Paulo de Vilhena, renomado especialista em aceleração de resultados empresariais, lança seu mais recente livro, “Alavancagem”, pela DVS Editora. Inspirado no Princípio da Alavanca de Arquimedes, Vilhena apresenta estratégias inovadoras para impulsionar o crescimento saudável de negócios, desafiando conceitos convencionais da gestão empresarial.

Contrariando a ideia de esgotar esforços em trabalho incessante, o autor destaca a importância de identificar e utilizar alavancas estratégicas para elevar os negócios a novos patamares. Explorando métodos para reduzir resistências e contornar obstáculos à execução, Vilhena prioriza o planejamento estratégico sobre as atividades operacionais do dia a dia.

Com mais de duas décadas de experiência ao lado de empresas globais, Vilhena discute os tipos fundamentais de alavancagem empresarial, organização dos princípios fundamentais da gestão das PME e a importância crucial do planejamento eficaz. “Alavancagem” desafia a adoção simplista de fórmulas prontas, oferecendo insights profundos e aplicáveis para estimular líderes empresariais a descobrirem as alavancas únicas para um crescimento significativo.

Como o Princípio da Alavanca, descrito por Arquimedes, o inspirou a desenvolver estratégias para impulsionar o crescimento empresarial?

Não posso dizer que foi o princípio de Arquimedes que me inspirou a desenvolver o que seja, foi muito mais perceber que a solução para os problemas nas empresas, passavam por multiplicar a nossa produtividade, ou seja maximizar o impacto dos recursos utilizados. Mais tarde entendi que na física já o mesmo princípio havia sido despistado. Daí a construir a analogia foi um passo.

Qual é a abordagem que você adota em relação à importância da estratégia em comparação com as atividades operacionais do dia a dia?

A maior parte dos empresário tende a ter um foco operacional, ou seja nas atividades que precisam de ser desempenhadas nos dia-a-dia. Isso acontece porque a maior parte dos empresários têm um perfil essencialmente técnico e por isso costumam ser bons operadores. Mas estas atividades técnicas não estão orientadas para o crescimento dos resultados empresariais e apenas em fazer bem o que precisa de ser feito. Para fazer crescer uma empresa precisamos de uma estratégia, uma engenharia na organização dos recursos à nossa disposição, que vise um resultado crescente de longo prazo. Para isso o empresário deve desenvolver as suas competências de empreendedor e de gestor.

Quais são os métodos que você explora no livro para reduzir resistências e superar obstáculos à execução?

Eu diria que o essencial, para conseguir reduzir essas resistências, seja uma alargamento da consciência do empresário, no sentido de entender onde terá mais impacto a aplicação dos recursos escassos que tem à sua disposição. De realçar que quando falo de recursos, estou quase sempre a referir-me ao tempo, às pessoas e ao dinheiro. E esse alargamento de consciência é o estudo de uma vida e nunca está terminado. No entanto, como consultores, precisamos de dar às pessoas ferramentas práticas que ajudem neste processo. Assim o processo deve contemplar planejamento, a medição operacional e de resultados e a afinação. Dentro disso algumas ferramentas adicionais podem ser mencionadas, como checklists, softwares, scripts, reuniões, avaliações de desempenho, etc.

Como você destaca a importância das pessoas como fonte de valor empresarial?

Dentro de uma empresa todas as ideias nascem das pessoas. A execução depende das pessoas, a interação com os clientes depende das pessoas, então todo o valor económico criado tem origem nas mesmas. Se preferir que coloque a coisa de outra forma, conceptualmente, só temos atividade empresarial a partir do momento em que formamos equipa e temos pessoas a trabalhar conosco, conseguindo os níveis mais básicos de alavancagem. Até lá somos autoempregados. O desafio do empresário está em criar o ambiente para que essas pessoas estejam perto do seu máximo potencial.

Quais são os tipos fundamentais de alavancagem empresarial discutidos no livro?

