Dodh Revela o EP ‘Melaço na Pele’ e Apresenta os Videoclipes Iniciais das Faixas ‘Balanço’ e ‘Facinho’

Luca Moreira
13 Min Read
Dodh (Gabriel Mustache)

O cantor e compositor Dodh revela seu primeiro EP, intitulado ‘Melaço na Pele’, no qual explora a vivacidade de um romance pulsante através de quatro faixas autorais. O lançamento é acompanhado por quatro visualizadores, sendo que dois deles, referentes às faixas ‘Balanço’ e ‘Facinho’, serão disponibilizados simultaneamente ao lançamento em 27 de outubro.

O título ‘Melaço na Pele’ amalgama elementos tanto abstratos quanto físicos, simbolizando a intensidade e o prazer de um romance apaixonado. Ao mesmo tempo, faz alusão às relações íntimas que transformam o suor em algo semelhante a melaço. A doçura, o prazer e a intensidade emergem como temas centrais neste projeto.

Com uma sonoridade influenciada por afrobeats, trap, R&B, ritmos africanos e latinos, o EP guia os ouvintes por diferentes etapas de um relacionamento arrebatador, abordando sentimentos que variam da euforia à nostalgia. A faixa inicial ‘Balanço’ pinta um retrato apaixonante do início de um relacionamento, evocando a sensação de navegar e balançar, enquanto destaca a familiaridade de um ciclo de relacionamentos voláteis.

A segunda faixa, ‘Euforia’, apresenta uma experiência mais agitada, explorando desejos e impasses em um relacionamento, descrevendo momentos de confusão e provocação, refletindo os altos e baixos de um amor intenso.

‘Facinho’, a terceira faixa, é incontestavelmente a mais intensa e marcante do repertório, retratando um ciclo de relações voláteis e a irresistível atração que mantém as pessoas retornando, apesar das dificuldades. A faixa conta com a participação de Renata Fechine.

Por fim, em ‘Serena’, Dodh expressa o desejo de que as relações sejam mais sinceras, refletindo uma sensação de cansaço e esgotamento, mas também uma saudade do que foi vivido. A canção encerra o álbum com uma nota de resolução, marcando o fim de um ciclo e o início de uma nova fase.

O título do seu novo EP, “Melaço na Pele”, evoca imagens de intensidade e paixão. Pode nos contar mais sobre o significado por trás desse título?

Procuramos um nome que possa criar uma memória afetiva no público de Salvador. O Melaço é um elemento presente nas praias da cidade, onde as pessoas apreciam o famoso ‘Queijinho’. Este ingrediente representa uma experiência sensorial complexa, oferecendo um sabor rico e intenso, características que se assemelham às sensações transmitidas pelas músicas do nosso EP.

Se você parar para observar ele entrelaça elementos tanto abstratos, quanto físicos, evocando assim, intensidade e a satisfação de um amor apaixonado. Ao mesmo tempo que, sugere uma analogia às relações íntimas, onde o suor se torna uma metáfora semelhante ao melaço, que transpassa aquela complexidade de sabor, com sua doçura prazerosa e bastante intensidade.

Inspirados por frases como ‘O melaço em seus lábios é um símbolo de doçura e complexidade’ e ‘O toque dos lábios com sabor de melaço’, encontramos o nome final do nosso EP, Melaço na Pele.

Sua música combina uma variedade de influências, como afrobeats, trap e ritmos latinos. Como essas influências moldaram o som e a narrativa do EP?

A narrativa do EP se fundamenta em histórias de relacionamentos intensos e sensíveis. A proposta musical é calorosa, oferecendo um som que instiga a movimentação, perfeitamente alinhado com o clima festivo de Salvador. As faixas podem ter um BPM mais moderado, proporcionando uma experiência de dança mais cadenciada, convidativa para movimentos suaves e uma conexão sensorial mais profunda.

O EP parece explorar diferentes estágios de um relacionamento. Poderia explicar como as quatro faixas capturam essas diferentes fases?

Balanço, tive a ideia de compor ao estar em um “date” no Carmo, um bairro aqui de Salvador, além de eu sentir a necessidade de falar da minha cidade, minhas vivências são aqui, o porquê eu não vou citá-la? Nesse encontro no Carmo e Pelourinho, bebemos Cravinho que é símbolo e tradição de Salvador, uma mistura de cachaça, cravo, limão e mel, o sabor é incrível! O bairro passa um sentimento muito gostoso, estar ali no centro histórico de salvador, curtindo, de dengo ou com os amigos, não tem preço! Então Balanço parte disso, um casal se conhecendo, com os olhos brilhando ali pela novidade, em um bairro histórico de salvador, bebendo e curtindo juntos.

Com uma atmosfera mais agitada, ‘Euforia’ me transporta para um momento mais intenso da relação, uma intimidade já criada, onde a forma de se comunicar já é diferente comparada ao início da relação. A composição surgiu após a minha primeira viagem de avião para São Paulo, onde ela, morando no Rio de Janeiro, passou alguns dias comigo. Foi um momento marcante na minha vida, conheci uma cidade que combina muito com a minha forma de ver a arte, juntamente com uma pessoa muito especial. A composição reflete o desejo e o prazer que estavam presos por um certo tempo, devido à distância entre Salvador e o Rio de Janeiro.

