Gui Agustini fala sobre sucesso em novo filme brasileiro sobre um agente do FBI

Luca Moreira
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Apenas dois anos após o fatídico 11 de setembro, o lutador brasileiro Fernando Tererê foi preso nos Estados Unidos por suspeita de terrorismo. Um dos encarregados do caso é o agente Barry do FBI, papel que será interpretado por Gui Agustini no filme “O Faixa Preta”, dirigido por Caco Souza, contando a história real do pentacampeão mundial de Jiu Jitsu.

Ator, cineasta e modelo, Gui dedicou sua infância e adolescência ao tênis até o momento em que foi competir na Venezuela, onde descobriu seu fascínio e paixão pela atuação. Hoje, com séries de grande sucesso em todo o continente americano no currículo, criação de mais de 10 curtas-metragens, 3 deles premiados, diversas campanhas publicitárias, novelas, peças de teatro – sendo todos seus trabalhos fora do Brasil – Gui atuará no segundo Longa-metragem nacional de sua carreira, após estrelar “Solteira Quase Surtando” em 2020. Confira a entrevista:

Você interpreta o agente Barry do FBI no filme “O faixa preta”. Como foi a experiência de estar contando a história real do pentacampeão mundial de Jiu Jitsu? 

Gui Agustini: Fazer parte desse filme foi e é uma alegria gigante, uma satisfação enorme e uma grande honra. De verdade. Histórias reais por si são as que mais me fascinam e atraem, aí uma como a do Fernando Tererê que combina esporte com glória com muitos problemas e dificuldades e logo inspiração e superação é de ouro mesmo. Além disso, ter um roteiro maravilhoso, que não canso de dizer: foi o melhor roteiro que já li até hoje; um elenco talentosíssimo e de ponta, e uma equipe incrível liderada pelo nosso diretor Caco Souza são elementos muito especiais.

Sua infância e adolescência foi dedicada ao tênis, mas em algum momento você se apaixonou pela atuação. O que o fez seguir a carreira artística?

Gui Agustini: Olha, em um primeiro momento foi graças  a um ator renomado na Venezuela que me incentivou muito e tinha uma confiança em mim que eu não entendia. Isso plantou uma semente de: “eu acho que meu caminho e destino é por esse meio artístico mesmo”. Mas depois foram as experiências que fui tendo e a paixão que realmente fui criando por essa arte. E quando eu decido que quero e vou fazer algo, eu entro de cabeça mesmo.

Foto: Reprodução;/Instagram

Essa é a segunda atuação em um longa brasileiro, tendo estrelado em 2020 em “Solteira Quase Surtando”. Entretanto, você já participou de outros trabalhos fora do Brasil. Conte-nos um pouco sobre esses trabalhos e o quanto cada um vem agregando em sua carreira.

Gui Agustini: Todos meus primeiros trabalhos profissionais aconteceram em Miami. Eu comecei fazendo pontas pequenas em novelas da Telemundo e ao mesmo tempo gravando comerciais publicitários para grandes marcas. Logo eu fiz um personagem recorrente na série de muito sucesso da Nickelodeon chamada Grachi 2 que me deu mais confiança. Aí tive a honra de trabalhar com o renomado diretor Kenny Ortega no vídeo clipe musical da Glória Estefan “Hotel Nacional” e logo depois entrei na série seguinte da Nickelodeon chamada ‘11-11 En Mi Cuadra Nada Cuadra’ e quase ao mesmo tempo fiz minha primeira participação em uma série americana de sucesso que se chamava The Glades. Todas foram experiências importantes na minha evolução. Aí foi quando decidir mudar para Nova York para estudar em um conservatório de 2 anos período integral. Bem intenso. Depois de graduado voltei a trabalhar com bastantes campanhas publicitárias e trabalhos de voz. E aí comecei a criar muitos curtas-metragens de onde surgiu meu encanto pela direção.

Você já se arrependeu de algum trabalho? E qual foi o que mais te marcou?

Gui Agustini: Eu não me arrependo de nada na minha vida e sou muito grato a isso porque tudo foram experiências importantes, valiosas, as vezes necessárias, por mais desagradável que tenham sido. Mas realmente, eu tive a sorte de nunca ter sofrido nenhum trauma ou situação extremamente ruim. Quanto ao trabalho que mais me marcou, eu diria que foi minha participação na série The Glades onde interpretei um biólogo marinho por causa das circunstâncias da gravação, por ter sido o maior e mais caro set em que já estive e por ter sido logo no comecinho da minha carreira. Mas também não posso deixar de mencionar o “Solteira Quase Surtando” por ser meu primeiro longa, no Brasil, e o personagem de mais substância até hoje.

