Gustavo Fagundes conta história de amor em música lançada na quarentena

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Composição, arranjos, gravação, mixagem, masterização. Tudo à distância. Assim nasceu “Escuta o meu Tom”, novo single-clipe do carioca Gustavo Fagundes, já disponível nas principais plataformas digitais.

O isolamento social não foi só contexto, mas também inspiração para a música. A letra, escrita em parceria com Dougie Ribeiro e Pablo Cândido e inacabada há seis meses, ganhou um novo olhar após o músico viver uma história de amor durante a quarentena. “O mundo mudou e as relações não ficaram indiferentes a isso. Nosso conceito de amor já não é mais o mesmo”, reflete Gustavo.

A história também serviu de pano de fundo para a construção do videoclipe, dirigido pelo paulista Carlos Franco. O filme utiliza a linguagem de videoconferência para contar, de forma leve e casual, a rotina de casais durante o isolamento. Ao longo de duas semanas, dez casais foram orientados por Franco a gravarem em suas casas.

Música e clipe refletem diretamente a proposta de Gustavo: atrelar o clássico ao moderno no que ele intitula como “nova-bossa-nova”. “Bebo na fonte de João Gilberto e Tom Jobim, mas sempre trazendo pra perto as novas tendências da música brasileira”, afirma. Em “Escuta o meu Tom”, ele fala sobre amor enquanto faz uma homenagem ao ídolo, em passagens como “ser feliz sozinho não me satisfaz” e “quando a luz dos olhos querem se encontrar”. Na melodia, a bossa flerta com o pop, a MPB e o soul.

“Escuta o meu Tom” é o segundo single lançado por Gustavo Fagundes esse ano. “Em silêncio” foi o primeiro, apresentado em abril. A produção musical e o arranjo são assinados por Juliano Valle.

Lançado recentemente nas plataformas, “Escuta o meu Tom” traz uma característica bem diferente de seus outros projetos, tendo sido produzida totalmente a distância. Como foi a montagem dessa música?

Foi uma experiência muito interessante e que deu certo. Quero continuar fazendo muitas coisas assim, pelo menos aquilo que for possível. Fiz todas as gravações aqui no meu home studio e mandei para o produtor musical Juliano Valle que fez toda a parte dele por lá, ficamos trocando até chegar nesse resultado final.

Para quem ainda não o conhece, poderia nos contar um pouco mais sobre seu começo no meio musical?

Eu comecei no meio musical de forma muita natural, nasci num lar onde a música e a arte eram muito comuns. Com 10 anos tive um anseio de aprender violão, veio do nada, nunca esqueci esse dia: estava andando a cavalo num hotel fazenda. Naquele ano ganhei meu violão de presente de Natal e desde então não larguei mais a música como ofício. O The Voice, do qual eu participei em 2012, foi o início e um grande incentivo para a minha profissionalização na música, que desde então fazia de forma puramente despretensiosa e como forma de auto expressão. Procuro ainda manter essa despretensão em muita coisa, acredito que ela seja essencial para a verdade da arte.

Sabemos que o isolamento social não serviu somente de contexto, se tornando também inspiração para a música. De onde surgiu a ideia e qual mensagem você quis passar para o público com a sua música?

Da minha própria experiência. Conheci um novo amor em plena pandemia. Foi à distância, foi tudo à distância, eu nem sabia que isso era possível, mas aconteceu com muita verdade. A música fala sobre isso, assim como o clipe e tudo o que envolveu esse lançamento. Amar é sempre possível, mesmo à distância.

Como foi a sua parceria com Dougie Ribeiro e Pablo Cândido nos seis meses de composição?

Eles são meus amigos. O Pablo é o meu melhor amigo e nós trabalhamos na mesma área, compor para nós é algo muito natural, assim como é natural que façamos música juntos. Essa música nasceu assim, quando resolvemos criar uma música juntos. Ela ficou inacabada por um bom tempo e depois, inspirado pelo que vivi na quarentena, terminei de compor a canção.

A música trouxe ainda no enredo contando uma história de amor que foi vivida na quarentena. Você acredita que as relações amorosas tenham sofrido muitas mudanças durante essa época?

Eu sempre acho que nada muda muito, existem coisas imutáveis como o amor, a relação amorosa, a música. O que muda é a forma, o meio como concebemos elas. Mas a música e as relações amorosas vão sempre acontecer, seja no disco de vinil ou no streaming, seja num banco da praça ou no Instagram.

Gravado via videoconferência, o clipe dirigido por Carlos Franco, trouxe novos desafios a vocês? Como foi a montagem do elenco e o planejamento online?

Acredito que teve bem mais desafio para ele! haha, sim, não foi nada fácil. fazer isso tudo à distância, coordenar todo mundo. Isso tudo graças a ajuda imprescindível da Helô Oliveira que assina essa direção com o Carlos e da produtora Marcella Datri. Foi bem divertido esse processo de escolha do elenco, foram todos amigos nossos, a gente se divertiu durante as gravações e cada um que participou também.

A música e o clipe refletem a proposta de atrelar o clássico ao moderno, no que você intitulou como “nova-bossa-nova”. Como foi chegar nessa nova combinação e que estilo trouxe de novo nesse projeto?

Eu não gosto muito dessa nomenclatura rsrs, foi só para ficar mais facilmente explicável. Mas é isso, meu trabalho sempre refletiu essas misturas, assim como sou filho de um pai médico e uma mãe artista e reflito ambas as coisas em minha personalidade, eu também reflito essas misturas ou dualidades em tudo que produzo. Sou fã do que é consagrado, como a Bossa Nova, mas vivo e sou igualmente fã de um mundo moderno que produz muita coisa boa também. Meu trabalho bebe dessas fontes, o resultado vai ser um mix disso.

Esse é o segundo single lançado nesse ano, sendo que ainda em abril tivemos o “Em silêncio”. Qual foi o principal diferencial entre um lançamento e outro? 

Eles fazem parte de um mesmo movimento de carreira, mas são momentos diferentes pessoais e do artista. Em “Em Silêncio” eu tinha acabado de perder o meu pai, em “Escuta o meu Tom” eu tinha acabado de encontrar o meu novo amor.

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