Sabrina Korgut é atriz, cantora, bailarina e arte-educadora, formada em Licenciatura Teatral pela UNIRIO. Tem especialização em Jazz e Tap Dance pela Starlight School of Dance (USA). Fez diversos cursos de atuação, dentre eles destacam-se nomes como Herval Rosano, Domingos de Oliveira e a Oficina de Atores da Rede Globo.
Recentemente foi indicada ao prêmio Cesgranrio como melhor atriz em teatro musical pela sua atuação no musical Barnum o Rei do Show. Com mais de 40 espetáculos no currículo participou dos musicais americanos montados no Brasil: Como eliminar seu chefe, As noviças rebeldes, Xanadu, As bruxas de Eastwick, Baby, Miss Saigon, Company, Lado a Lado com Sondheim, Curioso caso do cachorro morto, Meu amigo Charlie Brown além dos nacionais Opera do Malandro, Sassaricando, Beatles num céu de diamantes, Fascinante Gershwin, Para sempre Abba, Chão de Estrelas, Cauby Cauby, 4 faces do amor entre outros.
Foi indicada aos prêmios Shell e APTR pelo musical Avenida Q, atriz Revelação de TV pela “Revista Quem Acontece”, Qualidade Brasil por Miss Saigon, Prêmio Contigo de teatro por Fascinante Gershwin, seu primeiro projeto independente.
Seus trabalhos mais recentes na TV foram a novela O Sétimo Guardião o humorístico PE NA COVA, na Rede Globo, com a personagem “Adenoide” e 220VOLTS, ao lado de Paulo Gustavo no quadro Guto e Rita, além de partições em novelas da Globo.
Na música trabalhou com nomes como Evandro Mesquita e a banda The Fabulous, Mar’tnália e como backing vocal de Carlinhos Brown participou da turnê EUA, Europa e Japão.
Na dublagem emprestou sua voz cantada para personagem vivida por Cameron Diaz no remake do longa Annie, Hercules da Disney, Bubble Guppies da Nickelodeon, American Horror Story entre outros.
No cinema participou dos longas Ninguém entra ninguém sai e GLS – gostosas, lindas e sexys. Recentemente, lançou seu primeiro show como cantora solo chamado Femminile, com as mais belas canções italianas, participou da ópera instalação Bem no Meio, de Karen Acioly e foi protagonista ao lado de Murilo Rosa do musical Barnum o rei do show. Confira a entrevista!
Participando recentemente do DOC.MUSICAL, projeto que mistura ferramentas de documentário, teatro e música ao contar momentos marcantes da humanidade. Como foram suas experiências nesse programa e vivenciar essa mistura de gêneros?
A mistura de gêneros é sempre um deleite para mim. Em todos os meus trabalhos eu procuro nessas artes (no caso da dança, do canto, do teatro) os melhores artifícios para que eu consiga transmitir ao público as intenções de cada projeto e compartilhar com ele o melhor das experiências.
Diferente de outros documentários biográficos, DOC.MUSICAL não apresenta uma história individualizada e sim algo mais pluralizado, fazendo com que a música se torna a única protagonista. Qual considera ser a importância desse projeto para o público no contexto cultural e como tem visto a recepção do mesmo?
Não considero a música como a única protagonista. Ela tem uma grande importância sim, mas o sucesso do DOC. MUSICAL é mediante a união de vários elementos como a projeção visual, o conteúdo histórico e musical, os criativos e claro, nesse caso, a escolha de mulheres artistas. Ousaria dizer que elas sim são as protagonistas desse projeto. É através do corpo, da voz, da história dessas mulheres que se apresentam todos os outros elementos.
A receptividade do público está sendo surpreendente. Impactante. Justamente por receberem essa força, esse poder exalado do palco, o que eleva o caráter informativo ou artístico do espetáculo, pois traz ao público a oportunidade de fazê-lo sentir, pertencer a essa experiência.
Um dos grandes marcos do DOC.Musical foi o “Elas Brilham – Vozes que iluminam e transformam o mundo”, que conta a história da música através de uma perspectiva feminina e que difere de como a história foi anteriormente apresentada de uma forma majoritariamente masculina nos livros escolares. O que acredita que essa representatividade signifique para as mulheres e para o mundo?
É sem dúvida um grande passo, um importante avanço para a representatividade feminina e sendo o palco de um teatro o lugar dessa manifestação. Sempre houve um esforço para que as nossas vozes fossem ouvidas, compreendidas e efetivadas. A mulher historicamente sempre foi colocada em posição de inferioridade, o que é incoerente, pois todos nós nascemos de uma mulher.
Essa questão do ofuscamento das mulheres no ensinamento da escola da música é mais uma vertente do machismo que infelizmente ainda existe no mundo. Ao que acha que se deveu a tão forte presença do machismo no ensino musical e quais seriam os passos para que possamos extingui-lo? Acredita que o machismo ainda poderá ser totalmente erradicado?
