Fabrizio Michels, autor de “O Voo da Raposa”, mergulha nas profundezas de uma história inspiradora que mescla ficção e realidade. Nessa fábula, ele narra sua jornada pessoal através da trajetória da Raposa, uma mãe solteira corajosa, enquanto ela desbrava seu território com seu filhote. A história revela desafios como maternidade solo, a importância de perseguir os sonhos e a busca pela felicidade no dia a dia. Com uma narrativa envolvente, Michels compartilha seu próprio caminho, usando a Raposa como um espelho de sua esposa, e o Falcão como a representação do autor, um escritor em busca de liberdade. “O Voo da Raposa” é uma jornada de crescimento pessoal, superação e a lembrança de que a felicidade reside no presente, apesar das adversidades. Fabrizio Michels, nascido em Uberlândia, Minas Gerais, traz uma história que transcende a narrativa de um livro, explorando a arte da fantasia como uma forma de transmitir mensagens profundas. “O Voo da Raposa” marca seu primeiro mergulho literário, enriquecendo a literatura brasileira com uma história tocante sobre amor, perseverança e empoderamento.
A inspiração para “O Voo da Raposa” vem da sua própria história de vida e do amor por sua esposa. Pode nos contar como surgiu a ideia de transformar essa experiência pessoal em uma fábula?
Há algum tempo, tinha o desejo de presentear minha esposa de maneira única, distinta e inesquecível. Foi durante minha caminhada no parque que uma ideia surgiu: escrever um conto que condensasse nossa história, contando os detalhes de como nos conhecemos e nos apaixonamos de uma forma criativa. Naquele instante, a figura da raposa e do falcão se materializou em minha imaginação. Eles se tornaram os protagonistas desta narrativa, simbolizando a possibilidade de um amor improvável florescer. Imagine uma raposa que vive na terra e um falcão que vive no ar. Minha intenção era destacar que, sobretudo, a coragem dela foi o elo que nos uniu. Com essa concepção em mente, dei início à escrita. As ideias fluíam naturalmente, e rapidamente percebi que um simples conto não seria suficiente para expressar tudo o que desejava. Quando me dei conta, havia preenchido mais de 30 páginas. Foi nesse ponto que compreendi que estava, na verdade, escrevendo um livro. Dediquei-me plenamente à tarefa, pois sabia que nossa história poderia servir de inspiração para outras pessoas. A partir desse momento, minha escrita não era apenas dirigida à minha esposa, mas a todos que pudessem se beneficiar dela.
A protagonista, a Raposa, é uma mãe solteira que enfrenta desafios para proteger sua família. Qual é a mensagem que você deseja transmitir aos leitores por meio dessa personagem?
Acho que a Raposa representa muito bem grande parte das mulheres de hoje em dia, pois elas precisam ter os pés no chão e cuidar de seus filhos, independentemente de serem mães solteiras ou não. Mas elas também precisam viver seus sonhos e buscar seus objetivos, enfrentando desafios diários de ter a segurança de um emprego, por exemplo. Isso muitas vezes faz com que elas se afastem de seus objetivos, de carreira ou de vida. Com a Raposa, eu quis mostrar que é possível cuidar de seus filhos e ir em busca da própria felicidade, com coragem.
“O Voo da Raposa” aborda temas como maternidade solo, empoderamento e superação. Como você espera que esses temas ressoem com os leitores?
Acho que, na sociedade em que vivemos, é sempre um pouco mais difícil para as mulheres encontrarem seus próprios caminhos em diversas esferas. Seja porque enfrentam o machismo dentro de casa, ou desafios em dividir a carreira com a maternidade ou até mesmo a violência doméstica. Meu livro mostra alguns desses temas de forma bem sutil, mas a mensagem que eu gostaria de passar é que é possível ser uma mãe exemplar e, ao mesmo tempo, enfrentar preconceitos, buscar seus sonhos, seguir seus instintos para alcançar sua própria realização. Durante minha vida, vi muitas mulheres que deixaram de lado seus sonhos, seus objetivos e sua própria felicidade para cuidar dos filhos ou simplesmente por não acreditar que fosse possível. Com a Raposa, quero mostrar a todos, que é possível continuar buscando seus sonhos e ser feliz mesmo diante de todos os desafios.
A história envolve mistérios, perigos e aventuras extraordinárias. Pode compartilhar conosco como a jornada da Raposa e do Falcão simboliza os desafios e as reviravoltas da vida real?
