El Coffee, a nova promessa do trap paulista, acaba de estrear o videoclipe de “Casual”, marcando um passo significativo na carreira do artista com a produção de Paiva Prod. Este lançamento não é apenas uma adição visual à sua mixtape “Maciço”, mas sim um manifesto de sua identidade e vivências. A mixtape, disponível nas principais plataformas digitais, é o primeiro projeto completo do gênero trap na trajetória de El Coffee e vem recheado de colaborações com nomes conhecidos no cenário, como Kayode, Caio Luccas, e Trunks.

“Maciço” é descrito por El Coffee como um trabalho que transcende as preocupações com o mercado e etiquetas musicais, buscando oferecer um retrato autêntico de suas experiências pessoais e profissionais. Com 13 faixas, o projeto reflete as lutas, conquistas e desafios enfrentados pelo rapper ao longo de seus 22 anos, representando uma verdadeira jornada de autodescoberta e afirmação.

A escolha do nome “Maciço” para a mixtape é uma homenagem às raízes de El Coffee e sua “banca” de amigos da Zona Norte de São Paulo, refletindo o caráter original, autêntico e positivo do projeto. A palavra, que também é a primeira tatuagem do artista, simboliza a importância de permanecer fiel às suas origens e crenças. Com a colaboração de renomados produtores e artistas que compartilham de vivências semelhantes, “Maciço” promete ser um marco na carreira de El Coffee, apresentando ao público uma sonoridade rica, diversificada e profundamente pessoal.

Como foi o processo de criação da mixtape “Maciço” e o que você espera que os ouvintes sintam ao ouvi-la?

O processo de criação da Maciço Tape foi natural, completamente natural. Foi uma época que eu estava passando por diversas coisas, diversas turbulências. Era um mix de felicidade e de tristeza e eu quero que os ouvintes absorvam aquilo que eu estou querendo passar. Querendo ou não, tem uma mensagem. Tem um nexo. Então eu espero que os ouvintes se identifiquem o que eu estou querendo dizer, o que eu estou querendo passar e aquilo que eu estou transmitindo.

Qual foi o principal tema ou mensagem que você quis transmitir através das letras e músicas de “Maciço”? 

O tema foi mais de foco mesmo, de persistência, empoderamento. Foi isso que eu quis transmitir através das letras, dos versos. Foi basicamente isso, foco mesmo, confiança. Confiança é o necessário, principalmente confiança.

Como foi trabalhar com uma variedade de produtores musicais e artistas convidados na mixtape? 

Para mim, foi demais pelo fato de eu conhecer como cada produtor trabalha, como cada produtor lida dentro do estúdio. Para mim, foi uma experiência enorme que pode ter certeza de que eu evoluí bastante com esses produtores. Se não fosse esses produtores que estão na Tape, talvez eu não teria tido essa evolução musical que eu estou tendo hoje. Foi essencial ter esses produtores trabalhando comigo porque eles me ajudaram muito, além de conselhos quando eu estava começando. Quando eu comecei a fazer os sons da mixtape eu estava começando, então eu ouvi muito. Eu falei pouco e eu ouvi muito.

El Coffee (Biellzeira)
El Coffee (Biellzeira)

O que você destaca como sendo a essência do trap paulista e como isso se reflete em sua música?  

O que eu posso destacar, sendo essência do Trap Paulista, é ser real. Na mixtape eu estou sendo eu, não estou sendo personagem, não estou falando aquilo que eu almejo. Claro que às vezes na mixtape eu falei aquilo que eu almejo, mas a maioria das coisas que eu falo na mixtape são coisas que eu já vivi e coisas que eu estou vivendo, estou vivendo. Então foi isso. Está 100% eu na mixtape, 100% rua, 100% tudo, periferia, tudo. A mixtape “Maciço” é o real Coffee.

Pode nos contar um pouco sobre a inspiração por trás da música “Casual” e como foi o processo de criação do videoclipe? 

Casual acho que vai ser bem recebida pelas mulheres, porque eu relatei aquilo que realmente acontece, que já aconteceu comigo. Eu passei por uma experiência amorosa igual a Casual, então eu acho que vai ser bem recebido pelo público feminino. O processo de criação do videoclipe foi loucura. No mesmo o dia que a gente gravou a Casual, a gente estava no estúdio, então foi uma direção de arte bem bacana, bem foda. Por isso, eu acho que a Casual vai ser bem recebida pelo público feminino.

Quais são suas expectativas para o lançamento do videoclipe de “Casual” e como você acha que ele complementa a experiência auditiva da mixtape? 

O que me influenciou na minha jornada foi o rap e o funk. Os maiores artistas, os atuais maiores funkeiros do Brasil, são da Zona Norte e a maior empresa de funk do mundo também é da Zona Norte. O funk me influenciou muito nessa mixtape, influenciou muito na minha carreira, influenciou muito na forma que eu relato as coisas que eu vivi, aquilo que eu estou vivendo, o que eu almejo.

El Coffee (Biellzeira)
El Coffee (Biellzeira)

Como a cultura e a cena musical de São Paulo influenciaram sua jornada como artista de trap? 

Pode esperar muita música boa. Eu sou a música, eu amo trap, eu sou o rap, mas eu não vou me prender a rótulos. Então, podem esperar que vocês vão ver um Coffee mais musical, mas sem perder a essência. Não tem como eu perder a minha essência, não tem como eu criar um personagem. Eu vou continuar sendo o Coffee. Só vou partir para um lado mais musical, mas eu vou continuar com a minha essência.

Como é para você representar a Zona Norte de São Paulo em sua música e como essa identidade local se manifesta em suas letras e na sua arte? 

A Zona Norte para mim é a melhor área de São Paulo para se morar, para se conviver. A identidade que eu quis passar na minha arte é a minha essência. Na real que tudo que eu vou fazer, eu estou sendo 100% eu.  Sou o mais original possível, minha forma de falar, minhas gírias, minha forma de se impor, minhas expressões são 100% eu, 100% Zona Norte, 100% minha área, Vila Albertina.  As vivências que eu tive na Zona Norte influenciaram muito, porque eu vi muita coisa muito novo. Muita coisa que gente que é 10 anos mais velha que eu não vi e não vivi aquilo que eu vivi.

Além da música, você mencionou interesse em elementos dos afrobeats. Como você planeja incorporar esses elementos em sua música futura e qual é a sua visão para essa fusão de estilos?

O afrobeat eu venho ouvindo há dois anos. Não só ouvindo, mas também estudando. Eu comecei a ler a biografia do Afro, desde o Fela Kuti, e estudei a métrica deles. O vocabulário africano é totalmente diferente do português, então eu tive que estudar. Eu não cheguei e simplesmente rimei. Eu estudei o afrobeat para tentar soar o máximo possível do gênero. Tem vezes que eu faço em uma hora, tem vezes que eu demoro três semanas para escrever, para compor em um beat de Afrobeat. Não adianta eu chegar no beat de Afrobeat e compor qualquer coisa só para rimar. Tem que fazer um nexo, tem que ter um sentido, Na Maciço Tape, tem músicas que eu fiz em 10 minutos. Eu nem escrevi, eu só fui para frente do mic e soltei. Agora, com o Afrobeat não, o Afrobeat já requer uma atenção maior. A minha evolução musical vai estar nítida no Afrobeat. Eu estou apostando isso no Afrobeat porque é uma onda, uma sonoridade diferente. O Afrobeat é o futuro.

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