Nina Tomsic é destaque nas produções “No Ritmo de Natal” (Globo Filmes) e “Da Ponte Pra Lá” (HBO)

Luca Moreira
11 Min Read
Nina Tomsic

Com 23 anos de idade, Nina Tomsic já acumula uma carreira impressionante de 15 anos nos palcos e 5 anos no mundo do audiovisual. Atualmente, ela está cursando Bacharelado em Atuação Cênica na UNIRIO. Seus feitos notáveis incluem atuações na peça “Paz Sem Rosto”, premiada internacionalmente pelo centro de artes “Hellerau”, em Dresden, Alemanha, em 2016. Além disso, ela é a fundadora, atriz e diretora do “Grupo Chão”, um grupo de pesquisa teatral.

No campo audiovisual, Nina Tomsic participou do elenco da série “Filhas de Eva” (2021, Globoplay), da novela das 19h “Quanto Mais Vida, Melhor!” (2022, Globoplay), e recentemente, protagonizou a série “A Vida Pela Frente” (2023, Globoplay). Atualmente, Nina está brilhando nos palcos com a peça “ENSAIO IR EMBORA”, em sua segunda temporada na Sede Cia dos Atores, na Lapa, com apresentações aos sábados, às 22 horas, e aos domingos, às 21 horas, até 17 de setembro.

Sobre seu atual espetáculo, Nina descreve: “Ensaio Ir Embora é uma peça para todo mundo. Desde quem tem que lidar melhor com botar limites, até quem perdeu pessoas queridas. É uma peça que convida o público a se enxergar nas dificuldades de ir embora, dos lugares, das situações, dos relacionamentos, e de deixar ir também! É uma peça para rir, chorar e sair leve!”

Ademais, Nina Tomsic está imersa em novos projetos, incluindo o filme “No Ritmo De Natal” da Globo Filmes e seu papel como protagonista na série “Da Ponte Pra Lá” da HBO.

Com 15 anos de experiência no teatro, você já teve a oportunidade de desempenhar uma variedade de papéis. Qual personagem ou peça de teatro foi a mais desafiadora e gratificante para você até agora, e por quê?

Acho que todas as minhas personagens me desafiaram em algum lugar até hoje, o que é maravilhoso, mas definitivamente a personagem que eu mais amei interpretar foi a Ingrid Terrare (Quanto Mais Vida, Melhor!). Era minha primeira personagem na tv, eu comecei a gravar no meio da pandemia, já cheguei contracenando com a Giovanna Antonelli e a Jussara Freire, foi um desafio bem grande, mas delicioso, e me saí muito bem. Eu me divertia muito gravando.

“Paz Sem Rosto” foi premiada internacionalmente pelo centro de artes “Hellerau” na Alemanha. Como foi a experiência de ter seu trabalho reconhecido globalmente?

Essa viagem pareceu um sonho. Até hoje tenho dificuldade de acreditar que nessa vida eu já fui fazer teatro com meus melhores amigos na Alemanha. E tudo com 15 anos de idade. Foi realmente um momento surreal e maravilhoso. Não atoa carrego esses amigos grudados comigo até hoje. Queria muito que essa realidade fosse possível para várias pessoas que fazem teatro no Brasil.

Você participou de diversas produções de sucesso no audiovisual, incluindo a série “Filhas de Eva” e a novela “Quanto Mais Vida, Melhor!” Qual foi a maior diferença em sua abordagem entre atuar no teatro e na tela?

São atuações definitivamente diferentes, mas costumo dizer que ser uma pessoa que se formou como atriz no teatro me faz uma atriz de audiovisual muito melhor. Porque o teatro é coletivo, você faz parte de cada pedaço do processo, você aprende as coisas junto se virando, e no audiovisual as funções são muito mais claras e divididas para cada um. É difícil pra mim chegar numa equipe de cinema e ser só atriz, quando eu venho de uma vivência teatral de ser atriz, mas ser diretora e cenógrafa e escrever meus próprios textos e fazer a identidade visual e produzir os projetos… rsrsrs! Mas isso me ajuda a ser uma atriz que sabe trocar em cena, olhar no olho, escutar, dar ideias, criar junto, trazer os conhecimentos do teatro para a câmera.

Como fundadora, atriz e diretora do “Grupo Chão”, qual é a visão e objetivo por trás desse grupo de pesquisa teatral, e quais projetos vocês têm planejados para o futuro?

Nós somos um grupo que se interessa muito por explorar a nossa linguagem, ou seja, o “como” contar as histórias. Tivemos a sorte enorme de juntar quatro pessoas com opiniões artísticas tão complementares, que se admiram tanto entre si e trabalham tão bem juntos. Nos últimos 6 anos de companhia nós aprofundamos muito no tema do luto. Nossa pesquisa passa de perda de pessoas, ao luto por ciclos que se encerram, ou pequenos momentos da vida em que você perde alguma coisa, e gostamos sempre de trazer nossas pesquisas para o que é mais humano, que todo mundo vai entender e se identificar de alguma forma.

