Mike Manning brilha em Beyond the Gates e reforça seu impacto dentro e fora das telas

Luca Moreira
12 Min Read
Mike Manning
Mike Manning

Vencedor do Emmy, o ator Mike Manning reafirma seu talento versátil ao estrelar a série Beyond the Gates, onde interpreta um dos personagens do primeiro casal gay birracial a criar filhos na história da TV diurna. Com uma atuação marcante, Manning consolida seu espaço como um dos grandes nomes da nova geração de Hollywood.

Além do sucesso na atuação, o artista também se destaca nos bastidores como produtor de filmes premiados e projetos socialmente engajados. Seu compromisso com narrativas impactantes reflete-se em sua atuação como filantropo, apoiando causas como direitos LGBTQ+, empoderamento juvenil e acesso à água potável através do The Thirst Project, organização da qual é membro do conselho.

Com a estreia de Beyond the Gates, o momento é ideal para celebrar a trajetória de Manning, que continua a construir uma carreira pautada pelo talento e pelo desejo de promover mudanças dentro e fora da indústria do entretenimento.

“Beyond the Gates” marca um momento histórico na TV diurna ao apresentar o primeiro casal gay birracial criando filhos. Como foi para você dar vida a esse papel e qual a importância dessa representação para o público?

Para mim, o motivo pelo qual as pessoas assistem à televisão é, ou para escapar da vida real, ou para se identificarem com o que está acontecendo na tela – para se verem refletidas na vida dos personagens que acompanham. Na minha opinião, uma das coisas que torna Beyond the Gates tão especial é que ele permite que um grupo mais diverso de pessoas se enxergue nesses personagens, algo que tradicionalmente não foi tão comum na TV diurna. Claro, já houve outras novelas que incluíram personagens negros e LGBTQ+, mas essa é a primeira novela de uma hora de duração, desde sua concepção na TV aberta, a ser centrada em uma família negra. E, como você mencionou, inclui o primeiro casal gay inter-racial com dois homens que adotaram filhos. Bem-vindos a 2025, pessoal!

Meu personagem, “Smitty”, faz parte dessa representatividade, e eu não poderia estar mais orgulhoso. Quero que certas pessoas assistam a mim e a Brandon Claybon (o ator que interpreta meu marido, também um congressista na trama) e consigam se ver nesses personagens. Quero que vejam o amor que nossos personagens têm por seus filhos e um pelo outro e pensem: “Eu também posso ter isso.” Isso é especial.

Além de atuar, você tem se destacado como produtor de filmes premiados e projetos com forte impacto social. O que mais te motiva na produção e como escolhe as histórias que deseja contar?

Me mudei para Los Angeles, Califórnia, há quinze anos para seguir a carreira de ator. Pouco depois de chegar, comecei a trabalhar em filmes e programas de TV para Disney, MTV, CBS e outras emissoras como ator. Eu estava confortável e feliz. Então, o universo colocou em meu caminho algumas pessoas incríveis que estavam trabalhando em diferentes documentários sobre causas sociais importantes e me disseram: “Você precisa ajudar.” Desde muito jovem, sempre tive um coração voltado para a caridade, e eu amava fazer filmes. Então, juntei as duas coisas e comecei a produzir esses documentários. Dois dos quais me orgulho muito são Kidnapped for Christ (sobre abuso infantil em acampamentos religiosos) e Lost in America (sobre jovens sem-teto nos EUA). Para este último, entrevistamos Halle Berry, Rosario Dawson e Jewel, três mulheres incríveis e inspiradoras.

Você tem um histórico impressionante de envolvimento em projetos que não apenas entretêm, mas também fazem refletir. Como enxerga a responsabilidade de um artista em abordar temas relevantes na mídia?

Acho que cada artista é diferente, e só porque alguém tem uma plataforma, isso não significa que essa pessoa precise ser um “adesivo ambulante” para causas sociais ou políticas. No entanto, EU acredito que qualquer pessoa com uma plataforma precisa estar ciente do que transmite para o mundo. Deve checar os fatos antes de postar e evitar mensagens negativas ou de ódio, se puder. Isso é apenas minha opinião.

Pessoalmente, escolho escrever e produzir projetos que entreguem ao público o que ele espera do gênero (se for comédia, fazê-lo rir; se for terror, assustá-lo etc.), mas costumo incorporar ideias sobre certas causas que me importam. Por exemplo, em 2020, produzi um filme chamado Slapface. No papel, o filme parece ser apenas “um filme sobre um garoto e seu monstro”. Mas, ao final, o público percebe que há mensagens sutis sobre o combate ao bullying e o enfrentamento de traumas. Atualmente, o filme tem 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, e acho que esse é o motivo: as pessoas gostam de filmes que entregam o que elas querem, mas também as fazem refletir.

