Conhecida por produções de sucesso como “Novo Mundo”, “A Regra do Jogo” e “I Love Paraisópolis”, Larissa Bracher, nasceu em Juiz de Fora na quarta geração de uma família do ramo artístico. Filha dos artistas plásticos Carlos e Fani Bracher, a atriz desde sempre obteve o apoio dos pais na sua decisão como artista.

As artes cênicas foi uma das primeiras decisões que tomou por conta própria na sua vida adulta. Durante o período em que cursava filosofia na faculdade, Larissa finalizou seu curso de teatro e logo depois foi convidada pela Oficina de Atores da Globo para ir morar na cidade do Rio de Janeiro. A decisão de sair de sua cidade e com a faculdade ainda acontecendo foi muito difícil, porém, foi essa mudança quem definiu que ela é hoje.

Quando o teatro entrou na sua vida?

O teatro entrou na minha vida quando eu própria comecei a fazer opções.O Yoga e o teatro foram as primeiras escolhas de uma vida adulta, embora fosse ainda tão nova. O teatro me chamou atenção pelas pessoas. Ali pensei “encontrei minha turma”..(risos)

Da faculdade de filosofia a artes cênicas, o que a fez mudar de rumo nos estudos?

Na verdade por algum tempo eu segui os 2 cursos paralelamente. Estudava e lia sem parar. Me formei em teatro e ainda faltava um tempo pra eu me formar em filosofia, mas daí recebi o convite da Oficina de atores da Globo pra vir morar no Rio. Foi uma decisão difícil, pois se tratava de me mudar,, trancar faculdade e a bem da verdade, mudar de vida em menos de 4 dias. Era pegar ou largar. Peguei.

Foto: Barbara Lopes | Agencia O Globo

De onde surgiu a ideia de se especializar em life coach?

O Life coach apareceu quando achei que tinha muito mais a oferecer no mundo do que o que estava sendo aproveitada e absorvida. Pensava “não é só isso que eu sei fazer”, “não é só disso que eu gosto”, e fui resgatar meu amor por conversar, tratar e conhecer a vida das pessoas. E qto mais eu atendo, melhor atriz eu fico. Observar gente é o grande substrato do ator.

Entre atuar na televisão e no teatro, quais as principais diferenças na hora de atuar?

No teatro você não pode errar e precisa encontrar novas motivações para não “esgotar” suas emoções ao repetir uma mesma história, com as mesmas palavras todos os dias. Na tv você fala coisas aparentemente diferentes, sabendo que se erra poderá voltar. Mas gosto muito do que se assemelha entre as 2 linguagens: ambas precisam da verdade!

Sua última novela foi ano passado quando interpretou Benedita em “Novo Mundo”. Existem novos planos para retornar a televisão?

Ainda não. Agora estou fazendo a preparação de elenco do filme “Macabro” da dupla Marcos Prado e José Padilha. Juntos, eles fizeram Tropa de Elite1, 2, Narcos entre muitos outros trabalhos. Estou trabalhando muito e muito honrada por ter sido escolhida.

Foto: Barbara Lopes | Agencia O Globo

Você contracenou com Caio Castro nas novelas “I Love Paraisópolis” e “Novo Mundo”. Como foi essa parceria?

Em I Love Paraisópolis eu não contracenei com ele, nem mesmo cruzei com ele pelos corredores. Foi uma participação. Gravei mais com Bruna Marquezine, Tatá Werneck e Ângela Vieira. Na Novo Mundo descobri que Caio é um jovem de alma velha…Ô menino sabido e querido..adoro ele.

Como foi a preparação para construir o perfil de uma personagem tão tensa como a Gisela em “A Regra do Jogo”?

Ali, entrei 2 dias antes de ir ao ar. Não tive preparação nem nada. Era Natal quando fui chamada. entrei num núcleo muito maravilhoso com Maeve Jinkings e Carmo (meu amigo, com quem eu já havia trabalhado em Chiquititas). Minha construção foi criar empatia com as mães que perdem filhos (q deve ser a pior dor do universo) e pensei na Gisela lutando cena a cena para reconstruir sua família.

Como foi trabalhar ao lado de Bruno Mazzeo em “Cilada” (2009)?

Eu ria tanto que em algumas cenas eles deixaram.

Foto: Barbara Lopes | Agencia O Globo

Seu último trabalho no cinema foi em “Casa de Boneca” de 2011. Sente saudades de voltar as telonas?

Fia Maria do Caritó com Lilia Cabral, Leopoldo Pacheco entre outros, em dezembro de 2017. É sempre um prazer fazer cinema, estando diante das telas, ou não..

Qual foi a sensação de ter recebido em 2001 o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Miami?

Apesar de não mudar radicalmente a vida de ninguém (tirando de quem ganha o Oscar (risos) ), o prêmio serve para você ficar feliz por pessoas da área terem escolhido seu trabalho em detrimentos de outros. é uma honraria, mas não muda uma vida.

Deixe uma mensagem para finalizarmos.

“Tudo vem para o bem”, já dizia meu avô. quando menos esperamos, algo que considerávamos ruim, terá sido o que nos salva.

Foto: Jorge Rodrigues
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