Izzy Imamura lança Shade of Green e confirma seu lugar entre os novos talentos do pop alternativo

Luca Moreira
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Izzy Imamura
Izzy Imamura

Com uma estética própria que combina indie pop, formação teatral e presença marcante diante das câmeras, Izzy Imamura desponta como um dos novos nomes mais promissores da cena criativa de Nova York. Após o lançamento do aclamado EP On the Playground, a artista segue em ascensão com singles como Anything at All, If I Loved You e a recém-lançada Shade of Green, que reforçam seu talento como compositora e intérprete.

Também atriz, Izzy já brilhou no longa Strangers to Strangers e impressionou o público como Ilse em Spring Awakening. Fora dos palcos, dedica-se a causas comunitárias e à saúde mental, enquanto expande sua expressão artística para pintura, culinária e até hóquei no gelo — uma versatilidade que consolida sua trajetória como uma força criativa em pleno crescimento.

Seu EP On the Playground carrega essa bela mistura de nostalgia e autodescoberta. Se você pudesse escolher um momento da sua infância que melhor define quem você é como artista hoje, qual seria — e por quê?

Acho que um momento muito marcante para mim como artista foi quando eu tinha 8 anos e fiz teste para interpretar Veruca Salt na produção de Willy Wonka and The Chocolate Factory do teatro comunitário da minha cidade. Acabei sendo escalada como Oompa Loompa número 3. Aprendi que nem sempre você consegue o que quer — e que escalação é algo bem político. Brincadeira.

Falando sério, acho que o verdadeiro momento definidor foi observar minha irmã mais velha cantar e querer seguir os passos dela. Ela sempre teve uma voz linda desde criança, e eu adorava cantar com ela, mesmo que na época fosse mais como apoio. Agora que nós duas estamos tentando seguir carreira na música, não apenas cantamos juntas — também escrevemos músicas juntas!

Você transita com facilidade entre música, teatro musical e cinema. Para você, o que acontece internamente quando uma história “pede” para ser cantada, interpretada ou filmada? Você tem uma bússola criativa que te ajuda a decidir?

Acho que cada processo é muito diferente. Sempre fui tocada pela música antes de tudo, por isso cresci amando teatro musical e depois acabei indo para a composição. Tenho um amor profundo pelas palavras e pelas letras, e é por isso que também amo atuar. Principalmente quando o texto é bom — é uma sensação única dar vida às palavras de outra pessoa.

Vou descobrindo minha própria interpretação ao contar uma história que muda constantemente durante o processo de aprender e performar a arte. E é por isso que adoro escrever e apresentar meus próprios roteiros e músicas. Porque, mesmo sendo minhas palavras, sempre encontro algo novo ou algum significado escondido que eu não tinha percebido quando escrevi pela primeira vez.

Izzy Imamura
Izzy Imamura

Seu novo single Shade of Green vem acompanhado de um videoclipe oficial. Qual imagem, sentimento ou memória despertou a primeira ideia para essa música?

Eu escrevi a música sobre uma experiência real que vivi com alguém que eu amava. Acho que escrevi essa música em cerca de 10 minutos; simplesmente fluiu. É difícil pensar em pessoas do seu passado que te afetaram de maneiras tão intensas, especialmente quando essa pessoa já não faz parte do seu presente.

Superar alguém que você amou é uma das coisas mais difíceis de fazer e, ainda assim, quando você finalmente consegue seguir em frente, nem percebe até ser novamente lembrado dessa pessoa. É uma sensação estranha que eu queria capturar na música.

Em Spring Awakening, sua interpretação de Ilse foi intensa e inesquecível. O que essa personagem te ensinou sobre vulnerabilidade — na vida e na arte?

Ilse foi uma personagem incrível de interpretar. Eu adoraria viver essa personagem novamente algum dia. Sempre acreditei que personagens diferentes podem nos ensinar coisas diferentes.

Infelizmente, no caso de Ilse, a vida dela foi dada a ela, e ela não teve escolha em relação a todas as coisas terríveis que lhe aconteceram, devido ao período em que vivia como uma adolescente na Alemanha do final do século XIX. Então, ela me lembrou que eu tenho escolha sobre o tipo de vida que posso viver. E também a ser grata pela vida que tenho, especialmente como mulher nesta época.

Izzy Imamura
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Você se envolve profundamente em iniciativas comunitárias e de saúde mental, como o Bowery Mission Center e o show beneficente Songs That Saved My Life. Como essas experiências influenciam a forma como você escreve, cria e posiciona sua voz no mundo?

Acho importante que todos retribuam às suas comunidades de alguma forma. Sou muito grata por poder viver em uma cidade tão incrível, e acredito que, se você pode, deve ajudar sua comunidade como for possível.

Eu gosto de doar meu tempo sempre que tenho oportunidade. Isso influencia minha escrita porque aprendo mais sobre minha comunidade e convivo com todos os tipos de pessoas. Existem tantas histórias não contadas por aí. Sinto que posso me conectar com as pessoas — seja com quem também está tentando fazer a diferença ou com quem está enfrentando dificuldades. Cada um vive sua própria história. Isso me traz muita perspectiva.

Da pintura à culinária e ao hóquei no gelo, sua vida fora dos palcos é cheia de energia e criatividade. Qual dessas atividades te “rescata” em dias difíceis — e como elas dialogam com o seu processo artístico?

Eu descobri que o movimento é uma parte enorme do meu processo artístico. Seja jogando hóquei no gelo com meus amigos ou indo a uma aula de ioga, percebo que mover meu corpo, de qualquer forma, me enche de energia e criatividade.

É também uma parte importante da minha jornada de saúde mental, porque o movimento realmente me tira da cabeça e me traz para o corpo. Ele me ancora, de verdade.

Nova York se tornou o centro da sua vida artística. Qual foi o momento em que você pensou: “Ok, essa cidade realmente me adotou”? E como você imagina sua evolução nos próximos anos — mais música, mais filmes ou talvez uma mistura de tudo?

Eu tenho uma relação de amor e ódio com a cidade. Ela pode ser incrivelmente gratificante artisticamente em um momento e terrivelmente avassaladora no seguinte. Por mais que eu ame a cidade, definitivamente prospero mais em ambientes mais próximos da natureza e das montanhas.

Espero que um dia eu possa estar em um lugar onde eu possa viver e viajar para onde eu quiser. Acho que esse é o sonho de todo artista batalhando por seu espaço.

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