Vinícius Duran entra no clima junino no xote “Pau-Brasil”, com participação da cantora Tata Alves

Luca Moreira
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Foto: Luan Cardoso

Depois de falar sobre questões sociais de um Brasil desigual, Vinícius Duran mergulha no doce sabor de junho com o single “Pau-Brasil”, um xote que explicita a sua veia musical brasileiríssima e diversa – porém sem abrir mão de sua potente voz de compositor que dialoga com os dilemas do país. O artista paulistano está antecipando seu primeiro álbum, “Palavras Marginais”, e a nova música se soma ao samba e ao samba-reggae de “Bandeira Vermelha” e “Moída” nas plataformas de música.

Ouça “Pau-Brasil”: https://tratore.ffm.to/pau-brasil

“Pau-Brasil” é um xote feito pra dançar agarradinho. Com melodia leve e arranjo surpreendente, que leva a canção de um forrozinho bem brasileiro para um reggae repleto de arranjos de metais, o autor passa por temas difíceis da realidade de seu povo, como a fome e a ascensão de um líder espúrio ao poder. Os versos de temática ácida preparam o terreno para um refrão de esperança e luta, onde o compositor indica esse próprio povo sofrido como a chave para a mudança dos destinos da nação. A música tem participação especial de Tata Alves e arranjos de Renato Enoki.

Assista ao clipe “Bandeira Vermelha”: https://youtu.be/WJTenAYBYgQ 

Ouça “Moída”: https://tratore.ffm.to/moida

Conheça o artista:

Vinícius Duran prepara os primeiros passos de sua carreira solo após uma vida inteira dedicada à música. Os sons da zona leste de São Paulo, onde cresceu, povoam seu imaginário, indo da MPB ao samba. Na adolescência, conheceu o rock, aprendeu a tocar violão e passou a integrar a banda de pop rock Atomix. Depois de um hiato da música, que o levou à faculdade de Rádio e TV e a fundar a Rústica Produções, voltou a atuar como instrumentista com um repertório misto de autorais e releituras. 

Em seguida, passou a frequentar a Ala de Compositores do Kolombolo e a Comunidade do Samba da Vela, reconhecidos celeiros de compositores da capital paulista. Em 2018 fundou Fiat Lux, grupo de samba e pesquisa que busca defender músicas e compositores que não tiveram o devido reconhecimento pela indústria mainstream. Com repertório que inclui nomes como Talismã, B. Lobo, Toinho Melodia e Douglas Germano, o grupo teve em 2019 uma pequena turnê de apresentações em Salvador, na Bahia, onde tocou em lugares icônicos, como a Casa de Mãe.

Como compositor, Vinícius Duran teve “Filho”, uma parceria com o amigo Nico Antônio, selecionada para o Festival Musicanto, em 2018. A música foi defendida pelo grupo Nico Antônio e os Filhos do Mar, que posteriormente a incluiu no repertório do disco “O Paquiderme”, lançado em 2021.

O álbum:

Agora, Vinícius se prepara para lançar seu primeiro trabalho solo, o disco “Palavras Marginais”, que conta com 10 canções autorais mesclando as diversas influências do artista. O álbum tem produção musical de Renato Enoki e conta com a participação de músicos como Henrique Araújo, Júlio César e Allan Abbadia, e será lançado em breve. Enquanto isso, é possível ouvir “Bandeira Vermelha”, “Moída” e “Pau-Brasil” nas principais plataformas.

Ficha técnica

Músicos:

Vinícius Duran: violão e voz.

Tata Alves: voz (participação / feat).

Flora Poppovic: coro.

Marina Siqueira: coro.

Cadu Ribeiro: coro.

Gregory Andreas: coro e cavaco.

Renato Enoki: Arranjos, guitarra e contrabaixo.

Júlio César: Percussão geral.

Allison Lima: Percussão geral.

Cláudio Oliveira: Bateria.

Allan Abbadia: Trombone.

Marco Stoppa: Trompete.

Walter Pinheiro: Saxofone.

Pablo Moura: Sanfona.

Técnica:

Gravação banda base: Ricardo Martins (Estúdio Sambatá).

Gravação coberturas: Guilherme Lacerda (Biriguibam).

Edição e Mixagem: Pedro Romão.

Masterização: Maurício Gargel.

Arte da Capa: Løpz

Letra

o nosso povo sangra mais que pau-brasil

o coro come, o filho chora, a mãe não vê

e quanto mais o cinto aperta na barriga

mais eu quero outra vida bem juntinho de você

mas esse povo arretado se arredou

e apoiou a ascensão de um bicho vil

que cospe fogo pelas venta quando ladra

não fala nada com nada, “feice”, faca, fé, fuzil

por isso eu quero concorrer a presidência

ser doutor fazer ciência, poesia ou ser juiz

fazer feliz esse povo tão guerreiro e provar

que está no espelho a solução do seu país

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