No novo romance de época Uma lua de amor, a escritora Paula Toyneti Benalia transporta o leitor para a Londres do século 19, onde as convenções sociais rígidas escondem paixões, traumas e segredos perigosos. A trama gira em torno de Gabriel, um duque falido e emocionalmente destruído, e Isabel, uma jovem idealista que se vê no centro de um plano cruel de vingança — mas que pode, inesperadamente, se transformar em redenção. Repleto de reviravoltas, dilemas morais e uma escrita sensível, o livro explora as cicatrizes do passado e o poder transformador do amor verdadeiro.
O cenário vitoriano de Londres, repleto de neblina e regras rígidas, parece o pano de fundo perfeito para esconder feridas emocionais. Como foi para você criar esse contraste entre um ambiente socialmente gelado e uma história tão intensa e cheia de paixão?
Foi super emocionante e confesso que mexeu muito com as minhas emoções, principalmente com o meu imaginário. Deu para reviver um pouco dessa era ao menos na imaginação.
Gabriel é um personagem que inicia a trama carregado de dor, vício e sede de vingança. Mas, ao longo da história, algo nele começa a mudar. Como você lidou, emocionalmente, com esse arco de redenção e transformação ao dar vida a um protagonista tão ferido?
Foi arrebatador e emocionante. A ideia era mostrar que, dentro de toda tragédia, sempre tem dores de um passado e que toda ação sempre tem uma justificativa. A dor que o personagem sente transborda em seu vício.
Isabel, apesar de vista como frágil, demonstra uma força silenciosa que desconstrói estereótipos femininos da época. Você se inspirou em alguma mulher da vida real ou da literatura para construir essa personagem tão delicadamente forte?
Me inspiro em todas as mulheres de todos os séculos, que, mesmo na atualidade, apesar de todas as lutas sociais, sempre encontram forças para superar. A mulher é um ser forte e magnifico.
A alternância entre os pontos de vista de Gabriel e Isabel aprofunda a experiência do leitor e revela camadas emocionais complexas. Por que você escolheu essa estrutura narrativa e como ela contribuiu para contar essa história de amor e conflito?
Eu faço isso em todos os meus livros. Essa alternância faz com que o leitor sinta todos os sentimentos, dores e emoções dos dois personagens.
O sequestro como ponto de partida do romance é, no mínimo, ousado. E você não o romantiza, mas o utiliza para explorar dilemas éticos e emocionais. Como foi o processo de equilibrar um enredo tão tenso com momentos de empatia, crescimento e, eventualmente, amor verdadeiro?
Eu quis fugir um pouco do príncipe encantado, trazer outras fantasias e perspectivas. Então um bandido casou bem com a história. Confesso que foi um processo difícil de equilibrar para que o leitor não sentisse ódio do mocinho. Acho que deu certo.
Perdão, trauma e segunda chance são temas universais — e você os aborda com delicadeza. Em algum momento da escrita, esses temas atravessaram também a sua própria história ou reflexões pessoais?
Esses temas são inerentes à vivência de todo ser humano. A vida de todos nós se constrói em cima disso.
O livro provoca o leitor a repensar o que é força, o que é fraqueza, e até onde vai a responsabilidade pelas escolhas que fazemos. Você acredita que o amor pode mesmo ser o motor da redenção, como parece ser para seus personagens?
Sim, eu acredito que o amor muda tudo. Ele move montanhas se for preciso. Sou uma romântica incurável.
Com uma linguagem envolvente e emocional, você transforma dilemas profundos em páginas que aquecem o coração. O que você mais deseja que o leitor sinta ou leve consigo ao terminar de ler Uma lua de amor?
Que o leitor sinta toda a magia do amor dos séculos passados e consiga fantasiar essa história cheia de reviravoltas com muitos suspiros.
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