E se as maiores lições de liderança e gestão viessem dos palcos, e não apenas das salas de reuniões? É essa provocação que guia o livro Seja um Rock Star nas Empresas, de Michel Mariano Pizzetti — empresário, CEO, cantor e compositor. Na obra, o autor transforma a trajetória de bandas lendárias como Beatles, Queen, Pink Floyd e Tina Turner em metáforas vivas para temas corporativos como cultura organizacional, branding, resiliência e conexão com o público.
Michel, você une dois universos que parecem distantes: o corporativo e o musical. Como nasceu a ideia de usar o rock como referência para liderança nas empresas?
A ideia nasceu da minha própria trajetória. Sempre vivi intensamente o mundo corporativo, mas também sou músico. Percebi que os grandes nomes do rock têm uma energia e uma forma de liderar multidões que podem inspirar os líderes nas empresas. O palco e a sala de reunião, no fundo, não são tão diferentes: ambos exigem propósito, autenticidade e a capacidade de engajar pessoas.
Quais lições de banda de rock você considera mais aplicáveis ao dia a dia de um CEO ou gestor?
A principal é a noção de banda: ninguém faz sucesso sozinho. Um gestor precisa montar um time onde cada talento tenha espaço para brilhar. Outra lição é a disciplina escondida atrás do glamour — ensaios, planejamento e resiliência. E claro, a coragem de assumir riscos, inovar e manter-se relevante, como uma banda que atravessa gerações.
Você cita nomes como Beatles, Queen e Tina Turner. Há algum artista ou banda que tenha influenciado diretamente sua visão de liderança?
Mick Jagger sempre foi uma grande inspiração. Ele representa liderança de palco com carisma, presença e capacidade de comandar multidões. Jagger sabe equilibrar disciplina, estratégia e improviso, mantendo os Rolling Stones relevantes por décadas. Essa habilidade de se reinventar e engajar gerações é exatamente o que um líder precisa para se manter à frente em qualquer negócio.
Na sua experiência, qual é o paralelo mais surpreendente entre montar uma carreira musical de sucesso e construir uma empresa sólida?
A necessidade de consistência. Uma banda não sobrevive só de um hit, assim como uma empresa não vive só de uma boa ideia. É preciso manter qualidade, reinventar-se e cuidar da relação com o público ao longo do tempo. A carreira musical e a empresarial são maratonas criativas e estratégicas.

O livro fala sobre “conexão com o público”. Como essa habilidade pode transformar a forma como líderes se relacionam com suas equipes?
Quando um líder aprende a se conectar genuinamente, ele deixa de falar para e passa a falar com. Essa escuta ativa gera confiança, pertencimento e engajamento. Uma equipe que se sente vista e ouvida trabalha com mais energia e propósito, da mesma forma que um público vibra quando a banda cria momentos inesquecíveis.
Você acredita que qualquer gestor pode se tornar um “rock star” dentro da sua própria empresa, ou é necessário um certo perfil natural?
Acredito que todos podem. Alguns têm talento natural, outros precisam desenvolver. O “rock star corporativo” não é sobre carisma exagerado, mas sobre autenticidade e consistência. Quando um líder entende seus pontos fortes, trabalha com propósito e cuida das pessoas, ele se torna referência e inspiração.
O que você diria a líderes que têm dificuldade em equilibrar disciplina corporativa com criatividade e autenticidade?
Eu diria que disciplina e criatividade não são opostos, mas complementares. O rock só existe porque há acordes, compasso e técnica — e é dentro dessas regras que surge a liberdade para improvisar. Nas empresas é igual: processos dão segurança, mas é a criatividade que gera diferenciação e futuro.
Se pudesse escolher uma música que resumisse a essência da liderança que você defende no livro, qual seria e por quê?
“Don’t Stop Me Now”, do Queen. Porque fala sobre energia, movimento e entusiasmo, elementos fundamentais para qualquer líder. Um gestor que contagia sua equipe com essa vibração cria um ambiente em que todos acreditam ser capazes de ir além — e isso é a verdadeira liderança rockstar.
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