulo e comecei uma nova jornada. Passei por altos e baixos, mas foi uma fase muito legal. Cresci muito e amadureci rápido, e realizei vários trabalhos na cidade de SP.
Em algum momento você passou por dificuldades nesse início de carreira, sofreu algum trauma?
Passei muitas dificuldades, muitos testes e muitos “nãos”, que mexe muito com a cabeça de meninas tão despreparadas para a vida. Porém, também tem o positivo disso, aprendemos que nem sempre a gente vai ganhar e que é na diversidade que vem a força. Acho que tudo isso me deixou mais forte e corajosa! Pois, a vida não é fácil, só não devemos desistir. Podemos pausar para descansar, mas desistir jamais.
Nessas idas e vindas da sua vida, qual foi o momento que decidiu entrar para a vida no empreendedorismo?
Passei por algumas adversidades emocionais com a bipolaridade e isso me fez afastar da vida de modelo, pois eu precisava me cuidar emocionalmente. Comecei com a terapia e me preparei para uma nova fase. Nessa fase conheci meu marido, voltei para Minas e decidi montar uma marca de bolsas manuais (minha família é de artesãs manuais). Quis unir a moda e o handmade! Foi assim que começou a Schiavihandmade. Também tenho uma empresa de cursos na clínica do meu marido Ricardo Tanus que é uma referência nacional em DTM. Ser empresária me deixa empoderada! Acredito que nós mulheres podemos muito mais do que imaginamos.
Hoje você também é mãe. Como foi a chegada da maternidade na sua vida e o que ser mãe a ensinou?
A maternidade veio por acaso e sem planejamento! Realmente eu não esperava. Estava muito focada no trabalho e na carreira de Influenciadora digital, aí tive que pausar para me dedicar nesse novo universo. A maternidade não é fácil e muitas das vezes nós mães nos sentimos sozinhas, mesmo tendo uma rede de apoio, pois mexe muito com o nosso emocional, privação do sono, adaptação a um novo ser, amamentação, rotina, obrigações e principalmente aprendendo a ser pais.
Sobre a vida aí em Belo Horizonte, quais sãos os lugares mais marcantes que você recomendaria para conhecermos?
Temos o Taste-Vin, é um bistrô francês e tem o melhor suflê do mundo. Sem dúvidas, é o melhor restaurante de Belo Horizonte. O Ninita é um misto de italiano-mineiro, restaurante do chef Léo Paixão. Tem pratos maravilhosos como o rondeli de bacalhau com fonduta, pêras, amêndoas e cebola caramelizada. Meu preferido!
O Ajê Bistrô, um lugar que mistura arte e antiguidades. Um lugar para ter uma experiência gastronômica maravilhosa. Sua especialidade são os polvos que eu que não gostava tanto, simplesmente me apaixonei e sem contar com as sobremesas maravilhosas e de sabores únicos. O anfitrião, chef Davi nos recebe muito bem. Mina jazz bar – um lugar para quem quer tomar um drink e curtir uma noite agradável a um som de Jazz. Uma ótima dica para uma quinta-feira à noite!
Como você vê o propósito do seu trabalho nas redes sociais atualmente?
Quero fazer da rede social um trabalho, mas principalmente um lugar não só de moda e viagens, mas também de incentivo para mulheres a sair da sua zona de conforto. Acredito que nós mulheres as vezes nos apagamos com o medo da incerteza, com a falta de coragem de recomeçar algo novo. Assim como eu, que me arrisquei nesse universo depois de ser mãe e estar afastada por quase 10 anos da moda. Quero influenciar mulheres a se reencontrar, a ser conectar com elas e descobrir sua verdadeira essência, pois nunca é tarde para fazermos o que faz o nosso coração vibrar.
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