É uma história real. Apesar de ser uma fantasia com personagens fantásticos, é uma história da realidade. Nossa vida é cheia de mistérios e desafios e aventuras incríveis, tentei usar metáforas e simbolismos para deixar a história mais interessante, mas todos nós vivemos esses medos, confrontos e loucuras durante nossa vida. O livro mostra que a Raposa se deixa viver, tem a coragem de enfrentar o perigo e seguir seus próprios instintos, acreditando que, no final, vai encontrar sua felicidade. E é esse o sentido do “voo da raposa”: tirar os pés do chão e ir em busca daquilo que se acredita. Não é sobre sobreviver, é sobre viver.
Sua linguagem na narrativa é descrita como simples, mas rica em significados. Como você equilibrou a simplicidade com a profundidade das mensagens que deseja transmitir?
Acho que por ter um background artístico e ter trabalhado a vida inteira com arte, toda a história que conto ou que está em mim sempre vem carregada de significados, metáforas e figuras. Mas sempre tentei escrever de forma simples, como se estivesse falando mesmo. Acho que esse equilíbrio se desenvolveu naturalmente em mim.

O livro também toca na ideia de que a felicidade está no presente, mesmo diante das adversidades. Pode nos contar como esse conceito é explorado na história?
Acho que todo mundo sempre pensa no futuro. Sempre achamos que seremos felizes no futuro, que vamos ter sucesso no futuro, que vamos casar e ter filhos e encontrar a pessoa amada no futuro. Planejamos mentalmente sermos felizes para sempre no futuro. Mas a vida é no presente. Todo dia temos lutas, temos que fazer escolhas, temos que tomar decisões difíceis. Eu quis mostrar no meu livro que a felicidade se constrói no dia a dia, que um relacionamento se constrói no dia a dia, que o amor se aprende no dia a dia. Por isso as aventuras que planejamos para nossas vidas precisam ser vividas agora, no hoje, e não no futuro.
Além de ser um autor, você tem uma formação e experiência em diversas formas de arte, incluindo animação, design, pintura e composição musical. De que maneira essas experiências enriqueceram sua escrita?
Acredito que em toda obra artística, seja ela uma pintura ou uma música instrumental, há por trás uma história, uma mensagem, uma sensação. Acredito que todas as formas de arte se entrelaçam de alguma forma. Na hora de escrever artisticamente, é preciso ter um foco um pouco diferente, pois você precisa deixar a leitura interessante e, ao mesmo tempo, conseguir passar uma mensagem clara. Como eu disse antes, acho que, por ter tido essas experiências artísticas anteriores, minha escrita acaba tendo uma escolha de palavras que trazem uma experiência musical na métrica, na sonoridade e que também impulsionam a imaginação, deixando o leitor ser seu próprio artista plástico, imaginando as cores, os cenários, etc.
Como surgiu a decisão de tornar “O Voo da Raposa” seu primeiro livro, e quais foram os desafios e as recompensas de trazer essa história ao público?
Quando percebi que o que estava escrevendo poderia realmente se tornar um livro, eu abracei essa ideia. Claro que sempre tive o sonho de escrever um livro e publicá-lo. Foi o momento perfeito, onde finalmente consegui colocar em palavras uma história que achei que seria inspiradora para muitas pessoas. A partir dali tudo se tornou recompensa para mim. Quando se está escrevendo o primeiro livro, a todo instante você se questiona se o que está escrevendo é realmente bom ou interessante para mais alguém além de você, mas decidi seguir o exemplo da raposa e tive a coragem de contar minha história, transmitindo tudo aquilo que eu acreditava que iria inspirar outras pessoas. Eu me permiti escrever a história que eu queria contar, sem me preocupar se estaria perfeito ou se seria o melhor livro já escrito. Apenas me permiti contar a história que eu queria contar.
Qual é a principal mensagem ou lição que espera que os leitores retirem da leitura de “O Voo da Raposa”?
Existem muitas mensagens e acho que alguns leitores vão levar alguns parágrafos para a vida toda. Quando comecei a escrever, meu objetivo principal era transmitir a mensagem de que a coragem te leva à felicidade. No entanto, acho que para cada pessoa o livro pode trazer uma mensagem diferente. Atualmente acho que a lição que o livro passa é de que a felicidade da vida está na busca pelos seus próprios sonhos. A felicidade está nas relações do dia a dia, no aprendizado de um com o outro.
Como autor, quais são seus planos futuros na escrita? Podemos esperar mais obras que explorem a fantasia como meio de transmitir mensagens e ensinamentos?
Confesso que é bastante tentadora a ideia de novos livros. Já tenho algumas outras histórias na minha cabeça que sempre quis contar. Acho que vou aguardar um pouco a repercussão do Voo da Raposa e, quem sabe, escrever uma continuação dessa fábula.
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