Na gestão empresarial nós verdadeiramente ganhamos ou perdemos alavancagem a cada decisão que tomamos, incluindo as decisões mais mundanas e simples que são tomadas no dia-a-dia. No livro procuramos desmultiplicar inúmeras formas de procurar essa alavancagem. Desde o planejamento, à medição, à produtividade, à estratégia, ao marketing, ao processo comercial, à arquitetura social, à sistematização, ao recrutamento, ao treinamento, à comunicação, à tecnologia e por aí vai.

Paulo de Vilhena
Paulo de Vilhena

Você compartilha ideias específicas para impulsionar o crescimento nas vendas? Se sim, quais são essas ideias?

Mais do que ideias especificas, porque essas dependerão de cada negócio e de cada momento no tempo, o que sempre pretendo com os meus livros é apresentar modelos que ajudem a estruturar o pensamento dos empresários, no sentido de os ajudar a ativar o cérebro no sentido de constantemente poderem encontrar essas ideias. Cada vez mais, nos negócios, o que é uma boa ideia hoje amanhã deixa de funcionar. O que eu acredito que precisamos é de modelos que nos ajudem a saber onde encontrar essas ideias.

Alavancagem é descrito como um guia de soluções instantâneas ou como uma obra que desafia a adoção simplista de fórmulas prontas? Por quê?

Sem hesitação a segunda alternativa! Como eu digo no livro, vivemos uma onda de promessas irreais impulsionadas por abordagens estritamente comerciais — e que aumentam a carga de frustração sobre os ombros de muitos empreendedores que aplicam as ditas “fórmulas infalíveis” e veem seus negócios ruírem.

Não há cinco coisas fáceis que, se eu fizer, vão aumentar exponencialmente os resultados da minha empresa. Não há empresas que trabalhem sem seus líderes ou que demandem apenas quatro horas de trabalho por semana. Veja, muitos dos conteúdos — livros, cursos, artigos — que fazem essas promessas trazem, obviamente, boas reflexões e ferramentas. No entanto, para captar a atenção do público, simplificam temas de extrema seriedade e que geram expectativas que não serão alcançadas.

A grande verdade é que cada empresa é uma empresa diferente. Cada ambiente econômico é um ambiente econômico diferente. O próprio cenário dos negócios muda todos os dias, a concorrência muda, reage, inova. Ou seja, há uma série de variáveis sobre as quais nós, empresários e empreendedores, não temos nenhum controle, e que, com frequência, nos agridem.

Como você incentiva os líderes empresariais a repensarem suas abordagens aos desafios?

Essencialmente desafiando-os a que fujam do senso comum e tenham a coragem de questionarem aquilo em que sempre acreditar. Para que eu faça melhor, preciso de fazer diferente e para fazer diferente, não posso partir dos mesmos pressupostos. É necessário refinarmos as nossas convicções, para pensando diferente, fazer diferente e ter melhores resultados.

Quais são os conceitos comuns sobre empreendedorismo que são desmitificados no seu livro?

O principal é o mito de que quem se estabelece por conta própria é, de fato, um empreendedor. Da forma como eu vejo as coisas um verdadeiro empreendedor é um visionário estratega que vive preparando o futuro da empresa. A maior parte dos empresários são operadores, que se preocupam como as atividades diárias da sua empresa. Mas essa ideia nem é original. Desde os anos 80 que esse desafio foi identificado por Michael E. Gerber, eu só fui refinando o que acredito ser a solução, nos últimos 30 anos.

Como você capacita os empresários a intelectualizarem suas abordagens para ampliar a capacidade de alavancagem e promover um crescimento exponencial?

Desafiando-os, questionando-os, educando-os e treinando-os! E para isso utilizo várias ferramentas. Os meus livros fazem parte dessa bateria, bem como as incontáveis horas de conteúdos publicados nas redes sociais, os nosso cursos, eventos e, acredito que mais importante de tudo, a nossa equipa de consultores que no dia-a-dia acompanha já centenas de empresários, um pouco por todo o mundo.

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