O arrocha, ritmo que embalou festas, rádios e histórias de amor entre 2011 e 2015, volta aos palcos em 2025 pelas vozes de Os Caras do Arrocha, projeto que reúne novamente Israel Novaes e Thiago Brava. Movidos por um forte sentimento de nostalgia, os artistas decidiram revisitar a estética musical que marcou suas carreiras e se tornou memória afetiva para uma geração inteira, impulsionados também pelo crescente movimento de saudade que tomou conta das redes sociais nos últimos anos.
Com o DVD “Os Caras do Arrocha e a Turma de 2012”, o duo celebra uma era que revelou grandes nomes do cenário nacional e fez do gênero um verdadeiro fenômeno popular. O repertório reúne sucessos que permaneceram por meses nas paradas de todo o país, além de faixas inéditas que mantêm a essência leve, envolvente e dançante do arrocha, buscando apresentar o ritmo a novas gerações sem abrir mão de sua identidade original.
Os shows do projeto têm lotado casas como o Villa Country e reunido públicos de diferentes idades, confirmando que o arrocha não apenas resistiu ao tempo, como segue vivo no imaginário coletivo. Entre lembranças de uma época mágica da música brasileira e planos para novas composições e participações, Israel Novaes e Thiago Brava reforçam que o movimento continua evoluindo e que ainda há muito a ser explorado dentro desse universo que conquistou o país.
Confira a entrevista com Israel Novaes, membro do duo:
O arrocha marcou uma geração inteira. O que despertou em vocês a vontade de reviver esse ritmo agora, em 2025, e trazê-lo de volta para os palcos em grande estilo?
O arrocha nessa pegada sertaneja foi muito marcante entre o final de 2011 e 2015. Revelou muitos artistas e ficou na memória afetiva de uma geração em todas as regiões do Brasil. Desde a pandemia, começou um movimento de saudade expresso nas redes sociais, e tivemos a sensibilidade de entender que era o momento de relembrar tudo isso nos unindo novamente. Se para os fãs já é forte reviver, imagine para nós, que vivemos aquele período como um dos mais importantes — se não o mais importante — das nossas carreiras.

O DVD Os Caras do Arrocha e a Turma de 2012 celebra uma era que o público guarda com carinho. Como foi o processo de escolher o repertório e reviver músicas que fizeram parte da história de tanta gente?
Por um lado, foi fácil escolher o repertório, porque existe uma quantidade enorme de músicas boas e que foram sucesso. Por outro, foi difícil, porque sempre ficam outras canções ótimas de fora. Mas temos outros planos pela frente que vão envolver ainda mais músicas.

Resgatar o passado sem ficar preso a ele é um desafio. Como vocês equilibram a nostalgia dos clássicos com a pegada moderna que o público de hoje espera?
Nesse último projeto, temos duas faixas inéditas, mas sem perder a essência: alegria, ritmo pra cima e contagiante. São muitas regravações porque nosso principal diferencial é trazer novamente sucessos que marcaram época para uma geração e apresentá-los às novas.

Os shows do projeto têm lotado casas como o Villa Country. O que mais emociona vocês ao ver pessoas de diferentes gerações cantando as mesmas músicas?
Esse retorno mostra que a música nunca será ingrata com quem se doa a ela de coração. Estamos falando de uma época em que uma canção ficava até um ano nas paradas de sucesso, então havia tempo suficiente para se tornar trilha sonora da vida de muitas pessoas. Com isso, até os pais passavam as músicas para os filhos!

Como foi a experiência de gravar o DVD — tanto do ponto de vista artístico quanto técnico? Houve algum momento dos bastidores que marcou vocês de forma especial?
Não foi fácil gravar um DVD e ao mesmo tempo fazer um show, praticamente sem pausas. O mais marcante foi decidirmos tudo em cima da hora e sermos surpreendidos por um público de mais de 5 mil pessoas, em uma terça-feira, em Goiânia. Todos, assim como nós, estavam anestesiados por reviver algo tão mágico outra vez.

O mercado musical hoje é dominado por gêneros como o sertanejo universitário, o piseiro e o pop. Onde vocês acreditam que o arrocha se encaixa nessa nova cena?
Para nós, o arrocha nunca foi apenas um estilo musical. Pelo contexto da época, foi um movimento, e ele sempre esteve presente. Nunca perdeu espaço. Há lugar para tudo em um país continental e tão eclético quanto o nosso!

Israel Novaes e Thiago Brava têm trajetórias sólidas no sertanejo. Como é essa troca entre dois artistas já consagrados se unindo para revisitar um estilo que fez parte da juventude de ambos?
Sempre frequentamos os mesmos ambientes e dividimos palcos pelo Brasil afora. Não foi difícil unir algo que, na prática, sempre teve tanta coisa em comum.
Depois do DVD e da turnê, o que vem pela frente? Vocês planejam novas composições, colaborações com artistas da nova geração ou até um segundo volume do projeto?
Ainda há muito a ser explorado em um projeto que tem dado tão certo. As regravações foram apenas o ponto de partida e, mantendo nossa essência, temos planos, novas músicas e outras participações pela frente.
Acompanhe no Instagram: Os Caras do Arrocha | Thiago Brava | Israel Novaes