A banda Fenícia encerrou 2025 celebrando um marco em sua trajetória com o lançamento do EP “Pé na Porta – Ao Vivo”, disponibilizado no último 5 de dezembro em todos os aplicativos de música pela Marã Música. Gravado durante o Festival Pé na Porta, em Ribeirão Preto (SP), o trabalho marca o primeiro registro ao vivo da carreira do trio e captura com autenticidade a força, a entrega e a energia que a banda leva para o palco.
O EP reúne quatro faixas já conhecidas e queridas pelo público, registradas de forma crua e fiel à sonoridade apresentada nos shows. Mais do que versões ao vivo, o projeto funciona como um retrato honesto da experiência da Fenícia no palco, reforçando a conexão com quem acompanha a banda e abrindo portas para novos ouvintes.
Junto ao lançamento, a Fenícia também disponibilizou o registro audiovisual da faixa “Meu Bem” em seu canal oficial no YouTube. Gravado durante o próprio festival, o vídeo evidencia a espontaneidade e a intensidade da performance ao vivo, consolidando “Pé na Porta – Ao Vivo” como um documento importante da fase atual da banda.
Este é o primeiro registro ao vivo da carreira de vocês. Quando perceberam, no palco do Festival Pé na Porta, que aquele momento precisava virar um EP?
Percebemos no próprio palco do Festival Pé na Porta que aquele momento precisava virar um EP, pois sabíamos que estava sendo captado na integra. A energia estava diferente — intensa, precisa, verdadeira. Sentimos que a banda, já na fase de trio, estava mais conectada do que nunca, e aquela performance tinha um peso emocional que não caberia só na lembrança. Quando ouvimos as capturas e vimos o quanto a mixagem e masterização do Marcos Scantamburlo (@marcos.audio) realçaram essa verdade crua do show, tivemos certeza: aquele registro merecia existir. Era o início de uma nova fase e não podia passar despercebido.
Ao longo dos anos, cada banda desenvolve uma “energia única ao vivo”. Qual elemento da performance de vocês — seja humor, entrega, improviso ou conexão — vocês mais queriam que transparecesse nesse registro?
O que mais queríamos que transparecesse nesse registro é a nossa conexão — entre nós e com o público. É dali que nasce tudo: o humor espontâneo, o improviso que só acontece porque confiamos uns nos outros, e a entrega que vira quase um ritual toda vez que subimos no palco. Essa energia única, que mistura intensidade com verdade, é o que sempre fez a Fenícia ser quem é ao vivo. Registrar isso era essencial para que as pessoas sentissem não apenas o som, mas o vínculo que transforma cada show em algo vivo.

Vocês escolheram quatro faixas queridinhas do público. Existe alguma história de bastidor, show ou fã que fez vocês entenderem que essas músicas tinham um peso especial?
A escolha das quatro faixas veio muito da energia que a gente percebeu ao vivo e as respostas vindas das redes sociais e streammings. Cada uma delas ganhou força justamente porque o público mostrou isso pra gente de maneiras muito diferentes. Mar de Dentro mesmo é uma canção que já teve relatos que a música salvou um momento difícil de um fã. Esses gestos foram deixando claro que essas canções carregavam um peso emocional especial, e por isso elas precisavam estar registradas nesse EP ao vivo.
O EP traz um som cru e fiel ao que vocês são no palco. O que mais desafia uma banda na hora de transformar a vulnerabilidade e a intensidade do ao vivo em um produto final?
O maior desafio é equilibrar a verdade do palco com a responsabilidade de transformar isso em um registro que fique pra sempre. No ao vivo, tudo acontece no impulso — a respiração acelerada, a voz que falha de emoção, o improviso que nasce na hora, o erro que vira acerto. Quando a gente decide transformar essa vulnerabilidade em um produto final, o desafio é não “limpar demais” e perder a alma. É um jogo delicado entre técnica e sentimento. No fim, o que guia é a honestidade: deixar que a intensidade apareça sem filtro, porque é isso que representa quem a Fenícia é no palco.

Vocês mencionam que o lançamento deve aprofundar a relação com os fãs. O que vocês mais esperam que o público sinta ao ouvir a Fenícia sem filtros, sem retoques — do jeito que acontece no palco?
A gente espera que o público sinta exatamente o que sentimos quando estamos no palco. Queremos que cada pessoa ouça o EP e tenha a sensação de estar dentro do show — ouvindo a respiração, a energia das guitarras, a força da bateria, os pequenos improvisos que só acontecem quando estamos conectados com a plateia. Sem filtros, a música revela nossas fraquezas e nossas potências, e é justamente isso que estreita a relação com quem nos acompanha. Se o público sentir verdade, proximidade e aquela vontade de estar ali com a gente de novo, então o EP cumpriu o seu papel.
“Meu Bem” foi escolhida para o registro audiovisual. O que essa música carrega que representa a essência da Fenícia em sua forma mais verdadeira?
“Meu Bem” carrega uma sinceridade que sempre nos atravessou. É uma música que nasceu de um lugar muito íntimo, mas que se transformou quando encontrou o público — ela virou um elo entre a vulnerabilidade das letras e a força do nosso som. No palco, é a faixa em que tudo se alinha: emoção, verdade, entrega. Ela tem dinâmica e um tipo de intensidade que não dá pra fingir. Registrar “Meu Bem” em formato audiovisual era quase inevitável, porque ela mostra a Fenícia sem máscaras — crua, honesta e completamente entregue ao momento. É a nossa essência em estado puro.
O Festival Pé na Porta parece ter desempenhado um papel decisivo nesse processo. Como foi viver essa experiência do ponto de vista emocional e profissional?
O Festival Pé na Porta foi decisivo para nós, pois confirmou um excelente momento que estávamos vivendo com a Fenícia e veio pra coroar o festival da Kiss FM que fomos campeões no mês anterior também em Ribeirão Preto. Profissionalmente, mostrou que estávamos prontos para registrar um trabalho ao vivo com responsabilidade e maturidade. Emocionalmente, foi arrebatador: a conexão com o público, e a troca e a autenticidade daquele dia nos fizeram enxergar quem somos no palco. Ali nasceu a certeza de que esse EP precisava existir.
Depois de tantos anos de estrada, lançar um EP ao vivo pode ser um renascimento artístico. Que portas vocês sentem que esse trabalho abre para 2026 e para a nova fase da Fenícia?
Lançar esse EP ao vivo marca um renascimento, sim — mas também funciona como um esquenta para o que realmente estamos preparando para 2026: o registro completo ao vivo em vídeo, no ano em que a Fenícia completa 20 anos. É uma fase simbólica e muito potente pra nós. Mesmo depois de tanto tempo, nossa energia e vontade são iguais — ou até maiores — do que quando começamos. E agora, como trio, estamos mais alinhados no pensamento, na entrega e no desejo de seguir construindo nossos sonhos e objetivos. Esse EP abre portas porque reafirma quem somos no palco e aponta para o futuro que queremos viver juntos.
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