No dia 24 de novembro, Gica finalizou o lançamento do audiovisual ‘Da Rocinha Pro Mundo’. Gravado em maio na Arena X do Morro (SP) e assistido por um público superior a 10 mil pessoas, o projeto, divulgado em etapas desde agosto, traz consigo 18 faixas, incluindo 8 inéditas.

Entre as músicas já conhecidas, estão hits de grandes ídolos da artista, como Thiaguinho, Belo, Soweto, Sorriso Maroto, Jeito Moleque, Imaginasamba, Exaltasamba, Chrigor, Adryana e a Rapaziada, Dilsinho, Pixote, Vitinho, Art Popular, Pique Novo, Revelação, Sampa Crew, Exaltasamba, Péricles Grupo Pra Valer e Pedindo Bis.

Há um ano, Gica mudou-se para São Paulo, adaptando-se muito bem à rotina da cidade. A capital foi o primeiro local a acolhê-la verdadeiramente, influenciando a decisão de gravar o projeto em terras paulistanas, em vez de sua cidade natal.

A vida de Gica sofreu uma reviravolta desde que, sem grandes pretensões, compartilhou o ‘Pagode da Gica’ no YouTube há pouco mais de um ano. Os vídeos viralizaram impulsionados por figuras como Richarlison e Neymar. Hoje, ela celebra uma agenda de shows com uma média de 30 apresentações mensais. Além disso, Gica é uma das atrações confirmadas no cruzeiro de Neymar Jr., marcado para acontecer de 26 a 29 de dezembro.

Gica acumula números impressionantes para uma artista em início de carreira e da cena independente. São mais de 1,2 milhões de seguidores no Instagram, mais de 20 milhões de streams, mais de 47 milhões de visualizações no YouTube, mais de 900 mil ouvintes mensais no Spotify e parcerias com grandes nomes da música.

Seu amor pelo pagode nasceu da influência de seu pai, um grande admirador dos grupos Só Pra Contrariar e Exaltasamba. Desde cedo, demonstrou interesse pela música, aprendendo a tocar pandeiro aos 6 anos de idade, ingressando nas aulas de cavaco aos 11, dominando o violão aos 12 e, em seguida, a percussão. Atualmente, segue em constante desenvolvimento com as aulas de canto, iniciadas há mais de dois anos. Compositora e multi-instrumentista, Gica hesitou inicialmente em assumir o microfone, dado o escasso número de referências femininas no gênero.

Sua inspiração veio de Beth Carvalho, ouvida quando criança, e das rodas de samba que frequentava no Rio de Janeiro. Hoje, acompanha com atenção as oportunidades e destaques das mulheres no mundo do pagode.

O seu primeiro projeto audiovisual é lançado em quatro volumes. Pode nos contar mais sobre a inspiração por trás dessa divisão e o que os fãs podem esperar de cada volume?

Esses lançamentos fracionados são até comuns no nosso mercado. Como era um audiovisual grande, com 18 faixas, decidimos testar o formato. E foi muito legal, mas ao mesmo tempo me gerou muita ansiedade. Não via a hora do pessoal ver o trabalho completo deste projeto tão especial para a minha carreira.

‘Conivente’ é uma das faixas inéditas no Vol. 3. O que essa música representa para você e qual é a história por trás da composição?

Na verdade não só ‘Conivente’, mas todas as faixas autorais desse projeto, que são 8 no total, são bem representativas para mim porque é um passo a mais na minha carreira. E a galera está sendo bem receptiva com essas faixas e apreciando bastante essas composições inéditas. Fico muito feliz com isso, porque todas as composições inéditas que escolho para o meu repertório têm letras que tem tudo a ver comigo e com o que eu acredito.

No Vol. 3, você incluiu tanto regravações de sucessos de outros artistas quanto músicas inéditas. Como foi o processo de seleção do repertório para este volume?

