MC Staff: do Guarujá para o mundo — o jovem que levou o phonk brasileiro às pistas globais

Luca Moreira
8 Min Read
MC Staff
MC Staff

Com apenas 18 anos, o cantor e produtor MC Staff transformou o som das ruas do litoral paulista em uma tendência global. Saído do Guarujá, o artista se tornou um dos maiores representantes do phonk brasileiro, gênero que mistura batidas pesadas, estética urbana e uma energia quase hipnótica. Suas faixas independentes ultrapassaram fronteiras e conquistaram milhões de ouvintes ao redor do mundo, consolidando-o como uma das vozes mais promissoras da nova geração.

Em entrevista, MC Staff fala sobre sua trajetória meteórica, o poder da autenticidade no funk contemporâneo e o equilíbrio entre o sucesso digital e a conexão com o público ao vivo. “O mais louco é ver minha vibe atravessando o mundo. A música que nasceu no meu quarto hoje toca em lugares que eu nunca imaginei”, resume o artista, que se prepara para lançar novos clipes e colaborações com grandes nomes do phonk, como Bibi Babydoll e MC Ster.

Você saiu do litoral de São Paulo e, em poucos anos, virou referência mundial em um gênero que até pouco tempo era underground. O que mais te marcou nessa caminhada tão rápida?

Cara, é louco pensar nisso! Saí do Guarujá e, em poucos anos, acabei me tornando referência num gênero que até pouco tempo era super underground. O mais engraçado é que minha mãe ainda tá firme lá no Guarujá, e eu já tô vivendo em SP, correndo atrás da música. Já tava na música há anos, cantando outra vertente do funk, mas quando me encontrei no phonk foi tipo achar a pista certa da festa — me diverti muito mais fazendo isso. O que marcou mesmo? Ver minha vibe atravessando o mundo, pessoas de vários cantos curtindo o que eu faço… isso não tem preço.

O PHONK tem uma estética forte, quase hipnótica, que mistura batidas pesadas e energia de rua. Como você descreveria o seu svibe e o que faz dele diferente dentro desse universo?

Meu svibe é aquela mistura de energia de rua com liberdade total. Brinco com batidas pesadas, mas também deixo espaço pra algo mais melódico, que prende sem sufocar. O que me diferencia é que não tento copiar ninguém: cada música leva um pedaço da minha história, do litoral à cidade, e isso dá uma identidade própria dentro desse universo hipnótico. É phonk pra ouvir, sentir e se perder no som ao mesmo tempo.

O gênero nasceu fora, mas você ajudou a transformá-lo em fenômeno brasileiro. Como é ver o público internacional consumindo e dançando ao som de algo produzido aqui?

É surreal, mano! O phonk nasceu lá fora, mas ver ele ganhando cara de Brasil e o público internacional curtindo nosso som é louco. Você tá no estúdio ou no quarto e, de repente, gente do outro lado do mundo tá dançando uma música que saiu de mim. É aquele mix de orgulho com um “caramba, estamos fazendo história mesmo”, e ainda dá pra sentir que nosso jeito de contar histórias conecta geral.

Muitos dos seus sucessos nasceram de forma independente. O que passa na sua cabeça quando você vê uma música sua explodindo nas redes e sendo usada por milhões de pessoas no mundo todo?

Mano, é doido! Quando uma música independente explode e começa a ser usada por milhões de pessoas, bate aquele misto de orgulho e gratidão. Dá até arrepio pensar que algo meu tá tocando nos fones de gente que eu nem conheço, em lugares que eu nunca imaginei. É ver anos de esforço e paixão se transformando em conexão real com o público.

Você tem apenas 18 anos e já é uma das maiores vozes da nova geração. O que a juventude traz de diferente para a música urbana de hoje — e o que você quer representar com a sua arte?

Ter 18 anos e já estar aqui é surreal! Acho que a juventude traz coragem e liberdade pra música urbana: a gente não tem medo de experimentar, misturar estilos e falar o que sente de verdade. Com minha arte, quero representar verdade e autenticidade, mostrar que dá pra se divertir, se expressar e ainda inspirar quem tá ouvindo. É viver intensamente, mas com consciência do que queremos construir.

Como nascem as ideias para as suas faixas? Você é do tipo que vive em estúdio experimentando sons ou prefere deixar a inspiração vir naturalmente?

Minhas ideias geralmente nascem do Mandela Funk Original do Brasil, meu primeiro contato com música, que me ensinou muito sobre batidas e flow. Depois fui me encontrando no phonk, que é meu estilo hoje. Minha inspiração vem naturalmente, muitas vezes de situações que vivi ou sentimentos que quero passar. Não fico forçando nada no estúdio; deixo o som fluir e transformo essas experiências em música que todo mundo consegue sentir.

Você é um fenômeno tanto da internet quanto das ruas. Como equilibra esses dois mundos — o digital, dos números e streams, e o real, da conexão com o público ao vivo?

É um equilíbrio doido, mas que eu curto demais. No digital, você vê os números, os streams, o alcance, o que dá uma noção do impacto. Mas nada se compara ao calor do público ao vivo, ver a galera cantando junto, pulando e sentindo a mesma energia que você colocou na faixa. Tento viver os dois mundos, sem deixar o digital tomar conta, sempre lembrando que a conexão real com o público é o que faz tudo valer a pena.

O PHONK já é tendência global, e você está no centro disso. O que podemos esperar do seu próximo passo? Novos estilos, colaborações internacionais, talvez até um álbum?

O phonk tá conquistando o mundo e eu tô no meio disso, então o próximo passo é levar tudo ainda mais longe. Podemos esperar novas vibes, colabs internacionais e muita coisa que ainda não rolou. Tem feats vindo com a Bibi Babydoll, MC Ster e outros grandes nomes do phonk. E já tá chegando no meu canal oficial o videoclipe de ‘Dia Delícia’ e ‘Mente Má’, que mostram bem a vibe que me levou até aqui.

Acompanhe MC Staff no Instagram

TAGGED:
Share this Article

Você não pode copiar conteúdo desta página