Mike Manning
Mike Manning

Seu trabalho com organizações como o The Thirst Project mostra que seu compromisso com causas sociais vai além das telas. Como essa atuação em prol do empoderamento juvenil e dos direitos LGBTQ+ influencia sua carreira?

Acho que meu ativismo está mais ligado a quem eu sou como pessoa do que a quem eu sou como ator. O fato de eu ser ator se deve ao fato de eu amar isso e ter conseguido convencer algumas pessoas de que sou bom o suficiente para ser pago para isso. Mas, mesmo que eu não estivesse na indústria do entretenimento, ainda estaria envolvido com causas como o Thirst Project, que fornece água potável segura para comunidades em desenvolvimento ao redor do mundo, ou na luta pela igualdade LGBTQ+ no governo e nos negócios. Agora, como cineasta, posso incorporar essas mensagens nos meus filmes como minha própria forma de ativismo.

Você já esteve em diferentes gêneros e formatos ao longo da sua trajetória. Existe algum papel ou projeto que tenha te desafiado de maneira especial?

Cada projeto apresenta um novo conjunto de desafios e oportunidades. Isso é o que mantém as coisas empolgantes. Um projeto que me vem à mente é um filme chamado The Way Out, que gravei há alguns anos. Precisei ganhar 6 kg de músculo e treinar por vários meses com um treinador de boxe antes das filmagens, pois interpretava um lutador no filme. Também era um filme violento, e havia uma cena de banho em que eu estava completamente nu, o que exigia um certo nível de vulnerabilidade e emoção para o papel. Mas, novamente, eu amo essa parte do trabalho.

Como ator e produtor, você transita entre o cinema e a televisão. O que cada meio te proporciona de diferente e qual deles mais te instiga criativamente?

No início da minha carreira, fiz muitas participações em séries de TV e papéis recorrentes em alguns programas. Depois, houve um período em que as séries pararam de me contratar por um tempo, e eu comecei a atuar em muitos filmes independentes. Eu adorava esses filmes porque me davam a oportunidade de interpretar uma variedade de personagens diferentes e trabalhar com atores e cineastas do mundo todo. Mas, depois de um tempo, me cansei de ficar pulando de um projeto para outro. Eu ia para um novo set, fazia amizades e depois nunca mais via aquelas pessoas, exceto por uma ou outra mensagem de texto ou postagem no Instagram. Eu queria algo mais estável, algo que durasse mais do que apenas alguns meses, um personagem que eu pudesse interpretar ao longo dos anos e explorar profundamente. Também queria colegas de elenco com quem pudesse trabalhar todos os dias. Atualmente, Beyond the Gates me dá essa oportunidade, então espero que seja um trabalho que dure bastante tempo.

Muitos artistas usam sua voz para causas importantes, mas nem todos se envolvem de forma tão ativa como você. De onde vem essa vontade de agir além do entretenimento e realmente fazer a diferença?

Eu diria que minha motivação vem dos meus pais. Desde que me lembro, minha mãe nos envolvia em trabalhos voluntários, seja em vendas beneficentes da igreja ou em causas comunitárias do bairro. Todo Natal, íamos cantar para os idosos em casas de repouso, e sempre ajudávamos a remover a neve das calçadas e entradas das casas de vizinhos que não podiam fazer isso sozinhos. Meu pai também era um trabalhador incansável no mundo dos negócios, planejando o desenvolvimento e a abertura de grandes redes de restaurantes pelo país. Acho que um pouco dessa mentalidade de “apenas faça” acabou se refletindo em mim.

“Beyond the Gates” acabou de estrear e sua carreira está em plena ascensão. Quais os próximos desafios e projetos que mais te empolgam no momento?

Acabei de finalizar um filme chamado Eyes in the Trees, que gravamos nas florestas da Tailândia. O elenco inclui o vencedor do Oscar Sir Anthony Hopkins, Jonathan Rhys Meyers e Ashley Greene. No filme, atuei e também coescrevi o roteiro. A história foi vagamente inspirada no livro A Ilha do Dr. Moreau, de H.G. Wells, e foi dirigida pelo meu amigo Timothy Woodward Jr. O projeto foi desafiador pelo seu tamanho, mas trabalhei com uma equipe incrível de produtores e cineastas, e todos se esforçaram muito para que tudo desse certo. Como muitos dos meus outros filmes, este também traz uma mensagem sutil sobre uma causa que me importa. Neste caso, a causa é o meio ambiente, e eu mal posso esperar para que o mundo veja o corte final.

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