Walli Silva prove inclusão ao retratar a origem das criaturas da noite em novo romance literário

Luca Moreira
7 Min Read
Walli Silva
Walli Silva

Na misteriosa Nocturna, um alienígena desorientado e um príncipe carismático conectam seus destinos em O Primeiro Vampiro, novo lançamento de Walli Silva. Spin-off da saga Vampiros de Nocturna, a obra narra como o alienígena Averyn, após uma queda acidental, desperta poderes sombrios que desencadeiam a criação dos primeiros vampiros do reino. Combinando fantasia, aventura e romance, o livro destaca temas como inclusão LGBTQIAPN+, dilemas éticos e o impacto do poder político, trazendo uma história que reflete sobre identidade, aceitação e sacrifícios em nome do amor.

Averyn acorda desorientado em Nocturna, e a narrativa logo se desenrola em um mundo de descobertas e mistérios. Como foi o processo de construir esse cenário sombrio e mágico? De onde surgiu a inspiração para a Floresta Sussurrante e a Cidade das Brumas?

O cenário sombrio de Nocturna já existia antes do lançamento de O Primeiro Vampiro. Os livros Um Príncipe Vampiro e Um Herdeiro Vampiro introduziram a cidade das brumas e a floresta sussurrante pela primeira vez. Para criar esse ambiente sombrio, inspirei-me nas histórias de Drácula e na arquitetura do hotel do filme Hotel Transilvânia. Sim, sou apaixonado por animações.

A relação entre Averyn e Kai começa de forma intensa e cheia de sacrifícios. Como vocês exploraram a conexão emocional e os dilemas éticos que surgem quando o príncipe decide oferecer seu sangue?

Quando o príncipe oferece seu próprio sangue para saciar a sede de Averyn, isso provoca sérios problemas no reino. Kai, sendo homossexual em um universo livre de lgbtfobia e machismo, agiu impulsivamente, movido por um amor à primeira vista.

A transformação de Kai em vampiro é um marco importante na história. O que motivou a escolha de abordar a origem dos predadores noturnos dessa forma, misturando ficção científica com elementos de fantasia e romance?

Li diversos livros sobre vampiros, desde Drácula até Crepúsculo e Diários do Vampiro. Todos são maravilhosos, e na saga dos Vampiros de Nocturna, há personagens com os mesmos primeiros nomes desses livros, como uma homenagem à importância deles na história da literatura mundial. Optei por uma origem relacionada a alienígenas porque sei que algumas pessoas acreditam neles, e achei que seria mais fácil para alguém acreditar em vampiros vindos de alienígenas do que de outra forma.

A inclusão LGBTQIAPN+ é uma parte central do enredo. Como vocês enxergam a importância de abordar temas como identidade, aceitação e amor verdadeiro em um universo de fantasia, especialmente na literatura brasileira?

Quando criei todo esse universo, iniciado em Rownsders: Os Filhos dos Deuses em 2019, meu objetivo era ser criativo. Estava cansado de ler livros LGBT onde tudo termina em tristeza ou o foco é predominantemente a homofobia. Queria, e ainda quero, que personagens LGBT tenham finais diferentes. Nós merecemos. Precisamos ter esperança para viver em paz com nossos corpos, decisões e amores. Assim, a representatividade nesse livro é um grito por esperança.

Walli Silva
Walli Silva

Kai enfrenta a maldição do vampirismo enquanto tenta liderar um reino em crise. De que maneira a jornada dele reflete os desafios de equilibrar poder, responsabilidade e vulnerabilidade?

As escolhas de Kai, ao oferecer seu sangue para Averyn, revelam sua falta de cuidado emocional e responsabilidade para exercer a liderança. Ele mostrou, como em muitas ocasiões da vida real, que um rosto bonito pode encantá-lo, desviando sua responsabilidade, deixando-o vulnerável e, o pior, prejudicando todos ao seu redor.

A paixão proibida entre os protagonistas é um ponto alto da trama. Como foi o processo de criar uma relação tão rica em nuances, que desafia normas sociais e provoca reflexões sobre as complexidades do amor?

Como nesse universo não existe lgbtfobia, precisei focar em outro tipo de situação. Para os estrangeiros, temos o Superman, que é amado e odiado pela população. Aqui, temos Averyn, que se interessa por um príncipe vampiro e transforma todo o reino, criando uma união complexa. Infelizmente, surgiu o preconceito contra alienígenas no livro.

“O Primeiro Vampiro” combina fantasia, mistério e romance, ao mesmo tempo que traz discussões sobre preconceito e poder político. Como vocês esperam que esses elementos ressoem com os leitores?

Sinceramente, espero que os leitores percebam que todos têm o direito de amar e que, sim, pode existir um lugar, talvez em algum ponto do multiverso, onde as pessoas não sejam lgbtfóbicas, mas se assustem com visitantes do espaço. Bem, isso também acontece por aqui, pelo menos no que diz respeito aos alienígenas. (Risos). Averyn deseja uma chance de ser compreendido, e espero que vocês concedam essa oportunidade a ele.

Este spin-off se conecta à saga Vampiros de Nocturna. Há planos para expandir ainda mais o universo ou para explorar outros personagens e histórias dentro desse mundo?

Neste ano de 2025, publicarei a continuação de O Primeiro Vampiro, intitulada O Segundo Vampiro, que encerrará a história de Nocturna na era Georgiana. Em seguida, ajustarei a cronologia da saga, incluindo Um Príncipe Vampiro e Um Herdeiro Vampiro na sequência. Assim, a ordem será: O Primeiro Vampiro, depois O Segundo Vampiro, seguido por um salto de 100 anos até Um Príncipe Vampiro e Um Herdeiro Vampiro. A segunda parte da saga ocorre na Era Vitoriana. Ainda não defini quantos livros serão, mas já tenho ideias para Um Garoto Vampiro, que está escrito e em revisão, e Uma Princesa Vampiro.

Acompanhe Walli Silva no Instagram

TAGGED:
Share this Article

Você não pode copiar conteúdo desta página