A atriz e bailarina Ariane Rocha, 48 anos, está pronta para encantar o público mais uma vez, desta vez na pele da icônica personagem Morticia Addams, no clássico “Família Addams”. O espetáculo, dirigido por Victor Maia, estreia no teatro Fashion Mall no dia 27 de setembro. Com mais de 30 anos de carreira, Ariane se destaca por sua versatilidade, dividindo seu tempo entre os palcos e o audiovisual.

Recentemente, Ariane interpretou uma enfermeira na série “Até Onde Ela Vai” na Univer Vídeo e uma dentista no filme “Querido Mundo”, dirigido por Miguel Falabella, previsto para estrear ainda este ano. Agora, enquanto ensaia para o novo espetáculo, a atriz compartilha detalhes sobre sua preparação intensa para viver Morticia e destaca sua parceria de longa data com o diretor Victor Maia, com quem já trabalhou em diversos musicais.

A dedicação e paixão de Ariane pelo teatro e pela dança são evidentes em sua carreira prolífica. Seu retorno aos palcos promete trazer uma nova energia e interpretação única para Morticia Addams, consolidando ainda mais sua posição como uma das artistas mais talentosas e versáteis do cenário cultural brasileiro.

Como você se sente ao interpretar a icônica personagem Mortícia Adams no clássico “Família Addams” no teatro Fashion Mall?

Estou muito feliz. Um presente, onde me sinto realizando um sonho, por ser o musical que eu mais gosto. Já criança gostava de assistir ao filme com Raúl Juliá e Anjelica Huston. Assisti diversas vezes. E o musical também, onde pude me inspirar e apreciar o trabalho da Marisa Orth.

Qual foi o maior desafio na preparação para viver Mortícia Addams e como você se preparou para incorporar essa personagem tão marcante?

O maior desafio foi encontrar o corpo, voz e as emoções da personagem. Voz contida, incisiva e sutil. Sorrisos raros. E possui um lado romântico. Juntar tudo isso é um grande desafio que foi trabalhado com movimentos coreografados e estudos dos arquétipos que se encaixam na personagem Mortícia.

Você mencionou sua parceria de longa data com o diretor Victor Maia. Como tem sido trabalhar novamente com ele neste espetáculo?

Eu já trabalhei com Victor Maia em 4 musicais: “Sabor a Mi”, “Fame”, “Hairspray”, “Opera das Malandras” e agora “Família Addams”. Com isso os laços foram se estreitando, e viramos grandes amigos além de colegas de trabalho. Um está sempre indicando o outro para novos projetos. Então nesse espetáculo tem sido divertido e muito leve o processo.

Ariane Rocha (Sergio Baia)
Ariane Rocha (Sergio Baia)

“Família Addams” é conhecido por seu humor peculiar e personagens excêntricos. Como você descreveria a dinâmica do elenco durante os ensaios?

Tivemos que encontrar as nossas próprias excentricidades (risos).  Por mais sutis que possam ser, todo ser humano as tem. Encontrá-las, entendê-las e lidar com elas, fez parte do processo para a melhor acomodação das personagens dentro de cada um dos atores. Foi um exercício superinteressante. Estamos super entrosados.

Além dos desafios específicos de interpretar Mortícia, como você vê a relevância e o impacto cultural de uma peça como “Família Addams” nos dias de hoje?

As famílias de hoje têm “atores diferentes” que “protagonizam” papéis diferentes. Vive-se um processo de transformação. De entendimento e acomodação de novos e importantes valores. Neste “novo cenário”, cada “ator” de uma família precisa se encontrar no “personagem” que os outros membros da mesma família, esperam, possam ser “interpretados”. A Família Addams retrata essa transição. As personagens compõem uma família diferente das demais… Onde as personagens só serão compreendidas se a família como um todo for compreendida. Adams é uma família super atual.

Você tem uma vasta experiência em musicais. Como isso influenciou sua abordagem para este papel em particular?

A cada experiência vamos entendendo como um musical funciona. Cantar, atuar, dançar… Com isso vamos ganhando confiança a cada um deles. Por isso, posso dizer que nesse momento o domínio do que tem que ser feito, é bem maior, do que há dez anos atrás.

Ariane Rocha (Sergio Baia)
Ariane Rocha (Sergio Baia)

Qual é a sua cena favorita ou momento especial que os espectadores podem esperar ver durante o espetáculo?

Quando a Wandinha se apaixona e diz para os pais que quer se casar, e quando o Lucas (pretendente) chega na Mansão com sua família para conhecê-los, Wandinha aparece na sala de vestido amarelo dizendo pra Mortícia que está tentando ser normal. E Mortícia diz que ela não admite cores vibrantes na sua casa.

Além da peça teatral, você também participou recentemente da série “Até Onde Ela Vai” e do filme “Querido Mundo”. Como você equilibra sua carreira entre o teatro e o audiovisual?

Quando as coisas se somam, ou você tem disciplina ou não tem. Os processos demandados por cada uma dessas atividades mostra rapidamente para quem te observa se você dá ou não dá conta das coisas. Conheço gente que não consegue. São muitos os compromissos. A vida vira uma “loucura divertida”. Mas tudo cabe. Porque tudo tem a sua hora e momento certo para acontecer.

Como você vê o papel das artes cênicas na sociedade contemporânea, especialmente em tempos desafiadores como os que vivemos?

Como uma referência superimportante para as reflexões. Por muitas vezes criticada. O que é compreensível. É que as pessoas têm “timings” diferentes para entendimento e aceitação das novas coisas. Aristóteles disse _” a arte imita a vida” _ … E não há nada mais verdadeiro do que isso nas artes cênicas.

Finalmente, o que você espera que o público leve consigo após assistir a “Família Adams” no teatro Fashion Mall?

Que todos possam refletir a respeito dos papéis que estão ou não protagonizando nas suas famílias. Que seja possível compreender e aceitar de melhor forma a si próprio bem como aos outros.

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