A professora e escritora Marli Carmen Jachnke defende que um dos caminhos para conscientizar a juventude sobre a preservação da Amazônia é equilibrar conhecimento e ludicidade. Com este compromisso de propagar a cultura, a história e as tradições da região Norte do país de forma divertida, ela publicou o romance didático “Amazônia – Um Caminho para o Sonho”.

Fruto de extensa pesquisa documental e de um estudo de campo, a autora insere informações verídicas e aprofundadas por meio da voz de Daniel, o carismático professor de História que acompanha quatro amigas em uma aventura pela região. Ele não está nesta jornada por acaso: é tio da Joana, que perdeu os pais cedo e, por isso, os dois vivem juntos.

A partir dos conhecimentos deste personagem, o público vai aprender sobre o Ajuricaba, importante líder dos povos indígenas que liderou uma guerra contra os portugueses; as relações entre a arquitetura do Teatro Amazonas e a belle époque brasileira; as desigualdades ocasionadas pelo ciclo da borracha, e mais. Além disso, questões como hábitos alimentares, crenças, lendas e outras riquezas culturais aparecem na narrativa.

Como a ideia para escrever “Amazônia – Um Caminho para o Sonho” surgiu? Existe alguma experiência pessoal ou inspiração por trás desse enredo?

Eu já era interessada no tema da Amazônia e queria que meu livro se passasse lá; então, só faltava pensar como seria desenvolvido o livro.

Qual foi o maior desafio ao incorporar informações detalhadas sobre a região Amazônica em um romance didático?

Acho que meu maior desafio foi controlar o excesso de informação, já que a região norte é um lugar muito rico em história, cultura e tradições.

Quais elementos culturais ou aspectos da história da região você acredita que serão mais impactantes para os jovens leitores ao explorarem o livro?

Eu acho que será a parte sobre a história de Fordlândia, e também a passagem das Amazonas guerreiras e o amuleto muiraquitã.

Como o equilíbrio entre conhecimento e ludicidade foi alcançado na narrativa para tornar a experiência de leitura atraente e educativa ao mesmo tempo?

Antes de começar a escrever, conduzi uma extensa pesquisa histórica; depois, eu viajei para a região amazônica. Isso me permitiu ter um entendimento sólido da base histórica e cultural em que minha narrativa se basearia. Usei diálogos entre os personagens para transmitir informações históricas de maneira mais acessível.

Poderia compartilhar como a história do Ajuricaba e outras figuras históricas foram abordadas no livro? Qual foi o critério para selecionar essas histórias específicas?

Elas são abordadas de maneira natural na conversa, já que Daniel, um dos personagens, estudou História. Tentei selecionar a parte histórica pela importância ou também pelo interessante que poderia ser ao leitor.

M.C. Jachnke

As personagens principais têm seus motivos individuais para participar da viagem à Amazônia. Como esses objetivos pessoais se entrelaçam com a exploração da região?

A rica e diversa história da Amazônia, assim como o contato com a natureza, influencia em cada um deles de uma maneira leve, mas também decidida. Cada um pode refletir sobre seus passos e sobre sua capacidade de seguir adiante em busca de seus objetivos.

Como você vê a importância da literatura na conscientização e preservação ambiental, especialmente em relação à Amazônia?

Geralmente, a literatura cria uma conexão emocional do leitor com o ambiente retratado no livro. Quando o leitor mergulha em uma história que se passa na Amazônia, pode despertar a compreensão da importância da região para o mundo e na sua preservação.

Além do conhecimento sobre a Amazônia, quais outras mensagens ou lições você espera que os leitores absorvam ao acompanhar a jornada das personagens?

“Amazônia, Um Caminho para o Sonho” transmite uma mensagem de esperança e inspiração. A história nos lembra que podemos buscar nossos sonhos e encontrar o “caminho” que nos levará a uma jornada de autoconhecimento e respeito pelos outros e pela natureza.

Você mencionou que o livro é o primeiro de uma duologia. O que os leitores podem esperar do próximo lançamento que abordará a história da cordilheira dos Andes?

No próximo livro, seguimos com a proposta didática, agora em terras andinas. Os leitores vão poder conhecer mais da história e cultura dessa região e também saber o que houve com os personagens depois da viagem à Amazônia brasileira.

Por fim, como você acredita que a literatura e a educação podem se unir para inspirar ações efetivas na preservação da Amazônia?

A literatura pode despertar esse interesse, servindo como ponto de partida para discussões sobre o tema, assim como inspirar visitas e experiências de campo que leve ao contato com a natureza, não necessariamente apenas dentro da Amazônia. Também pode encorajar as pessoas que lerem o livro a criarem projetos relacionados a este tema. Lembrando sempre que, aquilo que não é falado, não é lembrado. Devemos falar sobre a Amazônia, não apenas na sala de aula, mas também fora dela.

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