A faixa sucede o lançamento de “São Jorge Ogum”, em que o artista celebra suas crenças 

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Entre reflexões, analogias e a história, o cantor e compositor mineiro Alysson expõe suas percepções sobre o ontem e o hoje com a canção “Borda do Tempo”. O segundo single apresentado de seu próximo EP – previsto para o segundo semestre – concretiza uma série de contemplações que rodearam o artista no momento suspenso que viveu durante e após a pandemia. Como forma de se compreender e se refazer a partir daquele período, Alysson reconhece suas incertezas e inseguranças para se apresentar, agora, como resultado de todas essas vivências. “Borda do Tempo” chega aos aplicativos de streaming nesta sexta-feira, dia 31 de maio

O entendimento de que o tempo é a única constante na mudança atravessou o artista em diferentes pensamentos. “Eu quis traduzir nessa faixa esse sentimento que às vezes toma conta da minha cabeça, sobre esta ‘coisa’ que nos pede desapego e atenção na mesma medida – o tempo”, conta o artista. A temática da composição ganha ainda mais camadas quando Alysson conecta a correria da rotina à sonoridade: “Nessa faixa o baião em cinco foi transformado em um  pop, numa rítmica que transporta para a sensação de inquietude e  pressa que nos consomem”. A produção musical da faixa é de Júlio Fejuca e Ricardo Gama – premiados no Grammy Latino e colaboradores de nomes como Liniker, Emicida e Milton Nascimento.

Todo o fator reflexivo e abstrato da canção se concretiza a partir de suas referências musicais e de seus interesses menos óbvios, desde a ficção científica, as mitologias até  a física quântica. O “Uaifrobeat” apresentado pelo cantor mineiro também em sua nova faixa, traz um pouco de “Oração ao Tempo”, de Caetano Veloso – assim como um pouco das sonoridades de artistas como Gilberto Gil, Djavan, Lenine e a recente vencedora do Grammy Latino, Xênia França. “Sinto que quando falo do tempo me permito mergulhar em toda a sua complexidade  e intangibilidade”, afirma o artista, que em abril apresentou também o single “São Jorge Ogum” (ouça aqui), atravessado por sua espiritualidade.

Entre a música e a história, o tempo é o ponto em comum capaz de transformar dois minutos em um dia ou um ano, a depender do ponto de referência. “Durante a pandemia, o mundo inteiro foi forçado a parar junto, e mesmo que a gente tenha tido a percepção de que o tempo parou, ele passou, e tudo começou a se atropelar”, lembra o artista, que completa: “Desde aquele momento eu passei a nutrir uma melhor relação com o tempo, sabendo dar mais atenção e apreciar melhor as coisas da vida”. A temática ainda ganha novas perspectivas nas próximas faixas que completam o novo EP de Alysson.  

Ouça “Borda do Tempo” aqui 

Borda do Tempo
Alysson

A íris do olho tão pura e cristalina
Reflete a absurda e sincera ideia do caos
Que vive na mente presente
Pungente pensante e inocente

Que tira noites de sono    
Que se perde na borda do tempo
Como eu
Até o amanhecer

A linha que tece a textura do pano da vida
Que traça que sobe que desce feito cobra coral
Confunde às vezes induz a um caminho estranho

Que tira noites de sono
Que se perde na borda do tempo
Como eu
Até o amanhecer

Anda
Dança
Na borda do tempo
Do pensamento
Anda na borda do tempo
Como eu

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