A atriz Julia Iorio, ao lado das amigas Isabel Castello Branco e Luiza Lewicki, revive um capítulo emocionante do teatro nacional com a nova montagem de “A.MI.G.A.S.”, baseada no texto de seu pai, Duda Ribeiro. Originalmente produzido em 1999 e inspirado no livro homônimo de Claudia Mello, o espetáculo explora as complexas dinâmicas de três amigas e seus desafios amorosos e pessoais. Para intensificar a experiência cênica, o ator Bernardo Coimbra se destaca interpretando 20 papéis distintos.
O amor de Julia pelo espetáculo remonta à infância, quando assistia incessantemente à fita VHS da peça em casa. A ideia de reencenar a obra surgiu em 2019 após um encontro com o diretor Ernesto Piccolo, que atuou na montagem original e agora dirige esta versão com um toque pessoal. A produção também conta com a colaboração de Joana Motta, uma amiga de longa data da família Iorio, que ajuda a materializar o projeto em homenagem a Duda, falecido em 2016.
Com 24 anos e uma carreira já marcada por experiências significativas, Julia Iorio é formada em artes cênicas pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). Além de seu trabalho no teatro, ela ganhou popularidade como criadora de conteúdo nas redes sociais, com vídeos de humor que atraíram mais de 300 mil seguidores. Recentemente, sua criação de um divertido vídeo se candidatando a ser “marmita” para Paolla Oliveira e Diogo Nogueira chamou a atenção da mídia e consolidou sua presença online.
Julia, o que te motivou a adaptar o texto do seu pai para o espetáculo A.MI.G.A.S ao lado de Isabel Castello Branco e Luiza Lewicki?
Desde pequenininha eu amava esse texto. Eu tinha a fita VHS do espetáculo e sempre assistia. Ela travava antes de acabar, então nunca tinha visto o final. Dentro de mim, sempre quis montar o espetáculo, mas não sabia nem por onde começar. Ano passado, encontrei com o Neco (Ernesto Piccolo) no Tablado e ele, do nada, sem saber da minha vontade, me falou “Você tem que montar A.M.I.G.A.S”! Ali, acendeu uma luz. Eu já tinha dividido esse desejo com a Luiza, falei que tinha um texto do meu pai que era muito legal. Depois dessa história com o Neco foi que tive a confirmação: eu ia montar o espetáculo. Luiza já estava desde o dia 01 no projeto e chamamos a Bel, que logo topou.
Como foi a experiência de assistir à fita VHS da peça na sua infância e nunca conseguir ver o final? Isso influenciou sua decisão de montar o espetáculo?
Que engraçado, eu nunca tinha parado para pensar nisso. Era realmente uma frustração não saber o final. Sempre me despertou uma curiosidade, claro. Não sei se influenciou conscientemente, mas que deixava uma pulga atrás da orelha, ah isso deixava sim!
Poder trabalhar com o diretor Ernesto Piccolo, que atuou na primeira montagem, foi significativo para você? Como foi essa parceria?
Poxa, demais! Essa parceria é incrível!! O Neco que me incentivou a montar o espetáculo, e ter ele como diretor é um sonho! O cara é brabo demais!!!! Nunca tinha trabalhado com o Neco e tenho certeza de que essa vai ser a primeira de muitas parcerias. Além dele ter feito o espetáculo antes, ele era amigão do meu pai, então ter ele na equipe é muito especial.

O ator Bernardo Coimbra interpreta 20 papéis no espetáculo. Como vocês trabalharam juntos para desenvolver esses personagens diversos?
A gente cria muito junto, todos da equipe. Como o Neco já fez esses personagens, ele troca muito com o Bê, dando direcionamentos, mas sempre deixando o Bê criar em cima dessas direções. Cada ator traz o seu jeito para os personagens e com o Bê não é diferente. Entrou para somar, com certeza.
Como foi a sua formação no teatro O Tablado e na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL)? De que forma esses estudos contribuíram para a sua carreira?
O Tablado me deu a base. Fato. Levo os ensinamentos das aulas de improviso para onde eu vou, para além do mundo artístico, na vida mesmo. A CAL solidificou, além de ter sido o lugar onde eu conheci as meninas, que gerou essa parceira de vida toda. Ainda tenho muito o que aprender, e vou ser uma eterna estudante da arte, mas tudo que eu sei até hoje, eu devo muito a esses lugares.

Você já chamou atenção na mídia com vídeos de humor na internet. Como é equilibrar sua carreira de atriz com a produção de conteúdo online?
Conciliar é tranquilo. Como trabalho com meu celular, é bem de boa. E acho que uma coisa puxa a outra. Acho que a internet é um lugar legal para me fazer ser vista e assim, quem sabe, gerar trabalhos. Fora que eu gosto muito de fazer meus vídeos e amo poder trabalhar com a comédia sempre.
Você mencionou gostar da proximidade que as redes sociais proporcionam entre você e seu público. Como essa interação influencia seu trabalho artístico?
Eu sempre gostei muito de observar o outro, os comportamentos sociais, as convenções que a gente nasceu com. E isso tudo é material na hora de, por exemplo, reescrever o texto do espetáculo. As pessoas que me acompanham sempre me dão ideias para vídeos novos e me contam causos que passaram. Fica tudo guardado no meu HD mental e é muito rico para criação de histórias e personagens.
Acompanhe Julia Iorio no Instagram