De reality shows à gastronomia, Aritana Maroni compartilha experiências que viveu na mídia e na cozinha profissional

Luca Moreira
18 Min Read
Aritana Maroni (Projeto Freedom)
Aritana Maroni (Projeto Freedom)

Aritana Maroni, empresária e cozinheira, ganhou destaque ao participar de programas como “MasterChef Brasil”, “A Fazenda” e “Power Couple Brasil”. Seu início no “MasterChef” foi um ponto de virada que lhe permitiu seguir na gastronomia, apesar de sua formação em fotografia e cinema. “O MasterChef foi para mim o divisor de águas para eu conseguir trabalhar na base da gastronomia”, comenta Aritana, destacando como o programa a impulsionou para uma carreira culinária sólida.

A trajetória televisiva de Aritana também incluiu o programa “Troca de Esposas”, onde enfrentou o desafio de conviver com uma família vegana, em contraste com sua preferência por carne. “Foi uma experiência incrível, mas complicada”, relembra. “Você tem que respeitar a opinião dos outros, mesmo não concordando com ela.” Essa vivência a ensinou sobre a importância do respeito e da tolerância em meio a diferentes ideologias alimentares.

Crescendo em um ambiente onde a culinária desempenhava um papel significativo, especialmente com seu pai criando gado para corte, Aritana desenvolveu uma paixão pela gastronomia desde cedo. As influências de suas avós e a necessidade de cozinhar em casa contribuíram para sua formação culinária. “A influência das minhas duas avós pesou bastante para mim cozinhar”, diz ela, destacando como essa herança familiar moldou sua habilidade e amor pela culinária, particularmente no preparo de carnes.

Aritana também compartilhou suas reflexões sobre a participação em reality shows e a exposição mediática. Ela destaca o desafio de lidar com a pressão e as críticas, mas reconhece a importância de se manter autêntica e resiliente. “Você não pode julgar as pessoas sem antes conhecê-las”, afirma, refletindo sobre as lições aprendidas tanto na gastronomia quanto na televisão.

Com novos projetos em andamento, incluindo a retomada de eventos culinários e a produção de alimentos congelados, Aritana continua a expandir sua presença no mundo da gastronomia. Para os aspirantes a chefs e empreendedores, ela aconselha: “Não desista dos seus sonhos. Se você tem certeza de que o que você está produzindo é bom, faça acontecer.”

Aritana, você teve uma trajetória marcante no “MasterChef Brasil”, “A Fazenda” e “Power Couple Brasil”. Como essas experiências influenciaram sua carreira na gastronomia?

O “Masterchef” foi para mim o divisor de águas para eu conseguir trabalhar na base da gastronomia. Porque na real eu sou formado em fotografia e cinema. Trabalhava na área com produção de cinema, mas na empresa do meu pai. Até tinha trabalhado com gastronomia, mas nada muito sério. E aí com o “Masterchef” veio a chance de eu poder realmente trabalhar com o que eu mais gostava, que era a gastronomia.

Sua participação no “Troca de Esposas” gerou bastante repercussão, especialmente pelo contraste entre sua preferência por carne e a dieta vegana da família com quem conviveu. Como foi enfrentar essa situação e quais foram os principais aprendizados desse episódio?

Em relação ao “Troca de Esposas” foi uma experiência incrível, mas foi complicada exatamente por eles respeitarem a minha ideologia e eu respeitar a deles, né, em nenhum momento eu queria ali no programa que eles comessem carne ou fizessem alguma coisa, eu só queria ter o direito de eu poder comer o que eu queria comer e o que eu levei de aprendizado com isso que você tem que respeitar a opinião dos outros, você pode não concordar com ela, mas você tem que respeitar a opinião dos outros.

Como foi crescer em um ambiente onde a culinária desempenhava um papel importante, especialmente com seu pai criando gado para corte? Essa vivência influenciou sua paixão pela gastronomia?

É, a influência das minhas duas avós foram o que pesou bastante para mim cozinhar, né. Apesar da necessidade também, meu pai e minha mãe trabalhavam fora e eu tinha que ajudar a cozinhar lá em casa com os meus irmãos, porque eu era muito chata para comer a moça que ficava em casa. Eu não gostava da comida dela, eu gostava da comida da minha avó. Quando minha avó ficava em casa, eu ficava vendo ela cozinhar. E aí, quando eu não queria comer a comida da moça, né, da Dalva, que trabalhava lá em casa, ou quando eu reclamava de alguma coisa, minha mãe falava, vai para o fogão e faz o que sua avó te ensinou a fazer. Em relação ao meu pai com agado de corte, é de onde vem a minha paixão por cozinhar proteína. Por eu ter sido criado numa fazenda no interior, né, nasci em São Paulo, mas sempre tive muito no interior. Eu tinha essa facilidade de ter a carne, de poder estar perto, de ver, matar, de entender o tipo de corte diferente, como cada corte funcionava. Então, isso realmente acabou influenciando pela paixão que eu tenho em relação às carnes, às proteínas, que é uma das coisas que eu mais gosto de cozinhar.

