Sylvestra Bianchi lança EP “Live Session” e celebra nova fase com versões ao vivo de seu Rock Cósmico

Luca Moreira
13 Min Read

No dia 05 de dezembro, Sylvestra Bianchi apresentou ao público o EP “Live Session”, um registro ao vivo que captura a atmosfera intimista de seu pocket show gravado no Estúdio Arbol Music, em São Bernardo do Campo (SP). Reunindo quatro faixas autorais marcantes — “Adoça a Alma”, “Aroeira em Aruanda”, “Do Rock ao Cosmos” e “Está Difícil se Relacionar” — o projeto, produzido pela Marã Música, chega aos aplicativos de música após a bem-sucedida estreia em vídeo no YouTube. Para a artista, o EP traduz com fidelidade a entrega emocional e a verdade daquele dia: “Foi um momento muito especial”.

O trabalho evidencia uma faceta mais orgânica do Rock Cósmico de Sylvestra, destacando interpretações naturais, nuances inéditas e a força da harmonia construída ao vivo com Lucas Sangalli (bateria), Zé Nelson (violão de 12 cordas) e Leomaristi (baixo). Antes da gravação, o grupo ensaiou intensamente em Curitiba e viajou junto a São Paulo para registrar a performance, que ganhou um cenário acolhedor e simbólico — uma biblioteca preparada acusticamente, decorada com heras artificiais e iluminada pela logomarca da artista. Cada take reforça a proposta de proximidade entre palco e alma, central na construção estética da cantora.

A Live Session marca ainda o retorno de Sylvestra aos palcos após a pausa da pandemia, inaugurando uma fase de reconexão com o público e ampliação de sua presença ao vivo. Depois da estreia do projeto em vídeo, ela abriu a feira Conecta+ Música e Mercado 2025 no palco Yamaha e reafirmou seu compromisso com mensagens de espiritualidade, autoconhecimento e bem-estar. “É uma forma de mostrar ao público como minhas músicas respiram no palco. Espero que fortaleça ainda mais nossa conexão”, celebra. Os vídeos da sessão já estão disponíveis em sua playlist oficial no YouTube.

A “Live Session” foi gravada em um ambiente cuidadosamente preparado — com biblioteca, heras artificiais e sua logomarca em LED iluminando o estúdio. Que sensação você queria que esse cenário despertasse em quem assiste e em você mesma enquanto cantava?

Na Live Session, eu quis trazer a essência do Rock Cósmico, estilo que criei para unir música e espiritualidade. Por isso escolhi um espaço acolhedor, com elementos de natureza, a biblioteca ao fundo e minha logomarca em LED iluminando a vibração do estúdio. Esse cenário desperta uma sensação de bem-estar, sabedoria e presença, tanto em quem assiste quanto em mim e nos músicos durante a gravação. Eu acredito que o ambiente influencia diretamente na energia do que entregamos, então queria que todos sentissem paz, acolhimento e uma conexão verdadeira com as músicas.

Você descreve o EP como um momento de “muita entrega e verdade”. Em qual das quatro faixas você sente que essa verdade aparece de forma mais nua, mais íntima — e por quê?

Meu produtor musical, Leomaristi, sempre me lembra que a força da minha arte está em cantar a minha verdade interior. E eu realmente me entrego por completo: componho em conexão com minha alma e com a espiritualidade, que sempre me guia na criação das letras, então existe uma coerência muito profunda entre o que sinto e o que expresso nas músicas.

Cada faixa revela uma camada dessa verdade, mas de formas diferentes. “Adoça a Alma” é onde minha vulnerabilidade aparece como cura, uma conversa íntima comigo mesma. “Aroeira em Aruanda” traz a voz da espiritualidade, lembrando-me de manter a força e a criatividade pulsando na arte. “Do Rock ao Cosmos” é minha verdade mais expansiva, uma viagem astral que ilumina a consciência. E “Está Difícil se Relacionar” mostra o lado mais humano, reconhecendo as dores e desafios que todos enfrentamos ao tentar se relacionar com o mundo e com nós mesmos.

No fim, cada música é um espelho de um pedaço da minha alma, algumas mais suaves, outras mais profundas, mas todas verdadeiras.

O projeto marca seu retorno aos palcos após a pausa da pandemia. Como foi reencontrar seu próprio corpo e voz em formato de show ao vivo depois desse período silencioso?

Esse período longe dos palcos foi, ao mesmo tempo, desafiador e transformador. Eu cresci muito como artista e como pessoa: lapidei meu canto, enfrentei medos, reorganizei minha equipe e aprendi a confiar no tempo e a soltar o controle e permitir que cada etapa da construção musical acontecesse no seu ritmo. Foi um processo de fé, paciência, entrega e superação.

Gravar a Live Session foi profundamente emocionante. Mas também foi intenso: exigiu muitos ensaios, planejamento financeiro e uma força interior enorme para superar cada obstáculo. Quando finalmente entrei no estúdio, senti meu corpo e minha voz renascendo naquele formato ao vivo.

Este ano simbolizou essa retomada de forma muito especial. Além da Live Session, tive a alegria de abrir o palco Yamaha na Conecta+ Música & Mercado, a maior feira de música do Brasil, e realizamos nosso primeiro show não-acústico, um marco importante para minha trajetória. Agora vamos encerrar o ano com a apresentação na Mystic Fair, em São Paulo, em um show mais intimista, que fecha esse ano com muita gratidão!

