A dupla sertaneja Matheus Henrique & Gabriel, formada por um dentista e um piloto de avião, desponta como um dos nomes mais promissores da nova geração do gênero. Naturais do interior paulista e acumulando mais de 50 milhões de streams, eles vivem um momento decisivo na carreira, impulsionado pela gravação do audiovisual Ao Vivo na Retronejo e pelo lançamento de um novo single, cuja composição envolveu até o uso de inteligência artificial.
Amigos desde a infância no Vale do Ribeira, em Registro (SP), Matheus e Gabriel transformaram afinidade em parceria musical ainda adolescentes. Depois de uma breve passagem pelo rock, descobriram em 2011 a paixão em comum pelo sertanejo, lotando o primeiro show que fizeram em uma pizzaria da cidade. Desde então, vieram palcos cada vez maiores, parcerias com artistas como Felipe Araújo e Danilo Davi, e a consolidação do projeto Retronejo, que nasceu como uma festa entre amigos e hoje reúne milhares de pessoas celebrando os grandes sucessos dos anos 2000.
Com o novo DVD previsto para 2025 e uma estrutura reforçada pela entrada no casting da Feeling Music, a dupla encara sua fase mais madura, inspirada pela verdade emocional das próprias composições e pelas referências que moldaram sua trajetória — de Jorge & Mateus a Henrique & Juliano. Após superar desafios intensos durante a pandemia e reconstruir o caminho com resiliência, Matheus Henrique & Gabriel se posicionam como representantes de uma geração pronta para ganhar espaço no sertanejo com autenticidade, propósito e força criativa.
A história de vocês começa nas ruas do Vale do Ribeira e chega agora aos palcos da Retronejo. Quando olharam pra trás, qual foi o momento em que perceberam que não era mais só sonho, e sim carreira?
Quando começamos, era tudo muito simples: tocávamos no clube da cidade, escola, roda de amigos. A galera começou a curtir, apoiar, incentivar… amigos e família empurrando a gente pra frente.
Aí veio o primeiro show “pra valer”: uma pizzaria aqui da cidade. E lotou. Lotou de um jeito que a gente nem acreditou. Ali bateu forte: “Cara… tem muita gente que gosta do nosso som. Isso pode virar carreira.”
Daquele dia em diante nasceu, de fato, Matheus Henrique & Gabriel — e o sonho saiu do papel.
O novo single traz o uso de inteligência artificial na composição. Como foi essa experiência para vocês?
A gente usa inteligência artificial como uma ferramenta a mais, buscar temas, frases, ajuda a abrir caminho e trazer referências novas. Mas a alma da música continua sendo nossa. A melodia que a gente sente, a verdade da letra… isso não muda. A IA é apoio. A essência continua 100% Matheus Henrique & Gabriel.

Vocês têm trajetórias diferentes — um dentista e um piloto. Que aprendizados carregam dessas profissões para o palco?
Nossa formação acadêmica foi fundamental para chegarmos até aqui com maturidade, visão e cabeça no lugar. Mesmo não exercendo, ela nos ajudou a enxergar a música como negócio: estratégia, responsabilidade, compromisso e gestão.
Além disso, ter essa base dá segurança. Funciona como plano B, claro, mas principalmente como um alicerce que moldou quem somos dentro e fora dos palcos.
A Retronejo resgata o sertanejo dos anos 2000. Que lembranças dessa época mais inspiram vocês hoje?
A Retronejo entrou na nossa vida na pandemia e, desde o primeiro show, a gente se apaixonou. Ela resgata a essência do sertanejo, aquela fase que muita gente considera o auge da vida: adolescência, primeiros amores, começo das festas… uma nostalgia massa.
Quando tocamos esse repertório, voltamos automaticamente pro início da nossa história, quando nosso repertório nos botecos era só sertanejo universitário: César Menotti & Fabiano, Henrique & Juliano, Jorge & Mateus, Guilherme & Santiago… É especial demais reviver essas músicas hoje no palco.

O repertório de vocês é marcado por romantismo e autenticidade. Como transformar vivências reais em músicas que conectam tanta gente?
Desde o começo tivemos isso muito claro: Queríamos músicas eternas. Quando vamos cantar, compor ou escolher uma música, buscamos sempre essa verdade. A música precisa vir de uma história real nossa ou de quem está ouvindo. É isso que faz as pessoas se identificarem com nosso som!
A pandemia foi um divisor de águas para muitos artistas. O que essa fase ensinou para vocês?
Na pandemia tivemos que nos reinventar. Foi difícil, porque tivemos uma pausa forçada: nada de show, nada de estrada, nada de continuidade no projeto.
Mas, ao mesmo tempo, foi um período de muito aprendizado. Trabalhamos em outras áreas, nos viramos… e graças a Deus tivemos sucesso também fora da música. Isso trouxe uma maturidade enorme pra gente. Mostrou que o propósito não some nos momentos difíceis, ele se fortalece.

A parceria com a Feeling Music marca uma nova fase. Como é ter essa equipe ao lado de vocês?
A parceria com a Feeling Music deixou a gente muito feliz. Foi algo que pensamos e estudamos por bastante tempo e hoje sentimos que foi a escolha certa.
Ter profissionais atuando no planejamento, marketing, empresariamento artístico e comercial faz toda a diferença. Estamos preparados e animados para essa nova fase. Queremos entregar muita música boa pro povo e levar nossa verdade cada vez mais longe.
Vocês sonham com feats dentro do sertanejo. Mas e fora do gênero? Quem seria um feat dos sonhos?
A gente tem vários ídolos fora do sertanejo, e seria incrível gravar com alguns deles. Ferrugem, Thiaguinho, Seu Jorge ou até o Péricles… todos têm uma musicalidade absurda e uma verdade artística que a gente admira muito.
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