Maria Santos: a multitalentosa atriz e roteirista que conquista o cinema e a literatura

Luca Moreira
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Maria Santos
Maria Santos

Aos 26 anos, Maria Santos já é uma força criativa multifacetada, com trabalhos notáveis como atriz, poeta e roteirista. Com duas peças de teatro, um livro lançado e outro a caminho, ela agora se prepara para sua estreia no cinema com “Todo mundo ainda tem problemas sexuais”. Além disso, Maria celebra um Grammy Latino pelo álbum do Bala Desejo, e se destaca no cinema independente com cinco filmes em produção. Também ativa na internet, ela lança um novo programa no TikTok enquanto estuda para começar a dirigir seus próprios filmes e peças.

Maria, você começou no teatro aos 10 anos e desde então não parou mais. Como foi esse início no teatro e o que te motivou a continuar nessa trajetória artística?

Bom, eu era uma criança bem tímida, mas me soltava nas brincadeiras de teatro com meus primos quando eu era menor. Acabei pedindo para os meus pais para entrar no teatro, acreditando ser o que eu queria. Estava certa, acabei gostando e não parei mais. Depois veio a literatura, que virou outra paixão.

Seu trabalho abrange diversas áreas como teatro, cinema, literatura e poesia. Como você concilia todas essas atividades e como elas se complementam na sua visão artística?

O que ajuda é ter projetos diferentes que façam a alma agir das mais diversas formas. Acho que esse é o lance mais legal em relação a trabalhar com diversas mídias: explorá-las nas suas singularidades. Mas tudo acaba se misturando, estou sempre entre cena (teatro/cinema) e poesia na hora de fazer o que for.

O que inspirou a escrita das suas peças “Baú de Corações” e “Esse Peixe é Passarinho”? Você poderia falar um pouco sobre o processo criativo dessas obras?

O “Baú” foi conseguir estruturar dores que senti na mudança da infância para a adolescência.  O “Peixe” foi com o meu intenso processo de análise que culminou em inventar uma narrativa absurda a partir dessa relação analista-analisando. O Baú escrevemos eu e Leila Meirelles, foi um processo conjunto, muito leve e fluido do qual trocávamos textos e pensamentos. Criando o universo que queríamos. Já o Peixe eu fiz sozinha, mas logo entramos em processo de ensaio. Ajudando na modulação do Texto.

Maria Santos
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Você lançou seu primeiro livro “Elise” e está com outro para lançar. Pode nos contar um pouco sobre esses livros e o que os leitores podem esperar da sua próxima publicação?

Elise foi onde eu debutei e tem muita cara de primeiro livro. Ele experimenta uma forma que no segundo eu já estou mais segura de bancar, na “proesia” como diz meu amigo Téo Serson. Os timbres que desafinam e afinam conforme as imagens surgem. O segundo livro são contos que buscam imagens de perda, família e escrita extrapolando os limites cordeais da escrita narrativa.

Este ano você estreia no cinema como atriz e roteirista no filme “Todo mundo ainda tem problemas sexuais”. Como foi a experiência de adaptar a obra de Domingos Oliveira e trabalhar sob a direção de Renata Paschoal?

Foi maravilhoso adaptar a obra do Domingos e poder conhecer mais profundamente seu cinema. Ele é muito incrível e sua obra tem coragem e humor. A Renata foi minha madrinha do cinema, me levando a entrar de cabeça nesse mundo. É incrível mesmo poder estar no texto e na cena como atriz.

Você ganhou um Grammy Latino pelo álbum do Bala Desejo “Sim Sim Sim”. Como foi colaborar com Bruno Jablonski e ver seus poemas ganharem vida na música?

Trabalhar com o Bala Desejo foi um desafio maravilhoso, estava com o Bruno que é meu melhor amigo, então foi muito gostoso de trabalhar. Descobrimos como pensar na poesia por dentro do tempo sonoro da canção.

Maria Santos
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Com cinco filmes em produção, como atriz, qual foi o papel mais desafiador até agora e por quê?

Tem sido muito legal fazer uma foto-novela “Eurídice”, dirigido pela Letícia Asano e pelo Lucas Citta. Atuar numa produção focada na fotografia é uma loucura na hora de atuar. Um personagem em fotos.

Trabalhando com cinema independente, quais são os principais desafios que você enfrenta e como você os supera?

O independente vibra. O problema é o dinheiro. A gente acaba fazendo por acreditar nos trabalhos, se virando como dá. O bom é poder ir mais longe nas experimentações, mas temos que arranjar pequenos trabalhos por aí para ter dinheiro.

Sobre o podcast “Isso não é Noronha” e seu canal de humor no YouTube “Jo do You”, como essas experiências na internet influenciam seu trabalho em outras mídias?

Sou viciada em internet. Meu próximo trabalho é voltado totalmente para a internet, gosto da ideia da interação imediata e de poder viver as loucuras expostamente.

Você mencionou que pretende começar a dirigir filmes e peças de sua autoria. Quais são suas expectativas para essa nova fase da sua carreira e quais projetos podemos esperar no futuro?

Quero muito dirigir e repensar a estrutura da cena por outro ângulo, poder entender os aspectos cadentes de um texto sem estar em cena. Acho que vai ser muito legal!

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