As versões da Live Session soam mais orgânicas e revelam nuances inéditas. Alguma dessas nuances te surpreendeu? Houve algo que você só percebeu da sua própria música quando a cantou nesse novo formato?

Nesse processo de amadurecimento vocal, que começou lá atrás com minha primeira música, “Lightworkers”, em 2019, eu sempre busquei encontrar uma voz mais leve, mais conectada ao bem-estar, tanto para mim quanto para quem me ouve. E, ao gravar a Live Session, percebi nitidamente essa leveza se manifestando. Ela trouxe uma organicidade que deixou tudo mais agradável e verdadeiro.

No início do meu projeto artístico, eu estava muito voltada ao rock, me inspirando bastante em outros cantores. Mas isso também me afastava um pouco do meu canto de alma, do meu jeito natural de expressar a música, que é mais suave e intuitivo. Com muito estudo vocal, autoconhecimento e dedicação, consegui reencontrar essa essência.

E foi nesse formato ao vivo que essa descoberta apareceu com mais força: nuances que eu nunca tinha percebido surgiram na minha interpretação e me surpreenderam de forma muito positiva. O que vocês ouvem hoje é o resultado desse reencontro comigo mesma.

Você e os músicos fizeram vários ensaios em Curitiba antes de viajar a São Paulo exclusivamente para a gravação. Que momentos desse processo coletivo te marcaram e te fizeram sentir que “o Rock Cósmico” estava se consolidando ali?

Me recordo em janeiro desse ano, em uma reunião com o Rike da Marã Música, que traçamos como meta a Live Session, e a partir daí tudo foi se construindo.

Em reuniões com o Leomaristi e a Marã fomos definindo os músicos, escolhendo local, organizando o instrumental e num piscar de olhos estávamos já numa bateria de ensaios. Ensaiamos ao ponto de estarmos prontos para chegar em São Paulo e gravar três sequências completas do show para captar o áudio e video, sem necessidade de pausas e dúvidas de execução. Como fomos e voltamos no mesmo dia de Curitiba a São Paulo, não tínhamos tempo para erros.

Quando cheguei no Estúdio Arbol Music foi quando caiu a ficha que venci todos os obstáculos para a retomada dos shows. E quando ouvi os áudios mixados pelo Chapola foi a certeza que estava pronta para novos shows e que o material superou as minhas expectativas.

Suas músicas têm forte conexão com espiritualidade, bem-estar e autoconhecimento. De que forma essa dimensão espiritual guiou a gravação da Live Session? Houve alguma intuição ou percepção que mudou o rumo de algo no estúdio?

A dimensão espiritual guiou todo o processo da Live Session. Antes mesmo de chegar ao estúdio, vivi um período profundo de conversas com Deus, com a espiritualidade e com o universo, pedindo clareza e caminhos abertos para retomar meus shows. Nos anos anteriores, tentamos avançar e sempre surgiam impedimentos, então precisei fortalecer muito minha fé. Inclusive, no ano passado fiz um curso prático sobre lei da atração, que me ajudou a alinhar minha energia com esse novo momento.

Nos meses que antecederam a gravação, mantive uma rotina intensa de meditação, orações e exercícios e isso mudou tudo. Minha ansiedade se acalmou exatamente um dia antes da Live Session, e eu cheguei ao estúdio me sentindo guiada, centrada e profundamente conectada.

No estúdio, tudo fluiu. A equipe trabalhou com muito cuidado, e senti que cada detalhe estava sendo conduzido de forma intuitiva e harmoniosa. Saímos de lá muito felizes com o resultado, com a sensação de que a espiritualidade realmente abriu o espaço para esse renascimento artístico acontecer.

Você fala muito sobre o “canto de alma”. Para você, qual é o grande desafio — e a grande recompensa — de cantar de um lugar tão sensível e tão exposto?

Cantar do meu “canto de alma” é desafiador porque exige coragem para me mostrar sem filtros, com toda a sensibilidade e vulnerabilidade que isso envolve. Mas é também a minha maior recompensa. Quando canto desse lugar, sinto que a música realmente toca, cura e cria uma conexão verdadeira com quem escuta. É onde técnica encontra emoção, e onde a verdade se transforma em arte.

O EP chega após a estreia dos vídeos no YouTube, fortalecendo uma nova etapa da sua carreira. O que você espera que o público sinta ao ouvir essas versões ao vivo — e o que você espera sentir ao reencontrar essas pessoas nos próximos shows?

Quero que, ao ouvir essas versões ao vivo, sinta que está ali comigo. Que perceba a leveza, a energia e a emoção real de cada música. Minha intenção é que o EP abrace, acalme e faça viver esse momento de conexão como se fosse um show particular.

E, nos próximos shows, o que eu mais espero é reencontrar esse público com o coração aberto. Quero sentir essa troca vibrando de novo, ouvir as pessoas cantando comigo e viver essa conexão que só o palco proporciona. Esse EP é o início de uma nova fase, e fico muito feliz em compartilhar esse recomeço junto com quem acompanha meu trabalho.

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