Eliseu Vicente lança livro inspirado em mulher anônima da Bíblia e destaca sabedoria feminina na fé cristã

Luca Moreira
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Eliseu Vicente
Eliseu Vicente

Com base em uma personagem bíblica sem nome que impediu a destruição de sua cidade, o pastor Eliseu Vicente apresenta reflexões profundas sobre coragem, limites e sabedoria em O grito de uma mulher sábia. A obra resgata a breve passagem de 2º Samuel, capítulo 20, para ilustrar sete princípios que dialogam com os desafios contemporâneos da vida cristã e valorizam o papel transformador da mulher na espiritualidade.

Você revisita uma história bíblica pouco explorada, apresentando uma mulher sem nome como protagonista. O que mais te emocionou nesse relato a ponto de inspirar um livro inteiro?

Os princípios que apresento no livro são verdadeiras “chaves de sabedoria” que levam a pessoa a ser bem-sucedida. Quando uma pessoa se vale destes princípios, ativa sua inteligência espiritual e consegue reverter o mal em bem. A mulher sábia fez uso destes princípios evitando uma tragédia. Isso mostra que a sabedoria não é uma teoria, mas sim algo prático. Por isso, considero de fundamental importância que as pessoas fortaleçam sua fé pondo em evidência as virtudes que apresentei no livro.

Ao longo do livro, você destaca sete princípios de sabedoria que emergem dessa história. Como você enxerga a importância de cada um desses princípios na rotina de quem busca fortalecer a fé atualmente?

Em meus devocionais diários, eu sempre medito e observo o que está por trás da mensagem bíblica. Neste caso, em particular, eu fui atraído pelo detalhe descrito na passagem de Segundo Samuel que, mesmo sem citar o nome da mulher, ressaltou a ousadia, a coragem, a firmeza de sua posição e impediu que uma cidade inteira fosse sacrificada. Eu posso dizer que o Espírito Santo me tocou com essa história que mostra a importância de sabermos quem somos e como devemos agir nas circunstâncias adversas.

Você ressalta a coragem da personagem em se expor para salvar a cidade. Em sua opinião, como nós podemos cultivar essa coragem nos desafios da vida moderna?

A coragem é fruto da dependência e confiança em Deus. Quando nos colocamos diante Dele, acreditamos que não nos faltará sabedoria para lidar com os imprevistos impostos pela vida. Isso significa que a coragem deve ser fundamentada no reconhecimento de quem somos em Deus e o que podemos fazer para honrá-lo.

No livro, a figura feminina — ainda que sem nome — demonstra grande poder de argumentação. O que você acha que podemos aprender com ela sobre diálogo e persuasão no nosso dia a dia?

A estratégia da mulher foi altamente eficaz pois, ao invés de reclamar e contender, ela argumentou com base no histórico e importância de seu povo. Ela não acusou Davi de ser um genocida, não confrontou o comandante do exército, Joabe, nem se desgastou com atitudes insanas. Ela foi inteligente ao ponto de fazer o comandante refletir sobre as consequências que aquela incursão causaria e, assim, conseguiu reverter o quadro. Isso nos ensina muito. Se formos mais cautelosos e menos impulsivos, certamente teremos mais poder de persuasão e convencimento, sem precisar usar a força.

Eliseu Vicente
Eliseu Vicente

Ao tratar da humildade como princípio de sabedoria, como você acredita que o público cristão pode equilibrar humildade e firmeza diante das adversidades?

Ser humilde não é ser frouxo. Podemos ser firmes e decididos, e ainda assim nos manter humildes. Penso que a humildade é apenas o ato de reconhecer quem somos e quem é o nosso adversário. Eu não preciso ostentar prepotência, nem altivez, nem presunção diante das adversidades, mas posso ser firme ao ponto de enfrentá-la com sabedoria.

Você afirma que a mulher anônima reverteu o mal em bem. Como podemos aplicar esse ensinamento em tempos tão desafiadores, especialmente na sociedade contemporânea?

O poder da palavra é fundamental. Quando sabemos usar a palavra, podemos mudar todo o contexto. A bíblia diz que a palavra dura suscita ira, mas a branda desvia o furor. Pessoas que usam palavras duras transformam amigos em inimigos, ao passo que uma palavra branda, equilibrada e assertiva pode transformar inimigos em amigos. Eu sei que muitas pessoas entram em conflitos por falta da sabedoria de como usar as palavras. Se todos aprendermos com aquela mulher a ser prudentes e cautelosos com o que falamos e a maneira como falamos, podemos sim reverter o mal em bem.

O livro fala sobre a importância da presença feminina na igreja. Qual conselho você daria para mulheres que desejam exercer sua fé com sabedoria e ousadia, mesmo em um ambiente que, por vezes, ainda é conservador?

A mulher nunca teve seu espaço renegado na igreja. Pelo contrário, a presença feminina sempre foi ativa e a membresia composta por mulheres movimenta com muito mais influência os trabalhos eclesiásticos. Eu tenho visitado muitas cidades do Brasil em eventos femininos, congressos, conferências e encontros e posso afirmar que as mulheres são atuantes e exercem grande influência no seio da igreja. Mas também reconheço que a maioria das denominações ainda resistem ao fato de mulheres exercerem cargos de governo, e isso pode representar um fator negativo no tratamento a elas. Porém, em nada compromete sua participação nas atividades e no desenvolvimento de sua fé.

Por fim, olhando para a mensagem central de O grito de uma mulher sábia, o que você mais deseja que os leitores levem consigo ao fechar as páginas deste livro?

Penso que o conteúdo do livro ressalta o quanto a sabedoria impacta positivamente a vida de todos. Eu espero muito que os meus leitores possam refletir sobre o que eles têm feito, que impacto causam, como tem lidado com suas demandas, como devem se comportar em todas as circunstâncias. Se alguém, após ler este livro, resolver caminhar pela ignorância, terá que se responsabilizar pelas consequências e assistir os resultados negativos de sua tolice.

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