Dona de múltiplos talentos e tendo começado nas aulas de balé aos 3 anos, Julia Konrad é uma pernambucana cheia de talentos, que ainda criança ingressou nas maravilhas do mundo das artes. Amante dos estudos, acredita que todos os componentes de seu currículo sejam de extrema importância e a chave principal para o sucesso e realização de qualquer artista.

Com apenas 11 anos, mudou-se com sua família para a Argentina, onde começou a fazer aulas de canto e teatro musical.

Em Buenos Aires, integrou o elenco de vários musicais encenados em seu colégio e com grupos independentes, participou de montagens como “Hair”, “American Idiot ”, “Wicked” e “ The Wedding Singer”.

Em 2009, mudou-se para Nova Iorque, onde participou de um intensivo de teatro musical no conservatório CAP 21, se formando 3 anos depois. No ano de 2012, estudou teatro musical na American Musical and Dramatic Academy.

Ainda nos EUA, participou do longa metragem independente “Allure”, de Sérvio Vladan Nikolic. Julia também aproveitou sua passagem para realizar oficinas de Ibsen, Chekhov, Shaw e Strindberg na Pearl Theatre Company.

Em 2013, retornou ao Brasil e logo após sua chegada fez seu cadastro na Rede Globo, considerada a maior da América Latina.

Seu talento despertou a atenção dos produtores, que chamaram em 2014 para fazer um teste para a novela “Geração Brasil”, sua primeira novela.

No ano seguinte as produções iam a todo vapor, participou de “Sete Vidas” e “Malhação: Seu Lugar No Mundo” no papel de Ciça.

Julia terminou de filmar recentemente o longa-metragem “Jamais estive tão segura de mim mesma”, de Monique Gardenberg.

1. Tendo começado desde pequena no mundo das artes. Como foi o seu primeiro contato com o meio e quando decidiu que queria levar a carreira de atriz pra vida?

Foi tudo muito natural, sempre tive essa inclinação pelas artes. Pedi aulas de bale aos 3 anos de idade, sabia todos os diálogos dos filmes da Disney e encenava meus favoritos com minhas bonecas no quarto, tirava músicas de ouvido no piano de brinquedo. Minha mãe sempre apoiou muito, incentivou desde pequena. Uma coisa foi levando à outra, e quando pisei no palco, sabia que meu lugar era ali.

2. Além da interpretação, você já demonstrou talento e interesse pelo balé e pelo piano. Acredita que essas outras habilidades a ajudam a fortalecer seu trabalho?

Com certeza! Quanto mais preparados estamos como artistas, quantas mais habilidades tivermos, mais rico será nosso trabalho. É importantíssimo estar preparado para qualquer situação – tantos personagens diferentes, tantas vidas diferentes para encenar, quanto mais habilidades e conhecimento melhor.

3. Com apenas 11 anos, veio com sua família de Pernambuco para morar na Argentina com o objetivo de realizar cursos de teatro musical e canto. O que motivou na essa vinda para Argentina? Já pensou em usar esse talento na música para tentar construir carreira na indústria fonográfica?

Minha familia inteira está no ramo gastronômico, começando pelo meu avô materno que criou o Grupo Spettus. No ano 2000, com a crise na Argentina, meus pais foram enviados para cuidar de um dos restaurantes do meu avô na capital porteña. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu tinha apenas 10 anos e fui para uma cidade que respira arte. No colégio, tinhamos o drama club, que montava peças musicais todo ano com um elenco de alunos, e foi aí que tudo começou. Aulas de música eram obrigatórias no colégio, e por conta do meu interesse nos musicais, escolhi canto. Daí, uma coisa levou à outra e terminei escolhendo a o teatro musical como foco dos meus estudos superiores. Sou cantora por conta dessa minha formação, aprendi técnicas de muitos estilos diferentes de música… e penso sim, num futuro, talvez, investir nisso. Mas no momento, não é o meu foco.

4. Além da sua experiência na televisão, Ju também tem em seu currículo uma boa quantidade de peças já produzidas. Na sua opinião, qual é a principal diferença entre fazer seu trabalho na televisão e no palco?

