Conheça três Patrimônios Imateriais Culturais da Humanidade no Alentejo

Luca Moreira
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A cultura alentejana é uma das mais ricas de Portugal. No Alentejo, a maior região do país, há uma diversidade de tradições, celebrações e ofícios passados de geração em geração, como forma de transmitir o saber adiante, e que são essenciais para a formação da memória e identidade da maior região de Portugal. Prova disso é a inscrição de três formas de expressão alentejanas como Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade pela UNESCO, além de uma quarta em fase de candidatura.

Cante Alentejano
Dizem que no Alentejo, as vozes cantam de sol a sol. Seja em festas ou romarias, os grupos de Cante enchem o ar com belas histórias cantadas sobre a vida rural, a natureza, o amor ou a religião. Este canto tradicional, executado por grupos amadores e sem instrumentos musicais, faz parte da vida social das comunidades alentejanas e foi considerado Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade em 2014.

Produção de Chocalhos
Desde 2015, a produção dos chamados chocalhos conquistou o título de Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade da UNESCO. São os tradicionais sinos colocados no pescoço de animais rurais, como gado e ovinos. Esses objetos são muito utilizados nos rebanhos que percorrem todo o Alentejo. A produção dos chocalhos é uma verdadeira arte, que existe na região há mais de dois mil anos. Para conhecer melhor este ofício, visite a cidade de Alcáçovas e o seu Museu do Chocalho.

Figurado em Barro de Estremoz
O Figurado em Barro de Estremoz é uma arte tradicional alentejana e o seu conhecimento é passado tanto em oficinas familiares quanto de forma profissional. Sua produção consiste em figuras feitas de argila, cozidas em fornos e pintadas à mão pelos artesãos, com destaque para seu caráter religioso e local. Esta arte remonta ao século 17 e está inscrita como Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade desde 2017.

Vinho de Talha
Conhecido por seu paladar encorpado e intenso, o vinho de talha é uma bebida alentejana produzida seguindo conhecimentos milenares, passados de geração em geração sem sofrer quase nenhuma modificação com o tempo. Nesta técnica, é utilizado um grande vaso de barro, que pode chegar a dois metros de altura, como recipiente para a fermentação. O resultado é um vinho cheio de personalidade, com sabor que pode variar de acordo com as castas de uvas utilizadas e outras técnicas da vinícola, embora seja possível dizer que a bebida será sempre única e inesquecível. Recentemente, essa iguaria milenar foi submetida a uma candidatura a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e aguarda a sua nomeação.

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