Da infância marcada pelo abandono à consagração nos palcos de Nova York, Maya Lygya apresenta em Show de Vida – Os segredos da brasileira sem grana ou pistolão que conquistou Nova York e palestrou nos palcos do coach mais famoso do mundo uma narrativa potente de resiliência e transformação. A obra mistura memórias pessoais, lições terapêuticas e ferramentas de autodesenvolvimento para inspirar o leitor a assumir o protagonismo da própria história. Ao relembrar momentos como sua participação nos bastidores de eventos com La Toya Jackson, a abertura do aniversário de 5 anos da Vanity Fair Magazine e suas palestras em seminários de Tony Robbins, Maya propõe uma reflexão provocadora sobre como é possível reinventar-se, mesmo diante das circunstâncias mais adversas, e transformar a vida em um verdadeiro espetáculo.
Maya, sua trajetória já foi descrita como “um roteiro de cinema”. Quando você olha para trás, qual foi o momento mais improvável em que você realmente pensou: “minha vida daria um filme”?
Foi quando palestrei na Austrália, no pós-evento do Tony Robbins. Um público que havia acabado de assistir ao palestrante mais famoso do mundo por três dias, e mesmo assim eu consegui arrancá-los das cadeiras com aplauso calorosos e gargalhadas. Naquele momento, uma brasileira sem “pistolão” conquistava corações que pareciam impossíveis de tocar. Ali entendi que nossa origem nunca define nosso destino.: a menina abandonada que virou protagonista no palco dos sonhos.
Seu livro fala de abandono, sobrevivência e reinvenção. Qual dessas fases foi a mais difícil de revisitar e transformar em literatura sem perder a força emocional?
O abandono do meu pai foi a ferida mais profunda de escrever. Ele era meu herói absoluto, e quando prometeu me visitar de quinze em quinze dias após a separação, eu acreditei com toda a inocência de criança. Ele nunca mais voltou. Ficamos sem teto, minha mãe e eu, carregando não só a falta de dinheiro, mas o peso de um abandono. Transformar essa dor em palavras foi como operar o próprio coração sem anestesia – necessário, mas devastador.
Você viveu situações extremas e chegou a palcos de prestígio em Nova York. Como foi lidar com a insegurança de “não ter grana ou pistolão” e, mesmo assim, acreditar que merecia estar nesses espaços?
Quando a paixão queima mais forte que o medo, a palavra “impossível” desaparece do seu vocabulário. Nunca pensei “eu não posso” – sempre perguntei “como posso fazer isso?”. A diferença entre quem desiste e quem conquista está na pergunta que fazemos para nós mesmos. Eu não tinha dinheiro nem contatos, mas tinha algo mais poderoso: a recusa absoluta de aceitar limitações externas como verdades internas. A visão me guiava, a ação tomava conta do destino.
O Show de Vida é mais do que uma biografia; ele se propõe a ser um guia de transformação. Como você equilibrou sua história pessoal com as ferramentas terapêuticas e lições práticas para o leitor?
Quando descobrimos nossa missão de vida neste planeta, a mensagem se torna infinitamente maior que nossa vida pessoal. O equilíbrio veio através da curiosidade sobre minhas próprias dores emocionais. Decidi estudar meu mundo interior com a mesma dedicação que estudaria qualquer matéria importante. Quando consegui transformar experiências em vitórias e conhecimento em sabedoria, percebi que minha história poderia ser a chave para libertar outras pessoas de suas próprias prisões mentais.
Em sua visão, o que significa “transformar qualquer vida em um show espetacular”? Isso é mais sobre mudança externa ou sobre reconfigurar o olhar interno?
Transformar qualquer vida em um Show Espetacular significa superar qualquer desafio usando maestria mental combinada com conhecimento emocional. É sobre reconfigurar nosso olhar interno para que ele se reflita em resultados externos extraordinários. Não se trata de fingir que tudo está bem, mas de desenvolver a capacidade de encontrar oportunidades onde outros veem apenas obstáculos. É fazer da sua própria existência uma obra de arte que inspira, emociona e transforma.
Você esteve em bastidores com nomes como La Toya Jackson e até nos pós-seminários do Tony Robbins. Que lições desses ambientes grandiosos você carrega até hoje — e quais armadilhas eles escondem?
Lições: Nunca pare de aprender, pessoalmente e profissionalmente. A vida sempre oferece oportunidades para prosperar, mas precisamos estar preparados para brilhar no momento certo. Armadilha: O ego descontrolado. Vi pessoas brilhantes perderem oportunidades incríveis porque deixaram a antipatia transbordar. O sucesso pode ser um veneno sutil – ele testa seu caráter mais do que o fracasso. Manter a humildade e a gratidão é o que separa quem conquista de quem apenas passa pelos palcos da vida.
O título do livro fala em “segredos da brasileira que conquistou Nova York”. Se pudesse resumir em um único “segredo” a essência dessa conquista, qual seria?
O orgulho inabalável das minhas raízes brasileiras. Nunca tentei ser americana ou esconder minha origem. Pelo contrário: fiz da minha brasilidade minha maior força. Em um mundo que tenta nos padronizar, ser autenticamente você mesma é o maior ato de rebeldia e, paradoxalmente, a chave para se destacar. Nova York não me conquistou – eu a conquistei sendo exatamente quem eu era: uma brasileira atrevida, teimosa, curiosa e imparável.
Para quem se sente preso às circunstâncias e lê sua história como algo distante, qual seria o primeiro passo simples e possível para assumir o protagonismo da própria jornada?
Comece praticando os quatro pilares que escrevi conscientemente no livro “Show de Vida”: seja atrevida (ouse sonhar grande), seja teimosa (não aceite “não” como resposta final), seja curiosa (questione suas limitações) e seja imparável (transforme obstáculos em degraus). O livro não é apenas minha história – é um manual prático para quem quer ultrapassar limitações mentais e emocionais. Sua jornada extraordinária começa com a decisão de parar de ser espectador e se transformar no protagonista da própria vida.
Acompanhe Maya Lygya no Instagram