Aritana Maroni
Aritana Maroni

Você acumulou uma vasta experiência em programas de televisão. Qual é o maior desafio de participar de um reality show, especialmente quando se trata de gastronomia?

Bom, eu acho que para mim o maior desafio de participar de um reality show é você ter que lidar com o ego das pessoas e a falsidade das pessoas. É aquela brincadeira que a gente brinca, né, todo mundo fala, ninguém consegue sustentar um personagem lá dentro durante muito tempo. Então eu acho legal ver isso, ver as pessoas tentarem montar um personagem e ver as máscaras caírem. Em relação aos programas de gastronomia, para mim o maior desafio é eu mesmo aguentar a pressão que eu coloco em cima de mim. Eu sou uma pessoa que eu me cobro muito, então num programa de gastronomia, onde a única pessoa que pode me derrubar sou eu mesma, eu acabo me cobrando muito, por isso nos outros realities a gente depende de uma votação do público e tal, então aí é mais complicado realmente lidar com o ego das pessoas lá dentro, mas nos programas de gastronomia O maior problema sou eu mesmo, cobrando de mim o que eu preciso entregar.

Durante sua participação no “Power Couple Brasil”, você alcançou a final do programa. Como foi a jornada ao longo da competição e o que destacaria como os momentos mais memoráveis?

Eu cheguei para final, por mérito meu e do meu ex-marido, né, que a gente conseguiu ganhar quase todas as provas, a gente fez o maior saldo. Só que a hora que foi para final, o público preferiu votar, né, em outras pessoas. E eu acho que para mim o mais legal do programa era fazer as provas. As provas do programa para mim eram incríveis, eu vou te falar que eu amava, né? É lá a gente, são sete dias na semana, três dias na semana a gente faz prova. Eu ficava tipo ansiosíssimo assim para chegar os dias de prova e fazer as provas, porque eu ficava louco em tentar entender qual seria a prova e qual seria o desafio que eles iam colocar para a gente. Eu amava fazer as provas, então para mim era o mais legal.

Após tantas experiências na televisão, como você lida com a exposição mediática e as opiniões do público sobre sua vida e carreira?

Bom, em relação a lidar com a televisão e com o público, eu acho isso muito legal, porque todo mundo me pergunta isso. Como eu cresci com meu pai sendo uma pessoa pública, eu acho que, tipo, eu me acostumei com isso. E quando eu fiz o “Masterchef”, eu acho que eu não entendia tanto isso. Quando eu já fui pra Fazenda, foi quando eu comecei a entender. E quando eu fui entrar na Fazenda, meu pai virou para mim e falou assim, presta atenção, você está entrando num caminho sem volta. A partir do momento que você expõe sua vida, expõe suas coisas, você tem que estar propenso a receber as críticas. Então, quer dizer, a partir do momento que eu abro minha vida, eu tenho que estar disposta a receber as críticas das pessoas. E é uma brincadeira que eu falo, né? Eu não gosto de todo mundo. Então, também não obrigo as pessoas a gostarem de mim. Se a pessoa não gosta de mim, é só ela não ser falsa, olhar na minha cara e falar, não gosto de você. O que eu odeio é como a gente sabe que isso funciona, é aquelas pessoas que falam mal de você, mas quando estão na sua frente, querem tirar foto e bater um papinho na sua cara. costas, entendeu? Mas eu me dou super bem com isso, eu acho que as pessoas têm o direito de não gostar de mim ou de gostar de mim. Quando eu ainda brinco e falo que haters são pessoas que querem ter a nossa atenção, então eu acho que na maioria das vezes os haters fazem o que eles fazem para ter a nossa atenção e é bem isso. Se a pessoa não gosta de mim e quer vir no meu Instagram me xingar, é um direito dela, só que ela vai ter que arcar com as consequências porque eu também posso dar a minha opinião.

Aritana Maroni
Aritana Maroni

Além dos programas de TV, você também é uma empresária na área da gastronomia. Como concilia suas atividades profissionais com sua participação em programas de entretenimento?

