Entre fé, emoção e redes sociais: Julia Mendes vive nova fase após destaque em “Paulo, o Apóstolo”

Luca Moreira
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Julia Mendes
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Depois de chamar atenção como a carismática Lorena em Mar do Sertão, a atriz Julia Mendes conquistou o público com a intensa Adália na série bíblica Paulo, o Apóstolo, da Record. Vivendo uma mãe cristã perseguida por sua fé, Julia emociona em cena enquanto, fora delas, se destaca nas redes sociais pelo conteúdo leve e espontâneo que já viralizou com temas como luto, amizade e até a língua portuguesa. Com novos seguidores, planos para o teatro e sonho com o cinema, ela celebra essa fase de visibilidade: “Tocar alguém com o que faço é meu maior propósito”.

Adália é uma personagem que enfrenta dilemas profundos em Paulo, o Apóstolo. Como foi para você, pessoalmente, dar vida a alguém que precisa escolher entre sua fé e a proteção dos filhos?

Foi um desafio muito instigante pra mim como atriz. É muito bom poder dar vida a uma personagem que, inclusive, é diferente de tudo que o público me vê fazendo nas redes sociais. Mostrar essa outra camada da Júlia, atriz, que também mergulha, que sente, que vive o drama, é muito importante. E Adália é uma mulher com um dilema muito potente: proteger os filhos, amar profundamente e, ao mesmo tempo, lidar com a fé e com os riscos que isso impõe. Ter a chance de trabalhar essa intensidade foi, de verdade, um presente.

Você mencionou que a repercussão da série trouxe um novo público para suas redes. O que mais te surpreendeu nesse novo diálogo com os seguidores?

O carinho. Gente que talvez nunca tivesse visto meu trabalho ou meus vídeos antes e que chegou pelas cenas de Adália, e ficou. E mais do que isso: passou a me acompanhar também nas minhas reflexões mais leves, nos momentos engraçados, nos vídeos em que eu tô só descascando uma manga, sabe? Isso me mostrou que existe espaço pra ser múltipla, e que as pessoas sentem falta disso também.

Julia Mendes
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O contraste entre a intensidade dramática de Adália e a leveza dos seus vídeos como influenciadora é algo que chama a atenção. Como você equilibra esses dois lados tão diferentes no dia a dia?

Acho que um salva o outro. Um alimenta o outro. Eu sou um paradoxo hahaha porque amo viver nesse contraste de ser super dramática e apocalíptica e ao mesmo tempo ter essa leveza no dia a dia, essa irreverência, esse humor  que atravessa meus dias. Quando eu tô muito imersa no drama, sinto necessidade de rir. De brincar. De postar uma coisa leve. E quando sinto que estou só na leveza, dá saudade de mergulhar fundo numa personagem que me tira o chão. Eu não consigo ser uma coisa só, e honestamente nem quero. O que me equilibra é poder transitar, e ser inteira em todas as minhas emoções.

Um dos seus vídeos mais tocantes foi sobre o luto pela perda da sua mãe. Como é para você transformar uma dor tão íntima em algo que acolhe e conecta outras pessoas?

É um processo delicado. Eu nunca planejei falar sobre isso, mas um dia, do nada, veio. E quando veio, eu entendi que dividir também pode ser um jeito de curar. A dor continua sendo minha, claro, mas quando ela encontra eco em alguém, ela vira ponte. E não tem nada mais bonito do que sentir que a sua vulnerabilidade pode ser abrigo pra outro.

Julia Mendes
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A espontaneidade parece ser um dos seus superpoderes como criadora de conteúdo. De onde vem essa vontade de compartilhar temas tão diversos, da amizade de baixa manutenção ao humor com a língua portuguesa?

Acho que vem da vida mesmo. Eu observo tudo. Sou uma observadora incansavel. Tudo me atravessa e tudo me interessa. E às vezes, o que começa como uma insight no banho vira vídeo no Instagram no mesmo dia. Eu gosto de falar do que é cotidiano, do que é humano. E adoro encontrar humor onde ninguém tá olhando. No fim, eu falo sobre o que me dá vontade… e confio que vai chegar em quem também precisava ouvir.

Nos bastidores, você ficou conhecida como a “rainha das marmitas”. Como a sua relação com autocuidado e alimentação te ajuda a manter o ritmo entre gravações, redes sociais e projetos pessoais?

(Risos) Eu sou mesmo da marmita, gente. Mas tem um motivo: pra mim, alimentação é energia. E energia é o nosso combustível, o que move, o que sustenta, o que abastece. Como minha rotina é muito dinâmica, às vezes tô gravando, às vezes tô criando conteúdo na rua, em evento, em trânsito, enfim… poder seguir, pelo menos, uma rotina alimentar equilibrada me ajuda muito a manter o foco. É meu jeito de praticar autocuidado no meio da vida corrida.

Julia Mendes
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Você comentou o desejo de escrever e atuar em uma peça sua, unindo humor e drama. Que tipo de história você gostaria de contar nesse novo formato?

Quero contar uma história que misture tudo o que eu sou. Que fale de amor, mas também de medo. De dor, mas com piada no meio. Uma peça que comece com riso e termine com lágrima, ou o contrário. Eu gosto desse entre-lugar onde o público ri e, de repente, se pega engolindo seco. Porque, no fundo, a vida é assim: uma mistura danada de intensidade e ironia.

Sua fala sobre influenciar para o bem é muito potente. Na sua visão, como é possível usar a visibilidade com responsabilidade, especialmente para transmitir mensagens de força e sensibilidade ao mesmo tempo?

Acho que tudo começa pela escuta. Quando a gente ouve mais e fala menos, já tá influenciando de um jeito diferente. Pra mim, ser influenciadora não é só mostrar o que eu visto ou como eu treino, é também dividir as minhas contradições, minhas vulnerabilidades, minhas descobertas. É lembrar que a vida real também pode ser conteúdo. E que o afeto, quando é verdadeiro, atravessa qualquer algoritmo.

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