Como os paulistanos enxergam o impacto do transporte por aplicativo na mobilidade urbana

Pesquisa Datafolha mostra a percepção dos usuários do serviço em aspectos sociais e econômicos

Aldair dos Santos
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Foto: Freepik

Pesquisa Datafolha mostra a percepção dos usuários do serviço em aspectos sociais e econômicos.

A chegada e a consolidação dos aplicativos de transporte modificaram a forma como os brasileiros se deslocam no dia a dia. Em São Paulo, maior cidade do país, os impactos sociais e econômicos dessa mudança foram observados por meio de pesquisa do Datafolha, encomendada pela Uber em 2024, que revela a percepção dos usuários.

Segundo o levantamento, mais da metade da população da capital utiliza os aplicativos com frequência. E oito em cada dez moradores da região metropolitana de São Paulo afirmam que os serviços de aplicativo melhoraram sua qualidade de vida.

Um dos motivos destacados pelo levantamento é que 95% dos entrevistados consideram as plataformas uma alternativa para evitar acidentes de trânsito relacionados ao consumo de álcool. Seis em cada dez moradores saem mais à noite e nos fins de semana, e sete em cada dez frequentam mais lugares na cidade devido à facilidade de acesso.

Para além dos impactos na mobilidade urbana, a pesquisa também identificou impactos econômicos da consolidação do serviço: 96% dos paulistanos veem os aplicativos como uma possibilidade de garantir uma fonte de renda extra. 

De acordo com a pesquisa, 76% dizem conhecer alguém que já trabalhou utilizando essas plataformas. Nesse contexto, o modelo de carro para alugar em São Paulo facilita o ingresso de motoristas no setor. 

Serviços como os da Kovi, que oferecem planos de aluguel mensal e anual de veículos para motoristas, facilitam o ingresso de quem deseja iniciar na atividade. Segundo levantamento da startup GigU, que acompanha motoristas e entregadores, o faturamento médio dos profissionais de aplicativo em São Paulo é de R$ 8.571,43 mensais, com lucro líquido de R$ 4.319,19 após os custos operacionais. Para atingir esse patamar, a média de trabalho semanal pode ultrapassar 60 horas.

Aplicativos superam trens e chegam à periferia

Outro estudo, “Pesquisa origem e destino do metrô de São Paulo”, corrobora a popularização do transporte por aplicativo nos últimos anos. Entre 2017 e 2023, o número de viagens diárias pelo serviço cresceu 137%, chegando a 1,1 milhão. 

O volume supera o registrado pelos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que tiveram queda de 13% no mesmo período. O movimento foi mais intenso entre famílias de menor renda, com destaque para regiões de Cajamar, Caieiras e Franco da Rocha.

Desafios da mobilidade e alternativas

Embora os aplicativos tenham facilitado o deslocamento em grandes cidades, o impacto positivo não elimina os desafios da mobilidade. São Paulo ainda enfrenta congestionamentos e sobrecarga no transporte público.

Segundo a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a integração entre transporte coletivo de massa e transporte individual é fundamental para reduzir desigualdades no acesso à mobilidade. Políticas públicas recentes, como a regulamentação municipal dos aplicativos e a criação de faixas exclusivas para ônibus, buscam equilibrar a oferta.

Os paulistanos podem consultar os canais oficiais da Prefeitura de São Paulo e da Secretaria de Mobilidade Urbana para acompanhar as regras de circulação e novidades sobre transporte. O site sptrans.documentodoestudante.com.br disponibiliza informações sobre bilhetes de transporte público. Para motoristas de aplicativo, a regulamentação municipal está disponível no portal da Prefeitura.

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