Samantha Machado fala sobre sua nova roupagem no samba com novo álbum

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Conhecida pelo sucesso de “Nave Espacial” (single que acumula mais de 30 milhões de plays), as inúmeras parcerias com DJs da cena eletrônica (como nos singles “Peter Pan”, “Nunca Vai Mudar”, “Portal do Universo” e outras) e o último lançamento, do álbum “MVLTIFVCETVDV EM LVPIDVCVO CONSTVNTE”, Samantha Machado decidiu quebrar o paradigma e se reinventar numa nova roupagem: o samba. Está disponível, em todas as plataformas digitais e no YouTube da artista, “#SAMANTHAEMSAMBA”, o EP que já conquistou os seguidores da cantora, que acabou por dar um spoiler ou outro sobre o projeto para seu público fiel. Sempre atenciosa às composições, Samantha conta que o processo de criação foi algo que aconteceu naturalmente, em seu ambiente de trabalho, há alguns anos.

No seu último lançamento, você decidiu quebrar vários paradigmas com a chegada do samba em seu estilo musical. O que fez você querer se aproximar mais do samba e teve receio em relação à recepção do público?

É engraçado essa relação que eu tenho com o samba, porque eu sempre me senti muito familiarizada com ele desde a parte da composição quanto na parte melódica e rítmica. Esse EP é uma compilação de músicas que me acompanham tem uns bons anos, e eu sentia que essas obras eram partes da minha história que fariam mais sentido se viessem à público no momento certo. E depois de todo esse tempo, o momento certo chegou fazendo tudo se desenrolar da maneira mais natural possível, desde a parceria com o Tiago Du Guetto até a produção do projeto em si. Como eu já defendo essa ideia de que “Samantha Machado não tem gênero musical”, acredito que os verdadeiros ouvintes já estavam mais do que preparados para qualquer mudança nesse sentido, além de ser uma bela porta de entrada do meu universo para os que conheceram meu trabalho agora!

O seu mais recente EP é o “#SAMANTHAEMSAMBA”, poderia nós contar um pouco mais sobre a produção desse novo projeto?

Foi bem gostoso! Eu e o Tiago Du Guetto sempre tivemos um sentimento especial um pelo outro, carinho de irmão mesmo, e quando mostrei esses sambas pra ele, foi questão de tempo pra gente botar a mão na massa e fazer o projeto acontecer. Gravado nos studios da W&S Records, senti que estávamos ali ajudando a segurar uma bandeira que contribuía não só pro legado da nossa gravadora e editora (que carrega consigo a história de grandes nomes do samba em sua trajetória), mas que fazia nascer uma geração fiel à esse apreço verdadeiro pelo samba de raiz e pelo samba rock.

Em relação ao seus demais projetos como “Peter Pan”, “Nunca Vai Mudar” e “Portal do Universo”, quais as principais diferenças e como você observou em seu avanço profissional nesse intervalo de tempo?

Os projetos eletrônicos são aqueles que marcaram o meu ingresso no mundo da música, e são eles o meu cartão de visita hoje pra que as pessoas conheçam e se aprofundem no meu trabalho. A grande maioria dessas composições já existia muito antes de ser lançada, e em comparação com meus últimos trabalhos, podemos notar a grande diferença de aprendizados desde a parte técnica de execução vocal até os novos conceitos e visões de mundo. Estou num processo de amadurecimento e todos os pontos em que faço profundas reflexões são marcados pela letra das minhas músicas.

Foto: Divulgação

Outro lançamento que tivemos recentemente foi “TornaTeQuemTuÉs” que foi lançado em 16 de outubro. Poderia nos contar um pouco mais sobre ele?

“Torna-Te Quem Tú És” é o meu novo álbum, composto por trezes faixas e produzido dentro dos studios da W&S Records, que traz todas as vivências e reflexões da quarentena para mim e que resgatou minhas melhores qualidades nos momentos mais densos; foi uma produção profundamente impactada pelo periodo de pandemia em que estamos vivendo e me permitiu fazer um mergulho dentro de meus próprios conceitos a fim de rever e reinventar grande parte das minhas crenças e conceitos do passado. Mantendo a essência do meu último álbum, o “Torna-Te Quem Tú És” tem lá sua diversidade de ritmos que vão do mpb ao samba rock, do trap ao rock, do pop ao country sem perder a identidade Samantha Machado de ser. É uma viagem sem passagem de volta para minha nova era!

Sempre atenciosa às suas composições, como funciona o seu processo de criação, e quais são suas principais inspirações?

Escrever para mim é um refúgio, onde eu posso colocar a sinopse de todas as vivências que eu tive. Meu processo de criação vem de inspirações da própria vida real, e talvez por isso mesmo eu tenha uma certa mania de me isolar um pouco pra criar. Tenho tentando trabalhar a mente para escrever em conjunto com outros artistas pra sair dessa minha zona de conforto, e devagar estou aprendendo a colocar isso em prática. Mas as minha questões pessoais vão estar sempre ali na estrelinhas…

O seu primeiro samba demorou apenas 30 minutos para ser escrito, você já tinha técnica ou contato com o estilo? Como foi que essa ligação aconteceu?

Eu já tinha um apreço pelo samba, desde que meu pai colocou o primeiro cd do Martinho da Vila, do Bezerra da Silva. O samba foi sempre um companheiro oculto, estava ali em várias ocasiões importantes da minha vida, mas sempre aquele personagem efêmero das minhas tramas. O que eu vivi na minha adolescência, nos bares da Vila Madalena e nas quadras de ensaio do Pérola Negra me ensinaram muito. Esses sambas todos saíram do meu peito tão naturalmente quanto as batidas do meu coração pela música.

Foto: Divulgação

O tema de seu primeiro samba foi contando um pouco de sua formação boêmia na Vila Madalena. Poderia nos contar um pouco mais sobre a história desse seu passado e como ele a influenciou no samba?

Eu comecei a minha vida musical lá, entre as esquinas da Aspicuelta com a Mourato Coelho, tocando nos barzinhos por diversão, incentivada pelo meu padrinho do samba e pela minha melhor amiga. A primeira vez que eu pisei num Studio foi com ele, e daí em diante a vida só foi endireitando o meu caminho pro lado da música. Eu era aquela magrelinha que andava de skate com o violão maior que ela nas costas, chegava na balada de mochila, sambava descalça no ensaio da escola de samba, gravava coral pro enredo ficava até de madrugada cantando na frente dos barzinhos num cavaco à capella de algum instrumentista, era uma sagitariana sem limites! (Risos) Todas essas vivências ainda ecoam na minha memória e a lembrança mais sincera desses dias estão imortalizadas nesses sambas do EP.

Apesar de você está em um momento onde o samba é o novo protagonista, pensa em voltar tão rápido a produzir músicas eletrônicas?

Com certeza! A música eletrônica me abriu portas cujas quais serei eternamente grata, pois graças à elas, hoje posso estar aqui dando essa entrevista e contando pra vocês um pouco mais da minha história na música. E no dia 25 de setembro, lanço uma faixa que será a faixa de estreia pro meu disco “Torna-Te Quem Tú És”, numa versão eletrônica que promete preencher os corações dos amantes do gênero com mais amor e mistério ainda esse mês.

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