O palco é um ser vivo. Teatro respira. Existe uma troca imediata com o público, uma troca de energia. Nenhum dia é igual ao anterior numa mesma temporada. Essa é a magia do teatro. Já nos meios audivisuais, o desafio é outro – como internalizar toda essa energia para caber na camera? Como conectar com o público a distancia, a través do tempo e espaço? Essa, é a magia da televisão e do cinema. São duas experiencias completamente diferentes, porém igualmente desafiadoras e importantes.

5. O ano de 2009 foi um que realmente marcou um passo muito importante pra jornada da atriz, pois pela primeira vez foi para Nova York realizar um curso de teatro no conservatório CAP 21 e se formado na academia internacional AMDA. Em um trabalho que é tão disputado e ainda por cima sonhado por vários jovens e adultos nos dias de hoje. Qual é a maior importância do estudo sempre na formação de um bom ator?

Estudo é fundamental. Nosso material de trabalho é nosso corpo e nossa mente – e quanto mais preparados estiverem, mais rico será o resultado. Óbviamente existem aqueles atores intuitivos, que já dão perfomances incrives sem ter estudo algum. Mas, quando esses atores correm atrás de uma educação, de técninca… aí nascem os grandes. Porque não ter o melhor instrumento de trabalho possível?

6. Ainda fora do Brasil, conseguiu participar do longa-metragem “Allure” do diretor sérvio Vladan Nikolic. Qual a importância que você sente em poder carregar essa grande conquista em seu currículo? Dá orgulho por ser uma artista brasileira?

Esse trabalho foi extremamente especial para mim. Meu primeiro teste depois de formada, meu primeiro trabalho depois de formada, meu primeiro trabalho audiovisual, com uma historia complexa e sem roteiro escrito. Vlad nos dava as situações de cada cena, o que ele precisava, e improvisávamos em cima disso. Foi maravilhoso, uma delicia. Arte do cinema na forma mais pura. Foi um presente ter este trabalho como meu primeiro, e sem dúvida, é um orgulho meu.

7. O ano de 2014 marcou sua estreia em “Geração Brasil” como uma artista da Globo. Como é a sensação de ter conquistado um lugar que é por muitas vezes almejado por tantos artistas assim no Brasil?

Foi uma experiencia que me ensinou muito, sobre o meio artístico aqui no Brasil, sobre o oficio de fazer novela, tão diferente de tudo que tinha feito anteriormente, e principalmente, sobre gratidão. Eu mal tinha pisado no país e estava sendo escalada para uma novela das 19hs na maior emissora do continente. Foi mais um presente, e sabia o valor disso.

9. Como você se definiria como pessoa e como profissional?

Inquieta. Estou sempre pensando no próximo projeto, seja pessoal ou profissional (risos). Ainda tenho que aprender a viver o momento!

10. Pelo o que você já trilhou com sua experiência. Qual é o maior desafio que você já vivenciou em tentar entrar para o meio artístico? E qual dica você poderia passar a alguém que um dia deseje seguir seus passos?

O “não” sempre é terrível. Você acaba criando uma casca, entende os porques de não pegar alguns trabalhos, mas sempre dói, mesmo sabendo que na maioria das vezes o motivo não tem nada a ver com você. Por isso, minha dica é calma. As coisas sempre acontecem quando devem acontecer. Não deixe nada abalar o seu foco. Objetivo firme, sempre.

11. Atualmente você acabou de rodar o longa “Paraíso Perdido” da diretora Monique Gardenberg. Como foi a nova experiência e o que pode nos adiantar no momento?

Foi maravilhosa! Mais um presente para minha lista. Trabalhei com pessoas que sempre admirei, o roteiro da Monique é incrível, fui dada uma personagem complexa, cheia de camadas. Foi um prato cheio! Rs Posso adiantar que é uma história que vai emocionar bastante, fazer rir e chorar, e deixar um gostinho de saudade com a trilha sonora…

12. Deixe uma mensagem para terminarmos.

Nunca esqueça de agradecer por absolutamente tudo que cruza seu caminho. Uma vez que a gente aprende que tudo que vem é para o nosso bem, a vida fica muito mais leve.

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