Foto: Reprodução/Instagram

Além de ator, você também é diretor e produtor com 10 curtas já lançados. Atualmente está em algum novo projeto que possa nos contar?

Gui Agustini: Sim, eu acabei de dirigir meu primeiro curta metragem brasileiro que foi gravado no Rio, na famosa Escadaria Selaron. Foi uma experiência incrível com uma equipe reduzida, mas fantástica. O título presente é ‘Abismo’, um drama de relacionamento criado, estrelado e produzido por Valeria da Silva com a Dandara Productions. Também tenho a intenção de dirigir e atuar em mais um curta até o fim de abril. Além disso, eu fiz uma participação no longa rodado também na minha terra natal, Campinas, chamado ‘Tração’, dirigido e atuado por André Luis Camargo que conta com a participação de Marcos Pasquim e muitos talentos brasileiros. Nos EUA, eu tenho um curta como diretor, ator e produtor, um drama com suspense, que se chama ‘Southern Hospitality’ que já está finalizado, e estou terminando a pós de um outro curta como diretor, este de ação, chamado ‘Closure’.

A maioria dos filmes que geralmente envolvem histórias que se relacionam com o tema policial, principalmente com as agências de inteligência como FBI e CIA, costuma ser criticada pelos exageros que são colocados em seus roteiros. Conquistando a experiência de protagonizar um filme com esse tipo de ação. Você acredita que o cinema realmente consegue fantasiar o mundo das investigações?

Gui Agustini: Só para deixar claro que eu não sou o protagonista de O Faixa Preta. É uma pequena participação, mas crucial no filme, como um agente do FBI. Eu acho que depende muito do filme. Aqueles de ação de anos atrás e até alguns mais recentes, concordo, mas muitos filmes e séries, principalmente dos últimos 15 anos, tentam ao máximo retratar a realidade. E muitos são baseados em histórias reais. Obviamente que por inúmeros motivos é impossível retratar exatamente em uma ficção, para isso estão os documentários, mas eu acredito que não há uma fantasia completamente fora da realidade. Na verdade, eu creio que existem filmes, como o próprio ‘O Faixa Preta’, que mais bem amenizam o que foi a realidade de certos momentos e acontecimentos.

Foto: Reprodução/Instagram

Dentro de sua família, você tem nacionalidades na Argentina e no Peru, porém, afirmou em uma declaração que se sentia 100% brasileiro atualmente. O que você mais curte aqui no Brasil e o que mais sente falta nos outros países?

Gui Agustini: Eu cresci e vivi no Brasil até os 19 anos, apesar de ter viajado bastante com o tênis. Então eu me identifico muito, em uma generalização é claro – porque vem da minha experiência – com o jeito brasileiro alegre, despojado e positivo de ser. Eu amo minha família e amigos brasileiros, amo a comida brasileira e amo as praias do Brasil. Pra mim, não tem iguais. Do Brasil, o que eu mais sinto falta é minha família e amigos, e da qualidade de vida que tenho aqui.

Há pouco tempo, você se mudou para Los Angeles, na Califórnia, que é uma das maiores potências da produção do cinema norte-americano. Como tem sido sua adaptação no mercado estrangeiro e quais foram as principais facilidades e dificuldades que encontrou na indústria cinematográfica local? Os estúdios são abertos aos artistas naturais de outras Américas?

Gui Agustini: Minha mudança para LA aconteceu em Outubro do ano passado e somente passei 2 meses lá. E foi um período bem transitório em relação a minha agência e manager. E com a pandemia tudo mudou então não tenho nenhuma base de comparação ainda. Mas eu me senti muito bem em Los Angeles e tive em 2 meses muitas oportunidades incríveis de trabalho. Então sou muito grato e tenho muita confiança e fé de que será um mercado muito melhor e acessível para mim. A grande facilidade, dentro de tudo, foram as amizades e pessoas do meio que conheço em Los Angeles.

Foto: Reprodução/Instagram

Fazendo uma análise entre as produções de séries e cinema brasileiro do americano. Qual é a sua opinião a respeito das produções? O que um tem que o outro não tem?

Gui Agustini: Em primeiro lugar, muito mais verba e recursos. Sem dúvida alguma. Ou seja, muito mais acesso a eles. Existem muito mais oportunidades de trabalho e formas de obter recursos financeiros. Não que seja fácil ou simples, mas é muito mais amplo. E a outra diferença, no geral, diante das minhas experiências, é a organização das produções americanas.

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