Bom, como eu concilio as coisas, eu ainda brinco e falo que a minha sorte é que eu sou mulher, né? Que a gente tem mil e uma utilidades. Então, eu tomo conta, né, da empresa, da minha parte de gastronomia, ajudo também a tomar conta das empresas da minha família, além de eu ser mãe e dona de casa. Aquela coisa nós mulheres. Não, brincadeiras à parte, eu sou bem agitada, eu gosto de uma vida agitada. Eu não gosto de ficar parada. Então, eu tenho uma brincadeira que todo dia meio antes de dormir, assim, eu mentalmente penso o que eu tenho que fazer no meu dia no dia seguinte. Às vezes eu consigo, às vezes eu consigo, às vezes eu não consigo. Acaba virando uma bola de neve. Mas eu adoro essa vida agitada. Eu acho que se eu tivesse que ficar parada ou fazer uma coisa só, eu não conseguiria.

Se pudesse compartilhar uma lição importante que aprendeu ao longo de sua carreira na culinária e na televisão, qual seria?

Bom, o que eu aprendi, tanto com a gastronomia, tanto com a televisão, é que, tipo, você não pode julgar as pessoas sem antes conhecê-las. Isso é muito legal porque eu sei que eu sou julgada também e eu ainda brinco com isso porque eu falo, gente, várias vezes na minha vida eu vi uma pessoa na televisão. Desculpa. E aí, quando eu a conheci pessoalmente, eu vi que ela era uma pessoa completamente diferente. Tanto para o lado do bem quanto para o lado do mal. O que aconteceu de eu ter ídolos que, quando eu os conheci, achei pessoas completamente, sei lá, blasés, prepotentes, sei lá, como já teve ao contrário. De eu não gostar de determinadas pessoas, ver elas tomarem determinadas atitudes na televisão e depois, ao vivo, eu descobrir que elas são pessoas completamente diferentes. E na gastronomia, o que eu aprendi na televisão, que é uma coisa que as pessoas não entendem, no programa a gente é pressionado muito no “Masterchef” e no “Master Sabotage”. E às vezes as pessoas falam, mano, por que que vocês são sempre tão pressionados na gastronomia? Porque eu aprendi que, mano, trabalhar com cozinha não é coisa para a criança. Realmente é uma vida muito louca, onde você tem que… Você não tem tempo para pensar, para parar, você tem que fazer as coisas acontecerem muito rápidas. Então isso é uma coisa que eu aprendi muito no programa. Tipo, vai e faz acontecer. Quando eles mesmos explicam para a gente, um cliente, em 40 minutos ele quer o prato dele na mesa. Ele não quer saber se você está com dor de cabeça, se você está com algum problema, se você está faltando um legume. Ele só quer o prato dele na mesa. Então na gastronomia eu aprendi a funcionar dessa maneira.

Quais são seus planos futuros na gastronomia? Podemos esperar novos projetos ou empreendimentos?

Sim, os projetos têm o projeto novo, né, que é o que tem para hoje. Que é um projeto que eu tinha antigamente, que é onde eu trabalho. Fazendo jantares em casa, fazendo comidas congeladas, essas coisas. Então eu vou retomar esse projeto, vou trazê-lo de volta aonde eu vou vir. Realmente agora trazendo de novo a parte de eventos de chef em casa, a parte de sopas congeladas e a parte de sucos verdes congelados também. Então é um projetinho que eu estou para estourar aí, que até no máximo daqui uns três meses eu acho que eu já estou com ele rodando.

Aritana Maroni
Aritana Maroni

Para os aspirantes a chefs e empreendedores na área da gastronomia, qual conselho você daria com base em sua própria jornada profissional?

O conselho que eu dou para quem está começando é, tipo, não desista dos seus sonhos. Se você tem certeza de que o que você está produzindo é bom, faça acontecer. Eu ainda brinco e falo, gente, não precisa de muito investimento, porque as pessoas não entendem que às vezes você investe muito dinheiro e para você ter o retorno demora e aí isso acaba desmotificando a pessoa, desmotificando é ótimo, deixando a pessoa, sabe, não motivada a continuar, porque ela vê que ela gasta dinheiro, mas não tem o retorno. Exatamente porque ela acaba gastando e para ter o retorno demora. Então eu falo, não desista, se você tem certeza de que o seu projeto é legal, tal, se você fez uma pesquisa e viu que na sua cidade ou na sua região onde você está, as pessoas estão precisando disso, vai atrás, porque gente, para derrubar é o que mais tem. Agora gente, para te incentivar é o mais difícil, então acredita em você e vai.

Acompanhe Aritana Maroni no Instagram

TAGGED:
Share this Article

Você não pode copiar conteúdo desta página