A Sound Bullet, banda reconhecida por sua fusão única de math rock e indie, retorna com seu primeiro lançamento ao vivo, intitulado “Inevitável EP 2023”. Este registro capta a essência crua da música do grupo durante suas performances intensas, apresentando uma seleção de músicas de seu álbum mais recente em uma interpretação ao vivo.
O baixista Fred Mattos expressa seu entusiasmo sobre o lançamento: “‘Inevitável EP 2023’ é uma das coisas mais legais que a gente já fez na minha opinião. Não por causa da qualidade em si ou por ser algo inovador, mas porque eu tive muito contato com a cultura dos bootlegs, mesmo tendo começado minha jornada de descoberta musical nos anos 2000”, reflete, considerando a atual lógica do streaming que dá um toque peculiar a essa iniciativa.
Destaca-se nesse lançamento a faixa “Lavender Town”, que recebeu também um clipe ao vivo, repleto de imagens da turnê da banda. Esta música carrega um significado especial para a Sound Bullet e seus fãs, explorando temas profundos como crescimento, mudança, enfrentamento do inevitável e luto, inspirados no universo dos jogos Pokémon. A faixa foi lançada anteriormente como single e agora é parte integrante desse EP ao vivo, junto com outras como “Inevitável” e “Jupiter Jazz Pt.2”, destacadas no álbum de estúdio.
Este EP ao vivo é uma celebração da autenticidade musical da Sound Bullet, marcando o encerramento de uma década na carreira da banda após três álbuns de estúdio, desde seu EP de estreia “Ninguém Está Sozinho”. Agora, encontra-se disponível para audição em todas as principais plataformas de música através da Sony Music Brasil.
O lançamento do “Inevitável EP 2023” marca uma etapa significativa para a Sound Bullet. Quais são os planos futuros da banda após esse lançamento ao vivo?
Os nossos principais objetivos a partir de agora são trabalhar mais músicas. Queremos fazer novos lançamentos para os próximos meses com coisas 100% inéditas e versões. Mas é claro que estamos pensando em fazer mais algumas datas de shows para a segunda parte da turnê de inevitável.
A faixa “Lavender Town” tem um significado profundo e especial para a Sound Bullet e seus fãs. Como a inspiração no mundo dos jogos Pokémon influenciou a abordagem lírica e musical dessa música?
Na realidade, foi só uma pequena metáfora que coube perfeitamente no sentido da música. Querendo ou não, Pokémon foi uma dessas franquias que marcou muito o pessoal da nossa idade, tanto em relação a jogos, quanto a desenho na TV. Acho que praticamente todo mundo da banda chegou a comprar um daqueles disquetes que vinha com o jogo para jogar no PC. E Lavender Town é uma fase marcante por ser fantasmagórica, além de ter tido aquela creepypasta sobre a música.
A transformação de um show intenso em um registro ao vivo traz uma experiência única para os ouvintes. Como a banda adaptou a energia e a emoção dos shows para esse EP ao vivo?
Acho que foi possível escolher músicas que capturaram bem essa energia e que puderam transmitir dentro do áudio gravado essa emoção. É claro que nada é igual ao “ao vivo” em si, mas tem um pouco mais de visceralidade, um pouco mais de pegada e força que o estúdio dificilmente consegue traduzir.
Vocês mencionaram a influência da cultura dos bootlegs na concepção do “Inevitável EP 2023”. Quais são os aspectos específicos dessa cultura que mais os inspiraram?
Acho que a cultura dos bootlegs fez parte de quem começou a ouvir música nos anos 90 e 2000, ainda que de formas diferentes. Foi uma forma de tentar trazer de volta um “ao vivo” mais sujo, menos super pensado, mais show de turnê mesmo. Algo que se perdeu com os “ao vivo” oficiais dos anos 2000 – que eu também gosto muito, mas que são calculados desde o início.
O EP ao vivo captura a essência crua da música da Sound Bullet. Como vocês descreveriam essa essência para alguém que está ouvindo pela primeira vez?
Eu diria que é a Sound Bullet do estúdio de ensaios desde o primeiro momento. Eu descreveria como uma música orgânica, mas que não se descuida do que está sendo tocado. É música para entrar na vibe.
Ao longo dos anos, a Sound Bullet passou por uma evolução musical notável. Como vocês veem essa evolução refletida nas músicas apresentadas neste EP ao vivo?
O primeiro ponto, eu diria, é que a gente evoluiu enquanto músico mesmo. Estamos cada vez melhores no sentido de executar as coisas como as idealizamos, mas ao mesmo tempo, pudemos nos desapegar um pouco também. Estamos buscando ser cada vez mais humanos em cada lançamento.
Além da música, o clipe ao vivo de “Lavender Town” oferece uma visão da turnê da banda. Como foi a experiência de gravar e compartilhar esse clipe com os fãs?
É divertido! São momentos de shows, de ensaios, gravações e das turnês que a gente nunca compartilhou muito. Acho que ajuda a transmitir um pouquinho do que a gente é nesse off show. Não sei, mas às vezes pode parecer que somos mais sérios do que realmente somos, acho que o vídeo ajuda a mostrar outro lado.
O EP ao vivo apresenta uma seleção de músicas do álbum mais recente da banda. Como vocês decidiram quais músicas incluir e por que essas foram as escolhidas?
Nosso objetivo foi 100% divulgar músicas do disco novo. Escolhemos as que mais gostamos entre as que a gente tocou. A gente tem o registro de outras dos discos anteriores que – quem sabe – devem ver a luz do dia daqui a algum tempo. E como eu falei mais para cima, também tem muito a ver com a vibe que a música teve na hora, se ela trouxe força etc.
Quais desafios vocês enfrentaram ao adaptar seu estilo de performance ao vivo para um formato de registro como este EP?
É sempre complicado, né? Porque você precisa pegar o que foi gravado de forma crua e traduzir para um áudio que não capta as particularidades do dia de lançamento, sabe? No dia, por exemplo, a Audio Rebel estava praticamente lotada, como trazer isso para o áudio? Nas músicas, dá para ouvir o público, mas como transmitir o que as pessoas ouviram? Acho que o Tak e o Henrique (que mixaram e masterizaram) fizeram um excelente trabalho, tornando o disco bem vivo, sem tentar esconder ou mudar o que foi o dia.
Para os fãs que já conhecem a Sound Bullet, o que esse EP ao vivo traz de novo e empolgante para eles?
Acho que traz o que eles ouvem em cada show. A gente balançando entre a vibe e a melhor execução, mostrando como as novas músicas podem conquistar até quem não é tanto do som mais pesado. É um novo passo para a gente.
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