Pontifexx fala sobre sucesso no meio musical e carreira internacional

Luca Moreira
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Pontifexx (Foto: Felipe Marques Molina)

Com apenas 24 anos, o DJ e produtor Pontifexx vem marcando seu nome na cena da música eletrônica nacional e internacional. Somando mais de 90 milhões de plays em suas faixas nas plataformas digitais, apesar de jovem, ele está há cerca de dez anos na carreira e colhe frutos dignos de veteranos na profissão.

O artista já tocou no Lollapalooza Brasil, Ultra Music Festival (Estados Unidos), Tomorrowland (Bélgica) e Ushuaïa Ibiza (Espanha), só para citar alguns locais (e países). A maioria deles ocorreu em 2022, em sua melhor fase da carreira, coroando sua entrada como artista oficial da STMPD RCRDS, gravadora do holandês Martin Garrix, já eleito por três vezes o melhor DJ do mundo, de acordo com o Top 100 DJs da revista britânica DJ Mag.

Para entender como ele se sente com tantos feitos apesar da pouca idade, batemos um papo honesto com Pontifexx sobre sucesso na indústria musical e a realidade dos DJs e produtores sobre a agenda de shows e lançamentos.

Vindo de apresentações pela Europa, ele ainda nos contou sobre o desejo de misturar brasilidades com a música eletrônica (já iniciando os trabalhos com versões de “La Belle de Jour”, de Alceu Valença, e “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga), bem como de desenvolver seu show ao vivo. Confira a entrevista!

Para quem ainda não te conhece, conte um pouco sobre seu início de carreira na música.

Entrei para a música aos 14 anos, quando comecei com aulas de violão e piano, e logo decidi aprender mais desse instrumento clássico para acompanhar minha irmã que cantava. Então, comecei como produtor musical naturalmente, porque foi uma extensão de eu já saber tocar piano, aliado às festas que começaram a aparecer na minha vida (e vou contar mais daqui a pouco). Como DJ, eu, de curioso em uma viagem, comprei uma controladora com o último dinheiro que eu tinha, e passei a treinar.

Durante a escola, sofri para levar as duas coisas juntas, mas nesse período aconteceram as primeiras festas que eu toquei. Sofridamente passei na escola e cursei um ano de graduação em Administração. Claramente eu queria acabar logo a faculdade para focar 100% na música. Sendo assim, negociei seis meses com meus pais para eu ver aonde poderia chegar se focasse esses 100% na música. Resultado: continuei lançando músicas e tocando, e nunca voltei para a faculdade.

Podemos dizer que você está na sua melhor fase, certo? 2022 tem sido um grande ano, com shows no Ultra Music Festival em Miami (Estados Unidos) e Tomorrowland na Bélgica, além de apresentação em Ibiza (Espanha). Os três locais são importantíssimos para a música eletrônica. Como se sente com todas essas conquistas?

Acredito que sim, uma vez que para chegar nesses lugares percorri um grande caminho por trás de aprendizados, erros e acertos. Me sinto muito realizado, a sensação de ter tocado nesses lugares permanece em mim e na minha memória, são momentos mágicos que vou levar para sempre comigo.

Pontifexx (Foto: Felipe Marques Molina)

Falando em shows e idade, no Brasil, você foi o artista mais jovem do line-up do Lollapalooza em 2019. Como foi estrear nesse grande festival no Brasil, sendo o mais novo de todos os artistas?

Esse foi o primeiro desses shows que senti a pressão bater. O nome do festival é muito forte e relevante, eu me preparei muito, dormi mal as duas semanas que antecederam, mas a hora do show foi mágica. Peguei o primeiro horário ali e muita gente foi só para me ver, estava lotado! Sensação única também de tocar uma música que fiz para a minha avó falecida e para o meu avô que foi me ver nesse show. Foi emocionante.

O que você e Martin Garrix têm em comum, além do talento, é ter começado a carreira cedo. O holandês já foi eleito por três vezes o melhor DJ do mundo e é muito legal que você faça parte do time de artistas oficiais da gravadora dele, a STMPD RCRDS. Qual sua relação com ele?

Ele me inspirou e continua me inspirando muito. Acredito que, independentemente da profissão ou posição social, somos todos iguais. E ele trata todos muito bem, de igual para igual. Lembro quando pedi para tirar uma foto com ele em um dos primeiros shows que fui, e ele me carregou no colo para tirar essa foto, enquanto outros DJs no backstage nem olhavam na cara quando passavam. Acredito que esse tipo de coisa faz diferença. A posição do DJ não é somente a música, é sobre ir além e entregar momentos inesquecíveis para a pista. Ele sempre vai me inspirar nisso e espero que em breve saia alguma collab com ele.

Pontifexx (Foto: Felipe Marques Molina)

Com tudo o que vem ocorrendo na sua carreira, para você, o que é ter sucesso na música?

Sucesso na música, para mim, é conseguir levar a vida com a música. Pagar as contas e estar realizado com o que faz.

Sabemos que cada profissão tem seu lado bom e ruim, claro, mas quais os ônus e bônus em ser DJ e produtor?

Coisas boas são: conseguir, de certa forma, montar meus próprios horários na semana, viajar muito, conhecer pessoas do mundo todo e trabalhar com algo que vai ficar para sempre nos registros da humanidade. A música mexe com sentimentos, poder produzir é algo muito poderoso e único. Agora, as coisas ruins: o sono sempre está desregulado, os horários para tocar nem sempre são os mais legais e a logística para chegar aos lugares às vezes é bem desgastante.

Quais seus planos para o fim do semestre de 2022 e início de 2023?

Lançar mais remixes em português e aprimorar cada detalhe do meu show, tanto nos visuais e iluminação quanto a poder criar novas experiências de live no palco.

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Matéria feita em parceria com Daniel Outlander

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