Rafael Saraiva e Samuel Valladares são amigos desde os tempos da escola. Como diz Samuel: “Sou amigo do Rafa há 14 anos e a amizade se estende para o trabalho. Já tivemos companhia de teatro juntos, fizemos inúmeras peças, um filme, escrevemos e dirigimos um programa para o youtube da TV Globo juntos, enfim. Acho que essa peça representa todos esses anos de parceria, entrosamento e nossa devoção ao teatro e à comédia.”
Rafael está muito animado com a estreia de “Presentes”. Segundo ele, “os dois adoram o risco de se jogar no palco sem saber o que vai acontecer.” Como se conhecem muito bem, isso ajuda na dinâmica das improvisações e um dá segurança ao outro para construírem a cena na hora, diante do público.
Tuila Jost dirige o espetáculo que é produzido por Joana Motta. A diretora diz: “Rafael Saraiva e Samuel Valladares são artistas que eu admiro desde muito jovens. São amigos há muitos anos do meu filho Theo Jost, assistente de direção da peça. “Presentes” é um formato autoral criado para eles e para o Noé Ribeiro, nosso improvisador musical, sempre em cena trilhando o espetáculo. Entre idas e vindas, nas possibilidades das agendas, os ensaios contaram com a generosidade de grandes amigos para acontecerem. Claudio Soares cedeu sua casa por semanas e Clara Araújo uma sala no instituto de educação Pró Saber, dirigido por ela. E só assim, foi possível trabalharmos e prepararmos o espetáculo.”
Como surgiu a ideia de criar o espetáculo “Presentes” e como você se sente prestes a estrear essa peça de improviso?
A ideia surgiu do desejo que eu e Samuel temos de estar em cena juntos. Além disso, somos dois apaixonados pelo risco, por não saber o que vai acontecer em cena. Para isso, nada melhor que a improvisação teatral. Estou muito animado, não tenho ideia do que vai acontecer.
O que diferencia “Presentes” de outros espetáculos de improviso que você já participou?
Acredito que Presentes seja um espetáculo com um humor bastante anárquico. Nossas regras são poucas e o espetáculo pode contar qualquer história. Nossos diretores arquitetaram um espetáculo justamente para ampliar nossa liberdade, então acho que Presentes realmente é sempre um mistério.
Como é a dinâmica de trabalho com seus colegas de cena, Samuel Valladares e o improvisador musical Noé Ribeiro?
Excelente. Além de serem muito meus amigos, são duas pessoas que tenho muita admiração artística. Me sinto seguro perto deles, e acho que essa segurança é fundamental para me sentir confortável para me jogar no precipício que é uma peça de improvisação.
Vocês têm alguma preparação especial antes de cada apresentação para enfrentar o desafio da improvisação?
Fazemos um aquecimento para buscar nos colocar em uma frequência de energia parecida.
Você tem uma vasta experiência no teatro, séries, cinema e também no mundo digital. Como essas experiências se complementam em sua carreira artística?
Acredito que o artista tenha que ocupar os espaços onde ele tem possibilidade de falar com alguém. Além disso, as diferentes plataformas são formas de expressão com sua individualidade, mas também sempre com o objetivo de tocar alguém. Por isso, busco entender em cada uma quais são suas maiores virtudes. E tento levá-las para as outras formatações.
Conte-nos um pouco sobre a parceria de longa data com Samuel Valladares e como essa amizade influencia o trabalho de vocês no palco.
Samuel é meu melhor amigo há 14 anos. Uma pessoa em que confio de olhos fechados. Além disso, acho ele um artista brilhante e extremamente hilário e inteligente. Nossa intimidade certamente está presente na nossa improvisação, porque não temos nenhum pudor com o outro. Fazemos a piada que for e sabemos que o outro vai lidar bem. Temos uma mentalidade para vida muito parecida e isso facilita o espetáculo.
Como foi trabalhar com a diretora Tuila Jost na concepção e desenvolvimento do espetáculo?
A Tuila, além de uma improvisadora e diretora brilhante, é mãe de um dos meus melhores amigos, que também assina a direção do espetáculo. Me sinto sendo convidado a participar de uma família, com todo afeto, alegria, carinho e amizade possível. Mas também com os puxões de orelha que só uma mãe sabe dar. Ela é maravilhosa.
“Presentes” é um formato autoral criado especialmente para você, Samuel e Noé. Como foi o processo criativo para desenvolver esse espetáculo único?
Treinamos improviso durante 1 ano e meio. Finalmente estamos tendo a possibilidade de estrear. Experimentamos diferentes formatos, possibilidades e jogos. Até chegarmos nesse, que, na minha visão, tem como pilar a liberdade de construção que todo improvisador sonha em ter.
O público pode esperar algo surpreendente em cada apresentação, devido ao caráter improvisado da peça. Você tem alguma história memorável de uma improvisação que ficou marcada em suas apresentações?
O público pode esperar sempre algo surpreendente. Inclusive, tenho certeza que vou me surpreender muito durante a temporada. Durante o mesmo espetáculo, parece que a história vai para diversos caminhos diferentes. Estamos sempre nos surpreendendo. Posso dizer que durante uma apresentação que fizemos, comecei a passar mal durante o espetáculo. Em alguns momentos, achei que fosse desmaiar. Tudo isso, fazendo um Deus grego.
Além de “Presentes”, você também integra o elenco do “Porta dos Fundos”. Como é a experiência de fazer parte de um grupo tão reconhecido e de sucesso na internet?
É maravilhoso. Aprendo todos os segundos que estou perto deles. O Porta é uma grande referência artística e ser um integrante do elenco faz eu confiar muito mais em mim.
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