O cantor e compositor Kadu Ferraz recentemente lançou sua mais nova música de trabalho. Escrita pelo próprio cantor, “O Construtor” fala sobre recomeço e chega para marcar o retorno do artista para a gravadora Central Gospel Music. De acordo com o artista, a canção foi escrita em um momento em que ele atravessava algumas dificuldades em seu ministério, até que recebeu de Deus uma palavra que acalentou seu coração.
Além do single nas plataformas digitais, Kadu lançou o videoclipe de “O Construtor”, que está disponível no canal da Central Gospel Music no YouTube. Sob direção de Felipe Arcanjo, as imagens foram gravadas em um restaurante desativado no Rio de Janeiro que estava abandonado há anos.
Com mais de 15 anos de carreira, Kadu Ferraz iniciou sua carreira em 1995, por influência do pai, cantando em bares, festas e casas de shows. Ele chegou a lançar dez álbuns e cantou ao lado de nomes conhecidos da música brasileira, como Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner, Gino e Geno, Daniel, Rio Negro e Solimões, Hugo e Tiago, Grupo Art Popular e Tchê Garotos, e ainda teve músicas na trilha de nomes da Rede Globo e do SBT.
Convertido ao Evangelho desde 2010, ele lançou vários projetos de música gospel. Só pela Central Gospel Music, ele tem cinco singles lançados antes de “O Construtor”. Feliz com o retorno à gravadora, ele ainda deu detalhes dos novos projetos que estão por vir. Confira a entrevista!
Lançada recentemente, “O Construtor” nós trouxe uma mensagem muito importante sobre recomeços. Como foi a história dessa música desde a letra até seu lançamento?
A canção surgiu em um período muito difícil que passei na minha vida, inclusive ministerialmente. Cheguei a pensar em desistir de tudo: agendas, ministrações, gravações etc. Realmente estava decepcionado e sem esperança alguma para prosseguir. Quando em uma manhã, em minha casa, peguei o violão logo cedo e, de repente, comecei a ser ministrado pelo Senhor. Era nítido Deus falando para eu não parar porque havia uma promessa a ser cumprida em minha vida. Então, em prantos, escrevi a canção “O Construtor”.
Além de todo contexto da música, esse lançamento também marca o seu retorno na Central Music Gospel. Como é estar de volta a casa?
Fiquei surpreso e ao mesmo tempo feliz com o convite para retornar à Central Gospel Music. Acredito que com essa nova gestão as coisas vão fluir muito melhor. O ambiente está diferente, a gente sente espiritualmente falando e a canção casou muito bem com o meu retorno.
De acordo com relatos, a composição teria chegada até você por uma experiência de dificuldades que estava passando e que Deus teria acalentado seu coração. Como foi e como ocorreu esse contato?
As dificuldades existem para todos, mas, às vezes, passamos por situações que não merecemos passar. Exemplo do próprio José que sofreu sem merecimento algum, mas tudo por um propósito ainda maior. Tive muitas decepções e traições no meio gospel e chegou um momento que pensei se era isso mesmo que eu deveria seguir. Mas Deus abriu meus olhos espirituais, me fortaleceu na fé e me fez entender que tudo faz parte do processo do milagre. Sempre fui de muita oração e busca e Deus se fez presente mais uma vez me fazendo prosseguir.
Uma das missões que a música Gospel possui é justamente tentar expressar as mensagens de Deus através da música, porém, como toda profissão, os artistas acabam com a necessidade de também receber um retorno financeiro. Como é a situação de conseguir contrastar a fé com a relação monetária da indústria musical?
Lido com essa situação com muita tranquilidade, até porque meu ministério é bem diferente de muitos outros irmãos cantores ou artistas como alguns se referem. Eu não cobro e nunca cobrei. Sempre trabalhei com ofertas livres que os próprios pastores estipulam quando estou ministrando nas Igrejas. Aplico estratégias no meu ministério agregando alguns produtos que me ajudam nessa parte monetária. Não sou contra quem cobra para ministrar, afinal cada um faz do seu ministério o que bem entender. Sou pastor e a música veio muito antes do pastoral em minha vida, então minha motivação são as almas, salvação, vida transformada, cura etc. Sei de onde Deus me tirou e tudo que Ele fez para eu estar aqui hoje. A verdadeira motivação não deve ser o dinheiro.
Em muitas religiões, existem bastantes relatos de médiuns que conseguem transcrever o que Deus ou espíritos comunicam conosco. Em sua opinião, todos podem possuir esse contato de forma tão clara com o outro plano?
Deus deu dons espirituais para a edificação da Igreja. Todos esses dons vêm de Deus e são importantes. Deus dá dons diferentes a cada um de acordo com a necessidade. Os dons espirituais não tornam ninguém “mais espiritual”, mas ajudam no crescimento da Igreja. Como diz I Coríntios 12:4-6: “Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos”.
Além de seu lançamento nas plataformas, a faixa também ganhou um videoclipe que foi dirigido por Felipe Arcanjo. Como foi trabalhar ao lado dele e principal a ideia de utilizarem um restaurante abandonado como cenário?
O Felipe Arcanjo é um grande amigo e já gravamos vários projetos juntos. Quando falei da canção ao Felipe, ele já entendeu realmente o que eu queria: algo diferente, que se aproximasse ao máximo da realidade da mensagem cantada. Esse local é pouco explorado e quando ele me apresentou eu falei: “É aqui”. O local era um restaurante, a construção foi feita no formato de um farol, mas hoje se encontra totalmente abandonado, precisando de uma reconstrução de uma reforma.
Uma das curiosidades de sua carreira foi a influência que sua família teve sobre ela. Como a relação com seu pai contribuiu para a construção dessas 15 anos que já se somam na música?
Ingressei na música ainda muito jovem aos 15 anos de idade. Passei por diversos estágios, como barzinhos, banda de baile, grupo de samba até chegar a cantar solo na música sertaneja. Foram quase 15 anos de carreira artística no secular antes da minha conversão ao Evangelho. Meu pai sempre foi meu maior incentivador e patrocinador, sempre me apoiou em tudo e acreditou nesse sonho ao meu lado. Hoje, completando 43 anos de idade, são 28 anos de carreira musical, porém, agora adorando ao Senhor Jesus.
Durante essa trajetória, você já fez parceria com grandes artistas, tais como Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner, entre outros. Qual considera ter sido o principal marco de sua carreira até o momento?
No secular fiz grandes amigos e parceiros musicais. O Rick, por exemplo, foi um grande amigo que me ajudou muito na minha carreira em um determinado momento. Aprendi muito a compor com ele, fizemos muitas canções, temas de novelas e grandes sucessos que tocam até hoje. Gravei minhas canções com grandes nomes, mas Deus tinha um projeto ainda maior para a minha vida. Minha história até hoje passa por vários momentos que marcaram minha vida. Chega a ser difícil de citar um como um grande marco, mas acredito que minha saída do mercado secular para o gospel foi um dos grandes momentos especiais que vivi. Passei por diversas dificuldades até chegar ao ponto de morar na rua após ter perdido tudo. Isso me ensinou demais e me transformou em quem de fato sou hoje: uma pessoa melhor.
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Com Regina Soares, Letícia Cleto e Affonso Tavares
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