Luana Bittencourt Bento: a música brasileira que transcende fronteiras e inova em Boston

Luana Bittencourt Bento
Luana Bittencourt Bento

Luana Bittencourt Bento, musicista e produtora brasileira radicada em Boston, destaca-se por sua abordagem inovadora que combina técnicas clássicas e modernas. Formada em música clássica e especializada em produção de música eletrônica, Luana vem conquistando espaço como educadora e artista, inspirando alunos de todas as idades com sua visão criativa. Estudando no prestigiado Berklee College of Music, ela se consolida como uma figura importante na cena musical de Boston, sempre apoiada por seu marido, Mario Bento.

Como a sua formação em música clássica influenciou a sua abordagem nas composições e performances de música eletrônica?

Minha formação clássica me deu a base para minha produção musical. Compreender a teoria musical me permite criar peças eletrônicas coesas e estruturadas. Outra coisa que me ajuda como produtora é poder tocar diferentes instrumentos. Quando eu estava crescendo, muitas pessoas me diziam para focar em um instrumento e me tornar especialista nele. Mas, honestamente, o que torna possível ser produtora e gravar todas as minhas faixas é o fato de que consigo tocar e entender todos os diferentes instrumentos que uso nas minhas músicas. Essa flexibilidade é como a espinha dorsal do meu processo criativo, permitindo-me dar vida às minhas visões musicais de uma forma autêntica para mim.

Quais são as principais inspirações que você incorpora nas suas aulas para motivar alunos de diferentes idades e níveis de habilidade?

Na minha opinião, a melhor maneira de aprender música é começar com algo com o qual o aluno já está familiarizado. Pode ser um jogo musical que ele tem jogado no celular ou uma música que ele realmente ama. Durante minhas aulas, sempre presto muita atenção aos interesses e habilidades dos meus alunos. Personalizo cada aula para o aluno individual, mesmo que isso signifique atender a uma solicitação desafiadora de música já no primeiro dia de aula. Eu sempre tento me adaptar e encontrar uma maneira de fazer funcionar, mesmo com o conhecimento limitado que eles possam ter naquele momento.

Você poderia compartilhar um momento marcante da sua trajetória musical que tenha moldado quem você é como artista hoje?

É difícil escolher apenas um momento. Música é tudo o que eu sempre fiz.

Como você equilibra sua carreira como educadora e produtora musical com sua vida pessoal, especialmente com o apoio do seu marido?

Cada vez que aprendo uma nova habilidade ou faço algo, isso se torna um conhecimento que posso compartilhar com os outros. Como musicista e produtora, uso minhas experiências para criar métodos e lições que ajudam as pessoas a aprender e crescer. Estou sempre pensando: como posso ensinar isso? Essa carreira é cheia de desafios. Não consigo fazer tudo sozinha. Preciso de alguém que acredite em mim, mesmo quando eu não acredito em mim mesma. Abençoada, meu marido é essa pessoa. Ele acredita que o que faço é um dom de Deus. Ele sempre encontra uma maneira de me motivar, mesmo quando as coisas parecem impossíveis.

Quais técnicas ou habilidades você acredita que são essenciais para alguém que deseja se destacar no cenário musical atual?

Eu não faço o tipo de música que facilmente se destaca para um grande público. Na verdade, eu não faço música para vender. Então, isso não é minha preocupação. É por isso que não tenho aquela resposta milionária. Mas, ao mesmo tempo, quero que as pessoas ouçam minha música e sejam tocadas por ela. O que fazer: continuar aprendendo, estar aberta a novas coisas, acreditar na mensagem da sua música e ir aonde o público está, que hoje em dia, na minha opinião, são as redes sociais!

De que forma a sua experiência no Berklee College of Music tem contribuído para o seu crescimento como artista e educadora?

Para alguém que veio de outro país e estudou em uma universidade pública, estar em uma das universidades mais renomadas do mundo parece um sonho. Especialmente porque todos os cursos que fiz no Berklee College of Music, recebi bolsas, que são sempre baseadas no desempenho. Isso me incentivou a continuar e acreditar que estou fazendo algo relevante. E eu aprendi muito!

Você tem algum conselho para jovens músicos que aspiram a unir tradição e inovação em suas criações?

Continue aprendendo o básico da música (teoria musical, harmonia). Aprenda bem o seu instrumento (ou instrumentos) e mantenha-se atualizada com as inovações. A tecnologia está aqui para ser uma ferramenta, não se torne preguiçosa, pensando que a IA pode fazer tudo. Nada substitui o artista, a essência que só os humanos podem colocar na arte. Mas saiba como usar as ferramentas a seu favor!

Como você vê o papel da música na construção de conexões e na promoção da cultura brasileira fora do país?

Nós, brasileiros, somos amados e admirados onde quer que vamos. A paixão e a alegria que colocamos em tudo o que fazemos são sempre destacadas. Como brasileiros, precisamos mostrar essa identidade através da nossa arte.

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