Você tem uma sólida carreira no teatro e está conquistando seu espaço no audiovisual. Pode nos contar um pouco sobre como você se envolveu em ambas as áreas da atuação?

Eu sempre fiz teatro, desde muito pequena. Realmente não lembro da minha vida antes do teatro. Comecei com aulas na minha primeira escola, depois fui para cursos livres, até entrar na graduação pela UNIRIO, onde estou me formando. Como sempre fui obcecada pelo teatro, sempre quis muito me meter em todos os projetos que podia, e isso me fez conhecer muita gente legal e abrir muitas portas. A primeira oportunidade de fazer audiovisual veio através de um grande amigo, Daniel Belmonte, que fiz no teatro O Tablado. E dali para a frente comecei a ser chamada para testes e ganhar mais espaço, porque sempre me dediquei muito em cada participação. Acho que o melhor dessa profissão é estar inteira e valorizar toda oportunidade que der para fazer nosso trabalho bem.

Recentemente, você protagonizou a série “A Vida Pela Frente”. O que mais chamou sua atenção no roteiro e na personagem que interpretou?

Acho que o fato de ser uma história inspirada em acontecimentos reais. E principalmente ver amigas como a Leandra Leal, Rita Toledo, Carol Benjamin e Maria Barreto sendo amigas de infância e hoje levantando esse projeto lindo juntas. É impressionante o poder e a sensibilidade que elas trouxeram para essa memória.

Falando sobre sua carreira teatral, você está atualmente em cartaz com a peça “ENSAIO IR EMBORA”. Pode nos contar mais sobre essa produção e qual mensagem ela transmite ao público?

Sim! Estamos agora no último fim de semana da segunda temporada (dias 16 e 17 de setembro) na Sede Cia dos Atores. A peça é uma reflexão sobre fins de ciclos, passando pela simples dificuldade em dizer “não” pra situações cotidianas, às vezes que não conseguimos ir embora dos lugares que estamos, e terminando em formas de lidar com as pessoas que foram embora da nossa vida. É uma grande conversa sobre despedidas. E tudo isso feito com muita leveza e gargalhada garantida, num terraço a céu aberto olhando para as estrelas. É uma peça deliciosa de assistir!

Além de atuar, você está cursando Bacharelado em Atuação Cênica na UNIRIO. Como você equilibra seus estudos acadêmicos com sua carreira artística?

Olha, é difícil. Mas eu amo muito o curso que eu faço. E isso me mantém com muita saudade e vontade de continuar. Para mim a UNIRIO é meu espaço de erro, de aprendizado, de teste, de fazer o que nunca fiz, pra me preparar pro mercado de trabalho, que muitas vezes não te dá esse tempo. Então sempre que preciso me afastar por um período para trabalhar, faço questão de voltar no próximo e mesmo que pegando poucas matérias por vez, estar lá dentro estudando.

Como você vê o papel das artes cênicas na sociedade atual? Qual é a importância do teatro e do audiovisual na nossa cultura?

A vida só faz sentido quando a gente se comunica. Contar histórias é a forma mais antiga e eficiente de evolução que o ser humano tem. O teatro é um lugar de encontro e de escuta, o que para mim são as coisas mais essenciais nos dias de hoje. Eu diria ser obrigatório para todo ser humano passar pelo teatro. Seja assistindo, seja fazendo. E enquanto o teatro tem a potência do encontro único, que só acontece daquele jeito naquela hora, o audiovisual tem a preciosidade de ser eterno. De guardar a memória de um tempo. Quer estudar a evolução de uma sociedade, veja seus filmes. Ouça suas músicas, veja a arte que está sendo produzida, vai estar tudo ali. Porque a arte é o único lugar onde a gente fala do que a gente sente. E compartilhar os sentimentos é a única forma de seguir.

Quais são seus planos futuros na atuação? Existem projetos ou papéis dos quais você ainda gostaria de fazer parte?

Claro! Tenho milhares de planos e expectativas. Tenho um sonho gigantesco de fazer projetos internacionais, assim como fiz esse ano um filme argentino chamado “A Busca De Martina”. Tenho sonhos de fazer mais novelas, porque amo muito. Gostaria muito de no futuro seguir minha carreira como diretora e tocar meus projetos. E desde pequena tenho o sonho de ter um teatro. Mas por agora só torço pela sorte de trabalhar com pessoas incríveis em projetos lindos, como vem acontecendo!

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*Com Regina Soares

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