Quarteto carioca formado em 2014, Pappa Jack quer surpreender o público que já os segue, aos novos ouvintes e a eles mesmos. Um dos expoentes do cenário independente do Rio com visibilidade nacional, os músicos se reinventam buscando mais maturidade e mais peso no som. A primeira amostra dessa nova fase é o single “Jovem Drama”, que está disponível em todas as plataformas de música digital e ganha um clipe.
Já a definição do significado do nome Pappa Jack aconteceu durante uma noite de inspiração etílica, em que uma garrafa de Jack Daniels’ remeteu às sensações de se sentir nas nuvens e atingir um estado de consciência superior. Desde então, para o grupo, “estar no jack” significa se sentir bem, eufórico, num estado astral elevado.
O início da discografia autoral da Pappa Jack aconteceu em 2016 com o EP “Suburbana Boulevard”, trabalho que rendeu à banda seus primeiros shows e estabeleceu uma identidade para a sua sonoridade.
Após um período de transição que marcou o fim do ciclo desse primeiro álbum e mudanças na formação, o grupo voltou ao estúdio e se reinventou como novos artistas. O resultado poderá ser visto em seu novo EP, “O mundo inteiro em uma noite”. O registro trará quatro faixas inéditas, capitaneadas por “Jovem Drama”.
Considerados um dos grandes expoentes do cenário independente do Rio, como foi a criação do quarteto Pappa Jack em 2014? E qual foi o momento mais marcante que viveram nesses últimos seis anos de carreira?
Magori: Na verdade em 2014 a banda começou como um quinteto. 5 amigos que curtiam tocar se juntaram num estúdio de ensaio na Taquara, zona oeste do Rio, e assim nasceu a Pappa. Mas naquela época a banda era outra formação completamente diferente. O momento mais marcante até aqui acho que foi quando ouvimos nossa música na rádio pela primeira vez.
Integrando uma fase nova da banda, buscando mais maturidade e peso no som, o single “Jovem Drama”, foi a primeira amostra desse marco, lançado recentemente. Como foi o processo de criação dessa música?
Thiago Abdallah: Se me lembro bem, Jovem Drama foi um dos primeiros arranjos que surgiram quando começamos a nos reunir para compor. De cara chamou a nossa atenção por ter uma pegada para cima e alto astral. Ainda estávamos experimentando a mescla de referências, mas o resultado veio com facilidade.
A canção fala sobre a vontade de “abraçar o mundo” e de se encontrar no meio dele, baseando-se na juventude em ter que conquistar seus sonhos e aprender muitas coisas na marra durante a vida. De onde partiu a ideia? Ela é baseada na vida de um de vocês?
Lucas Sabrini: Eu acho que ela é um pouco baseada na vida de todos nós da banda, de certa maneira. Escrevi a letra numa madrugada em que pensava muito sobre o momento que eu estava vivendo como artista. Um momento em que sentia que já havia aprendido algumas lições e tinha a energia e ambição de conquistar o que eu sempre quis. Por alguma dessas coincidências mágicas que acontecem na vida, acabei escrevendo uma letra que traduziu o que o Jimmy, Thiago e Magori também estavam vivendo. Talvez seja por isso que a coisa deu liga, temos uma conexão sobrenatural (risos).
Lançado também há pouco tempo, “Jovem Drama” ganhou o seu videoclipe oficial, onde os personagens encarnados por vocês se encontram em situações desconfortáveis e perdidos no mundo. Acreditam que essa situação realmente possa trazer a identificação de uma boa parte do público de vocês?
Magori: Acho que muitas pessoas já se sentiram assim alguma vez na vida. Então pode gerar uma identificação sim. Mas a gente espera que essa música e o clipe possam ser uma mensagem de motivação para essas pessoas. Algo que as incentive a se conhecerem mais e acreditarem mais nos seus objetivos.
Na opinião de vocês, por qual motivo, acreditam que seria o principal motivo de os jovens se sentirem desconfortáveis com as situações que o mundo os propõe? Seria uma falta de preparação pessoal ou uma desmotivação de correrem atrás de seus objetivos?
Thiago Abdallah: Acredito não ser nenhum dos dois. Toda geração tem a necessidade de expressar sua voz de uma forma diferente. Os “jovens” de hoje eventualmente vão dar de cara com uma nova geração sedenta por mostrar a sua voz de uma forma diferente. Esse é o ciclo. O desconforto vem por estarmos em uma constante procura por uma forma nova de se expressar. Queira a gente ou não, é o que nos move.
A Pappa Jack é caracterizada por ser um conjunto de diversos ritmos musicais que vão além do rock tradicional, sem se restringirem as amarras, do hard rock ao metalcore, blues e pop rock. Qual definição vocês usariam para classificar o estilo musical de vocês?
Lucas Sabrini: Rock. Simplesmente isso. Nós não gostamos de nos prender a um gênero específico, a gente está sempre experimentando, misturando e não seguimos cartilha nenhuma. Deixamos esse trabalho de classificar para os críticos.
Uma curiosidade que temos em relação ao quarteto, é a origem do nome. Como surgiu a expressão Pappa Jack?
Jimmy Jr: “Pappa Jack” é um estado de espírito. Comparado a onda de alguns entorpecentes e até mesmo a do orgasmo. Cada um entende como quer… ou como gosta! Para mim, Pappa Jack é o ápice onde prazer, felicidade e euforia se chocam e resultam nessa vibe.
O início da discografia da banda foi em 2016, dois anos após sua formação, com o lançamento do EP “Suburbana Boulevard”, que acabou rendendo a banda suas primeiras apresentações. Como enxergam a evolução do grupo daquela época até os momentos atuais?
Lucas Sabrini: A evolução aconteceu em todos os sentidos: musical, profissional, conceitual… Mas a gente não gosta muito de ficar comparando. São momentos completamente distintos. Aquela formação, da qual apenas eu e Magori fizemos parte, era uma formação de amigos que se juntaram para fazer um som e se divertir e que acabaram se aventurando no cenário profissional de música. Mas a carreira artística nunca foi o objetivo da vida de todos daquele grupo. Por isso consideramos que a Pappa Jack nasceu agora, com esse novo EP, e que o que ocorreu antes disso foi um período embrionário, um prólogo da verdadeira história que começamos a contar.
A gente sabe que estamos em um momento difícil no mundo devido a pandemia do coronavírus no mundo inteiro. Sendo assim, quais são os planos do grupo para os próximos momentos e como vão ser os rumos da Pappa Jack?
Jimmy Jr: Acredito que todos os artistas estejam aprendendo e entendendo como colocar em prática os próximos planos com esse “novo normal”, mas independente de para onde o barco nos leve, temos mais 3 clipes para lançar (das músicas do novo EP), temos um álbum completo para produzir, propostas de lives. Enfim, a pandemia pode ter reduzido nossa mobilidade, mas aumentou nossa criatividade e vontade de alcançar nossos objetivos.