Não só no Vol. 3, mas em todo o audiovisual “Da Rocinha Pro Mundo”. Mesclamos algumas músicas autorais com faixas já conhecidas do pessoal. Para essa seleção eu e meu empresário, que é fera em repertório, vamos conversando sobre as faixas e selecionando as que tem mais a ver comigo até chegar no resultado que vocês podem conferir completo agora no meu canal do YouTube e nas plataformas de streaming.

Gica (Sabrina Vieira)

Pode nos falar um pouco sobre a gravação na Arena X do Morro em São Paulo e a escolha desse local? Como o público reagiu ao seu show?

Eu sempre quis gravar um DVD em um lugar onde a população fosse gostar de verdade e entender a essência do projeto. O pessoal do X do Morro me apoiou muito, eles foram incríveis! No dia da gravação a entrada era 1kg de alimento não perecível e fiquei muito feliz que conseguimos arrecadar 8 toneladas para a comunidade. Mas isso não conseguiu amenizar o meu nervosismo. Fiquei tremendo mais do que o normal, porque senti uma responsabilidade muito grande por estar diante de tanta gente

É notável que você tem uma base de fãs significativa e crescente, com números impressionantes nas redes sociais e plataformas de streaming. Qual você considera ser o segredo de seu sucesso na cena independente?

Acho que o principal é a gente acreditar no nosso sonho, seguir nosso coração e ser de verdade. Os fãs me abraçaram de uma forma tão cuidadosa que só agradeço, todos os dias, por esse carinho.

Você mencionou ter sido influenciada pelo gosto musical de seu pai, especialmente o pagode. Como sua jornada musical começou e quando você decidiu seguir uma carreira como cantora?

Meu pai era muito fã de grupos como o Só Pra Contrariar e Exaltasamba e um dia chegou com um pandeiro em casa. Me interessei pelo instrumento e aprendi a tocar com 6 anos. Depois aprendi cavaco, violão, percussão… Tudo na Rocinha, em uma escola que atendia crianças da comunidade. Postava vídeos despretensiosos na internet tocando e cantando, mas minha pretensão nunca foi cantar. Até que meu empresário me viu nas redes e foi aí que tudo começou há uns 2 anos.

Gica

Com a cena do pagode tendo historicamente menos presença feminina, quais são os desafios e oportunidades que você enxerga como uma das grandes revelações femininas desse gênero?

A mulherada sempre esteve aí! A gente sempre gostou e consumiu muito pagode. Hoje, graças a Deus, estamos conseguindo ter mais visibilidade e alcançando novos espaços. O pessoal está nos respeitando e a tendência é que o movimento cresça ainda mais. Só estamos mostrando o que somos capazes de fazer.

Além das regravações, você também faz composições originais. Pode compartilhar um pouco sobre o seu processo de composição e o que a inspira a escrever suas próprias músicas?

Eu componho, mas nunca gravei músicas próprias, acho que isso naturalmente vai acontecer um dia, mas ainda não é a hora.

Você já colaborou com artistas como Gaab e Vitinho. Pode nos contar sobre suas experiências nesses trabalhos e se há outros colaboradores notáveis com quem você gostaria de trabalhar no futuro?

Além do Gaab e do Vitinho já participei de projetos do Doce Encontro, Kamisa 10 e MC IG. No dia 20 de novembro gravei no litoral de SP o Pagode da Gica 3 e pela primeira vez tive participações especiais em um projeto. Estavam comigo Eliana de Lima, Thales Lessa, Vou Pro Sereno, MC Daniel e MC Ryan SP. Foi incrível! E em breve o pessoal vai poder ver o resultado nas minhas plataformas de música. Mas tem ainda muita gente com quem eu gostaria de trabalhar. Quem sabe num futuro próximo.

O que podemos esperar dos próximos capítulos de sua trajetória como artista após a conclusão deste projeto audiovisual? Quais são seus próximos passos e metas?

Encerramos o lançamento do audiovisual ‘Da Rocinha Pro Mundo’ no final de novembro e já gravamos o Pagode da Gica 3 que chega ainda este ano! Seguimos com a agenda de shows cheia, Glória a Deus, e ano que vem teremos muitas outras novidades. Sou só gratidão a tudo que tem acontecido na minha vida!

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