Alta dos juros pode ampliar interesse por imóveis em leilão

Selic em 15% ao ano reduz acesso ao crédito tradicional, e compradores buscam alternativas

Aldair dos Santos
4 Min Read
Foto: Freepik

Selic em 15% ao ano reduz acesso ao crédito tradicional, e compradores buscam alternativas 

A taxa Selic chegou a 15% ao ano e impactou o mercado imobiliário brasileiros. A alta criou um paradoxo: enquanto o crédito tradicional se tornou inacessível para muitos, as oportunidades em leilões ganharam destaque. Propriedades entram em pregões com descontos que podem chegar a 60% em comparação com o valor de mercado, conforme informações do JusBrasil, o que atrai desde famílias em busca da casa própria até investidores do setor.

Com o aumento da inadimplência, instituições financeiras precisam dar vazão a carteiras de imóveis retomados que se acumulam em seus balanços. Os pregões promovidos por bancos públicos e privados, incluindo o leilão de imóveis Santander, Caixa e Banco do Brasil, oferecem desde apartamentos compactos até casas de alto padrão com preços reduzidos. 

No caso do leilão judicial de imóveis, propriedades penhoradas entram em pregões com valores que podem compensar o custo elevado do crédito atual, criando oportunidades para quem tem recursos próprios ou ainda consegue acessar financiamento.

A alta dos juros impacta cada perfil de comprador. Para quem deseja financiar a casa própria pode significar o adiamento desse sonho, já que o crédito fica mais caro, ou a busca por outras alternativas de aquisição.

Para investidores, a Selic serve como referência para medir a rentabilidade esperada dos negócios. As atuais condições têm atraído inclusive capital estrangeiro. Investidores internacionais captam recursos em países com juros baixos e aplicam no Brasil, aproveitando o diferencial de taxas. Isso tem acontecido não apenas no setor imobiliário. Um exemplo foi o arremate da empresa francesa Vinci Highways no leilão rodoviário da Rota dos Cristais, com desconto de 14,32% no pedágio.

Como participar de leilões com segurança

Participar de um  leilão de imóveis  exige preparação. A recomendação de portais especializados, como a plataforma Zuk, é começar pela análise dos editais e a verificação da idoneidade do leiloeiro. A definição de um limite financeiro também evita lances feitos no calor do momento que comprometam o orçamento.

Outra orientação é não limitar a busca à própria cidade. Imóveis em municípios menores ou bairros menos valorizados podem oferecer rentabilidade superior. Aplicativos de mapa e street view permitem conhecer a vizinhança e o estado externo do imóvel quando a visita presencial não é possível.

Qualquer pendência pode atrasar ou impedir a transferência da propriedade. Certidões negativas, histórico de propriedade, situação junto à prefeitura e registro no cartório precisam estar regulares. Processos judiciais envolvendo o imóvel devem ser analisados, preferencialmente, por advogado especializado.

Custos adicionais podem surpreender arrematantes despreparados. Além do valor do lance, é preciso considerar comissão do leiloeiro, ITBI, custos cartorários e eventuais reformas. Dívidas de condomínio e IPTU atrasado, às vezes, ficam por conta do comprador, dependendo das regras do edital.

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