Já experimentou o gosto de um relacionamento que termina, mas você quer mais? Essa foi a ideia inicial ao compor ‘Facinho’. A música aborda a situação em que, mesmo tentando demonstrar que não quer mais, os sinais dizem o contrário. Destaco a importância de deixar claro os desejos e intenções, reforçando a ideia de que adotar a transparência torna a conexão mais simples e autêntica. Independentemente das tentativas de afastamento, sempre há um retorno. ‘Seus sinais são fortes e nunca mentem’. Finalizo o EP com a faixa ‘Serena’, considero a mais sincera e pessoal do álbum. Não me preocupei com flows ou métricas, simplesmente liguei o microfone e desabafei. É cansativo viver relações intensas que têm um fim sem responsabilidade afetiva. Tentei manter o máximo de sinceridade nessa composição, por mais esgotado que eu possa parecer, versos de saudade são presentes.

Dodh (Gabriel Mustache)

“Balanço” é a primeira faixa do EP e descreve o início de um relacionamento. Qual mensagem você espera transmitir aos ouvintes com essa música?

Transmitir uma sensação de intensidade, convidando o ouvinte a se transportar para o início a de uma relação, aquele momento ‘gostosinho’, livre de problemas. É como se fosse você, a pessoa e o mar, apenas.

“Euforia” é uma faixa mais agitada que lida com desejos e impasses em um relacionamento. Como você descreveria a experiência que os ouvintes terão ao ouvir essa música?

“Euforia”, como o próprio nome ja diz, é o estado de excitação exacerbada, uma empolgação fora do comum e natural. É, na faixa, a tradução do flerte libidinoso, de uma confusão criada entre essa amálgama de sentimentos complexos. A música ela tem o bpm mais forte que acompanha toda essa estrutura de sentimentos, esse esqueleto é a base dessa experiência sonora. Escutar euforia é participar de uma narrativa quente, doce, amarga e enigmática.

“Facinho” parece ser uma das faixas mais marcantes do EP. Pode nos falar sobre o significado e a história por trás dessa música?

“Facinho” vem da palavra ‘Fácil’ com um jeitinho carinhoso, podemos dizer. A faixa surgiu quando encontrei o beat da faixa na internet e de cara me identifiquei. Senti que eu precisava ser mais incisivo nas rimas, mais ‘quente’, e poderia ser uma boa jogada ter um som mais “avançado” no EP, fugindo um pouco das minhas referências de R&B mais ‘românticas’ e lentas, chamando o público para a dança. Na composição, trago referências a bairros de Salvador, como a Barra e o prédio clássico Oceania, onde meses antes fui convidado por um casal de amigos a assistir ao Festival da Cidade lá do terraço do prédio. Estava entre amigos e me imaginei, em boa parte do show, com essa menina que tinha feito parte da minha vida meses antes. Como será que ela se sentiria vendo essa chuva de fogos de tão perto? Então, unindo minha vontade de criar um som com rimas mais intensas, influências de afrobeat, minhas vivências e com o tempero na medida certa que a Renata Fechine trouxe, esse hit surgiu!

Dodh (Gabriel Mustache)

“Serena” encerra o EP com uma nota de resolução. Pode compartilhar mais sobre o que essa faixa representa para você?

“Serena” é um desabafo em relação a esse ciclo de relações voláteis onde meu anseio era por sinceridade e clareza. Há um sentimento de cansaço e esgotamento presente, no entanto, há também, uma nostalgia pelos momentos vividos. Serena é uma declaração de resolução.

A música muitas vezes tem o poder de evocar emoções e memórias. Existe uma experiência pessoal que influenciou a criação deste EP?

Cada faixa carrega uma história. No processo de composição, mergulhei nas nuances emocionais dessas experiências, que envolvem relacionamentos anteriores. Conheci pessoas maravilhosas, mas que foram passageiras, deixando um gostinho de quero mais, inseguranças e saudades. Juntando esses sentimentos, apresento-lhes ‘Melaço na Pele’! Ao escutar desde a primeira faixa ‘Balanço’ até ‘Serena’, você pode perceber esse ciclo se desfazendo e terminando.

Como foi trabalhar com a participação especial de Lee Sena e Renata Fechine em algumas das faixas do EP? O que eles adicionaram ao projeto?

Lee Sena é meu amigo há uns 10 anos, me conhece bastante, confia em mim e é a pessoa com o maior olhar artístico que conheço! Foi um prazer a primeira faixa dele, seu primeiro “filho” nas plataformas de streaming, ter sido em uma participação em uma música minha, no meu primeiro EP. Além disso, ele foi uma das mentes por trás do desenvolvimento do projeto, conceito e o diretor dos 4 audiovisuais de ‘Melaço na Pele’. Lee trouxe uma vivência em sua letra, onde vi de perto o que aconteceu, e consigo me transportar para o exato momento que ele descreve na música, somando com as minhas vivências.

Já Renata Fechine é uma artista daqui de Salvador também, onde acompanhei seus primeiros lançamentos e sempre me imaginei fazendo um som com ela. Um ano antes do lançamento de ‘Melaço na Pele’, encontrei-a em um show e trocamos uma ideia muito boa, dando esse primeiro passo para fazer uma primeira faixa juntos. Quando escutei a primeira versão dela, gravada pelo celular, tive a certeza de que ‘Facinho’, que ainda não tinha esse nome, seria uma das faixas que mais chamaria a atenção do público. Só a agradecer as pessoas que trabalharam em todo o projeto Melaço na Pele!

Qual é a mensagem central que você gostaria que seus ouvintes levassem deste novo EP, “Melaço na Pele”?

Melaço na Pele tem histórias da minha vida, momentos que vivi, felizes ou tristes. Minha intenção é fazer meus ouvintes se identificarem, se transportarem para a minha história contada. Quero vê-los dançando, sorrindo, chorando, lembrando de alguém especial, compartilhando momentos felizes, curtindo intensamente, isso é Melaço na Pele!

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