O empreendedor e triatleta Cláudio Lasso lista três fatores que explicam a relação entre a realização de conquistas no trabalho e atividades físicas
No mercado financeiro e corporativo de alta gestão, o processo de recrutamento de executivos deixou de avaliar apenas currículos e resultados passados. Hoje, os principais headhunters e fundos de investimento olham com atenção para um fator que diferencia líderes de alto impacto: a rotina disciplinada fora do escritório.

Pesquisas conduzidas por consultorias como a Korn Ferry e a McKinsey mostram que executivos que praticam esportes de alta performance — como triatlo, corrida, ciclismo ou musculação estruturada — possuem até 37% mais chances de alcançar cargos de liderança e manter alta performance sob pressão. O contador, empreendedor e triatleta amador explica como os dois mundos se relacionam:

“A explicação é técnica: esses esportes exigem consistência, mensuração de resultado, controle de variáveis e inteligência emocional para lidar com fadiga e adversidade — exatamente os mesmos pilares de um gestor financeiro, um CEO ou um head de investimentos”.

Cláudio Lasso lista três fatores que explicam a correlação:
1. Gestão de Energia e Foco
Executivos atletas entendem que performance é uma equação entre esforço e recuperação. Essa capacidade de gerir energia física e mental resulta em melhor gestão do tempo, foco e estabilidade emocional — competências valorizadas em posições de decisão.
2. Tomada de Decisão sob Pressão
Em esportes de endurance, decisões erradas custam minutos; em finanças, custam milhões. A capacidade de agir com precisão em momentos críticos é uma característica desenvolvida por quem treina com métricas, metas e planos de longo prazo.
3. Consistência e Resiliência
O esporte ensina que resultado é consequência de método. Executivos com rotina esportiva tendem a manter constância em performance, reduzir burnout e criar hábitos sustentáveis de execução, algo que o mercado financeiro traduz como longevidade operacional.
Bancos, assets, fintechs e consultorias estratégicas estão ajustando seus critérios de recrutamento. Hoje, aspectos comportamentais ligados à disciplina, saúde e rotina esportiva aparecem em mais de 60% das entrevistas para cargos executivos, segundo levantamento da Page Executive (2024).
“Isso não é sobre aparência física — é sobre estrutura mental e gestão pessoal. Empresas querem executivos que pensam em métricas, projetam resultados e mantêm uma rotina de alta performance, dentro e fora do mercado”, afirma o contador.

De acordo com Cláudio, executivos que treinam não buscam apenas corpo. “Buscam clareza, constância e domínio sobre o próprio ritmo — as mesmas variáveis que determinam sucesso em gestão e investimentos. O esporte, para o novo perfil de liderança, não é hobby. É metodologia aplicada à vida e aos negócios”, conclui.