A cantora, compositora e criadora de conteúdo Gabriela Muniz, de Belo Horizonte (MG), fez história ao se tornar a única brasileira finalista na competição global Music On Stage – TikTok LIVE, alcançando o 4º lugar no ranking mundial. Aos 27 anos, a artista independente — conhecida por suas lives diárias e pela comunidade fiel dos “Gabsters” — vem se consolidando como uma das principais vozes da nova geração de músicos digitais. O resultado simboliza não apenas o reconhecimento internacional de seu talento, mas também a força da música brasileira independente em um cenário global cada vez mais competitivo.
Gabriela, você foi a única brasileira na final global do Music On Stage – TikTok LIVE. Quando ouviu seu nome entre os finalistas, o que passou pela sua cabeça naquele momento?
Foi um sentimento profundo de gratidão. Sou streamer no TikTok há mais de cinco anos. Precisei de muita dedicação, noites sem dormir e momentos em que eu precisei acreditar sozinha no meu sonho. Ouvir meu nome entre os finalistas foi como uma confirmação de que todo o esforço valeu a pena.
A jornada até esse palco foi marcada por muita persistência e trabalho independente. Quais foram os maiores desafios de trilhar esse caminho sem o suporte de uma grande gravadora?
O maior desafio é ter que ser tudo ao mesmo tempo: artista, empresária, produtora, divulgadora, gestora…
Eu sou uma pessoa muito criativa, então lidar com questões mais burocráticas do dia a dia é um grande desafio. Mas, ao mesmo tempo, é libertador, porque tenho as rédeas da minha carreira.
As suas lives diárias se tornaram um ponto de encontro com os “Gabsters”, sua comunidade fiel. Como essa troca constante com o público transformou sua relação com a música e com você mesma?
A minha relação com os Gabsters me transformou completamente enquanto artista. Antes, eu acreditava que precisava atingir um patamar de perfeição, que nada estava bom o bastante…
Isso mudou graças às lives, pois eu percebi que, para meus fãs, acompanhar cada fase do meu crescimento artístico — incluindo as falhas — é algo que eles adoram. Sinto que isso me humaniza e nos conecta.
O Music On Stage não é apenas uma competição, mas também um espaço de descoberta e visibilidade. Que aprendizados você leva dessa experiência ao lado de criadores do mundo todo?
Eu aprendi que a comunidade é o mais importante. No fim das contas, não é só sobre quem canta melhor ou quem tem mais estrutura — é sobre conexão. As pessoas que têm comunidades mais engajadas, que realmente se conectam com o público, são as que se destacam.
Essa experiência me mostrou o poder de cultivar relações verdadeiras com quem te acompanha. Porque, quando existe amor e reciprocidade entre artista e público, tudo muda. É isso que sustenta uma carreira a longo prazo, e é isso que me dá forças pra continuar todos os dias.
Em um cenário onde tantos artistas dependem de algoritmos, você conseguiu destaque com autenticidade e constância. Que conselho daria a quem sonha em viver de música nas redes sociais, mas ainda tem medo de começar?
Comece com o que você tem, do jeito que dá. A perfeição não pode ser o ponto de partida. Seja constante, seja verdadeiro e, acima de tudo, tenha paciência.
Representar o Brasil em um evento global é uma enorme responsabilidade. Como foi levar nossa cultura e sonoridade para o mundo através da sua voz e presença no TikTok?
Foi uma grande honra! Eu senti o peso e o privilégio de carregar a nossa bandeira — de mostrar que o Brasil é música, é emoção, é diversidade. Cada nota que eu cantei ali foi com o coração cheio de orgulho, sabendo que eu estava levando a nossa energia pro mundo.
Você tem falado muito sobre gratidão e fé durante essa jornada. Em que momentos essa conexão interna foi essencial para seguir em frente, especialmente quando o caminho parecia difícil?
Em todos os momentos. A fé e a gratidão sempre foram essenciais na minha vida. Tenho certeza de que eu não estaria aqui hoje se não fosse por elas. Eu não teria persistido enquanto streamer, porque essa profissão tem muitos altos e baixos — dias de euforia e dias de incerteza.
Ter fé é acreditar que coisas boas virão, mesmo quando o cenário parece difícil. É confiar no processo, independentemente do dia. E a gratidão me ajuda a manter a energia lá em cima, a lembrar o porquê de tudo isso e a continuar entregando o melhor entretenimento possível pro meu público, com o coração leve.
E olhando para o futuro: depois de tantas conquistas, quais são os próximos passos da Gabriela Muniz — na música, nas lives e como artista independente que inspira uma nova geração?
Atualmente, eu estou gravando uma série de músicas autorais — e o mais especial é que faço isso ao vivo, durante as minhas lives. O meu público acompanha em tempo real todo o processo de criação.
2026 promete ser um ano recheado de lançamentos autorais e de muitos projetos incríveis. Quero continuar expandindo meu som, me conectando com pessoas do mundo todo e mostrando que é possível construir uma carreira sólida de forma independente, com verdade, constância e amor pelo que se faz.
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