Vou ser bem direta nessa pergunta. Seja a linguagem artística que for a ARTE não segmenta, não fragmenta, não é partidária e nem excludente.
Durante a Era de Ouro da Rádio, pelos anos de 1930 e 1940, a profissão do artista não era considerada algo realmente decente e sempre foi vista como algo não oficial, questão que ocorre até os dias de hoje. Quais têm sido as principais dificuldades de se viver da arte no Brasil?
Infelizmente ainda a nossa profissão não é vista com respeito e seriedade. Não entendem que trabalhar com arte e cultura vai além do fazer artístico. O quanto é importante para a formação do sujeito, para o aprendizado, convívio, pensamentos, desenvolvimento da opinião crítica que é ela que nos faz expandir nossa consciência e de fato entender o que é bom ou não, o que nos serve ou não, impedindo que sejamos manipulados, influenciados pelos interesses dos outros.
Servindo como arma para representar a força das mulheres negras na jornada pela conquista de direitos civis, a música já nos ajudou como protesto em vários momentos do mundo, assim como a literatura e as artes cênicas. Neste caso, você acredita que esses canais de comunicação consigam ser superiores ou igualáveis a outros como outras mídias tradicionais como os jornais e revistas?
Hoje em dia os meios de comunicação estão muito diversos o que amplia a sua capacidade de persuasão e alcance. Não se resumem apenas às mídias tradicionais. As Artes cada vez mais se agregam às finalidades da comunicação.
Formada pela UNIRIO e com estudos em dança pela Starlight School of Dance nos Estados Unidos, você possui uma longa trajetória tanto acadêmica como prática nas artes cênicas, incluindo 40 espetáculos, tais como Como Eliminar seu Chefe, As Noviças Rebeldes, Xanadu, As Bruxas de Eastwick, Baby, Miss Saigon, Company, Lado a Lado com Sondheim, Curioso Caso do Cachorro Morto e Meu Amigo Charlie Brown. Poderia nos contar um pouco sobre seus primeiros contatos com a arte e qual considera ser o seu momento mais marcante nos palcos?
Desde pequena minha mãe me colocava para fazer aulas de dança, canto e teatro. Não pensando em ser uma artista de musical até porque nem existia essa possibilidade na época. Acredito que foi mais pensando em desenvolver minhas habilidades artísticas e entender onde isso poderia dar.
Eu amava passar horas na academia dançando com adultos. Cantar, não muito (risos), minha mãe me prometia presentes para que eu seguisse com as aulas… (que ironia não?), teatro eu tive contato através dos ensaios no Teatro Municipal do RJ de uma opereta chamada O Limpador De Chaminés. Nunca havia feito teatro na vida, se quer audição. Infelizmente a opereta não saiu (adivinha? Não teve patrocínio!).
Relembrando um dos grandes clássicos da animação produzido pela The Walt Disney Animation Studios em 1997, você deu voz a uma das Deusas que narram a história do filme através de suas vozes. Guarda lembranças de como foi participar desse projeto na dublagem e que ficou tão marcado pelo público até os dias de hoje?
Esse mundo da dublagem é maravilhoso. Você usar da sua voz para dar identidade aos personagens. Na época tivemos que gravar as músicas e sermos aprovadas pela Disney. Que responsabilidade! (risos). Esse desenho está completando 25 anos!
Infelizmente, os anos de 2020 a 2021 nos trouxeram muitas tristezas no mundo inteiro devido às famílias que foram separadas pela COVID-19 e pelas pessoas que perdemos, e uma delas foi o Paulo Gustavo, que abalou todo Brasil na sua morte Em seu currículo na televisão, tivemos sua participação no “220 Volts”, contracenando com ele no quadro “Guto e Rita”. Como foram os momentos durante a gravação?
Esse trabalho que fiz com o Paulo Gustavo foi gravado bem antes da pandemia. Infelizmente não tive contato com ele próximo da sua partida. Mas senti demais a sua perda, pois além de amigo ele era um gênio.
Outro projeto que veio recentemente foi o seu show solo “Femminile” que nos apresentou uma coletânea das melhores canções italianas. Como aconteceu a montagem desse projeto?
Sou apaixonada por músicas italianas e resolvi fazer meu primeiro show solo me dando a oportunidade de experimentar esse novo lugar artístico. Foi um sucesso e em breve vou retornar com uma nova versão do Show chamado Italianíssima.
Outra novidade que queria divulgar é que atualmente estou a frente de um teatro em Petrópolis ao lado do meu marido, sócio e gestor cultural Paulo Lopez. Um novo passo na minha vida, agora como empreendedora e também como contribuidora para a cultura. Estou muito feliz com isso, pois sempre sonhei em ter meu próprio teatro. Assim, a gente consegue proporcionar para novos públicos a oportunidade de trazer projetos de diversas linguagens artísticas.
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*Com Andrezza Barros