Sound Bullet celebra nova fase com o EP “Entreatos”, em parceria com a Nova Orquestra

Luca Moreira
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Sound Bullet (Tadeu Fotografia)
Sound Bullet (Tadeu Fotografia)

A banda carioca Sound Bullet lançou, no último dia 3 de outubro, o EP “Entreatos”, disponível em todas as plataformas digitais pelo selo Marã Música. O trabalho marca um novo momento na trajetória do grupo, sendo o primeiro projeto colaborativo da carreira e um passo importante em sua expansão criativa e experimental. Com a participação da Nova Orquestra e da cantora Fê Smania, o EP traz arranjos envolventes e uma sonoridade que transita entre a suavidade e a tensão, reafirmando o compromisso da banda com a reinvenção e a intensidade musical.

 “Entreatos” é o primeiro trabalho colaborativo da banda. Como foi abrir o processo criativo para outras pessoas e ver o som da Sound Bullet ganhar novas camadas através de parcerias?

Foi importante ver como pessoas diferentes imaginam a mesma canção. Ainda que o foco da Nova Orquestra tenha sido mais direcionado para as cordas, houve uma troca interessante com os músicos e com o arranjador para podermos criar um resultado mais significativo. Foi bem divertido!

O EP nasceu de uma ideia inicial com a Nova Orquestra e acabou se transformando em algo maior. Qual foi o momento em que vocês perceberam que o projeto havia ganhado vida própria?

Acho que desde a primeira reunião com eles já deu pra ver que poderia ser algo a mais, a sintonia foi muito fina, as conversas evoluíram de forma natural. Então o passo natural foi pensar “por que não ir além e lançar mais músicas?” e isso deu até um gás para trazer uma inédita.

Sound Bullet (Tadeu Fotografia)
Sound Bullet (Tadeu Fotografia)

A banda descreve o trabalho como um equilíbrio entre suavidade e angústia. Que emoções ou vivências pessoais mais influenciaram essa dualidade durante a criação?

Acho que o próprio processo de ser uma banda há anos na estrada já traz esses sentimentos pra gente, ter que lidar com a vontade de criar, arranjar tempo e segunda-feira às 8h estar no Centro do Rio de Janeiro para trabalhar representa muito. Mas é claro que tem ecos na pandemia, especialmente em Um pouco mais de tempo, que fala sobre essa separação que o isolamento nos causou, sabe?

A faixa inédita marca o retorno de vocês à composição autoral depois de alguns anos. O que mudou na forma de escrever e produzir desde o último lançamento?

Sempre mudamos tudo e não mudamos nada. O que mudou foi a forma como buscamos compor, nos tornamos mais intimistas, temos tocado menos em estúdio, porém, as parcerias e as ideias continuam fluindo de forma acelerada, com muitos testes antes de achar um arranjo final. Também sempre primamos por evitar nos repetir – aquela coisa de não querer ser uma cópia de si mesmo.

Sound Bullet (Tadeu Fotografia)
Sound Bullet (Tadeu Fotografia)

A gravação ao vivo do clipe traz uma energia muito autêntica. O que esse formato representa para vocês como banda, especialmente em um momento de redescoberta?

Foi a nossa primeira “session” ou “clipe” em muitos anos, então, volta aquela tensão de tentar gravar tudo certo, evitar erros e se concentrar para transmitir um sentimento em vídeo. Porém, as coisas foram tão naturais que nem deu pra ter essa tensão direito.

A Sound Bullet sempre teve um som marcado por experimentação dentro do indie-rock. O que mais os inspira a continuar inovando e “evitar soar uma cópia de si mesmos”?

Acho que a gente sempre vai ouvindo coisas novas, sons novos e também vamos ouvindo artistas que fazem o caminho contrário, o que acaba influenciando a gente a não querer seguir esse caminho. Mesmo quando decidimos seguir um caminho já trilhado, a gente não quer fazer do mesmo jeito, quer testar coisas novas, equipamentos novos, letras novas ou até formas diferentes de tocar. A transformação é um “core” muito importante da banda pra se manter interessante pra gente.

Ao longo dos anos, vocês construíram uma trajetória sólida no cenário independente. O que significa lançar um projeto como “Entreatos” depois de tanto amadurecimento coletivo?

Significa que a gente pode sempre ir mais além do que pensamos anteriormente. Honestamente, nunca pensamos que lançaríamos algo assim, mas ficamos felizes que todo mundo topou fazer isso acontecer. Agradecemos muito à Nova Orquestra, à Marã e à Olga por terem feito isso rolar.

Se “Entreatos” fosse uma pausa — como o nome sugere — o que viria depois dessa vírgula? Que novos caminhos ou sons vocês gostariam de explorar no futuro?

2026 é o ano do indie rock. Acho que isso diz tudo.

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