Diogo Tarré integra o elenco de Guerreiros do Sol e celebra nova fase na carreira

Luca Moreira
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Diogo Tarré (Bernardo Riley)
Diogo Tarré (Bernardo Riley)

O ator carioca Diogo Tarré, de 25 anos, foi escalado para a nova novela exclusiva do Globoplay, Guerreiros do Sol. Dirigida por Rogério Gomes e João Gomez, e escrita por George Moura e Sérgio Goldenberg, a trama é ambientada nos anos 1920 e 1930, inspirada na história de Lampião e Maria Bonita. Na produção, Diogo interpretará Romualdo, filho de Heleno e Linete, vividos por Tuca Andrada e Mayana Neiva, e irmão de Maura, personagem de Heloísa Honein.

Você começou sua trajetória artística ainda criança, aos seis anos, no teatro, e já acumulou uma bagagem impressionante de trabalhos na TV, teatro e cinema. Olhando para essa jornada, o que você acredita que o teatro te ensinou sobre atuação que você ainda leva para os sets de gravação hoje?

Estudar teatro certamente é insubstituível para qualquer ator, mas eu também costumo sempre dizer que os seus benefícios são importantes para qualquer âmbito profissional que a pessoa deseja seguir. Eu destacaria a disciplina no ofício que você desenvolve ao longo dos anos e a escuta ativa, estando completamente imerso no momento presente das cenas. A experiência que se ganha no teatro com a improvisação, nos deixa sempre preparados para qualquer imprevisto no set. Quem vem do teatro entra no set de gravação de outra forma.

Em “Guerreiros do Sol”, você interpreta Romualdo, um personagem que exigiu uma imersão na cultura e na linguagem do sertão das décadas de 1920 e 1930. Como foi o processo de preparação para esse papel? Houve algum momento em que você sentiu que finalmente “encontrou” o Romualdo em você?

Estudar sobre o sertão de Lampião e Maria Bonita foi essencial para desenvolver e interpretar o Romualdo e, aos poucos, conseguir trazê-lo para perto de mim. O sotaque e oralidade totalmente diferentes foi uma experiência diferente. Então, o mergulho nas aulas de prosódia da Íris Gomes foi fundamental, tivemos um intensivo, tanto individual, quanto com a família da trama reunida. Como houve um grande hiato entre ter passado no teste e o “gravando”, eu aproveitei desse tempo para buscar referências na dramaturgia e na literatura para afinar a personagem. A Andrea Cavalcanti também nos auxiliou nessa preparação de estabelecer um elo entre pai, mãe, filhos e irmãos já mais perto das gravações. Acredito que esse momento de “encontrar” o Romualdo só vem de fato quando você veste o figurino e adentra a cidade cenográfica, porque aí sim tudo está no seu devido lugar.

Contracenar com atores experientes como Tuca Andrada e Mayana Neiva, além de dividir cenas com Isadora Cruz, deve ter sido um desafio e tanto. O que você aprendeu com esses colegas durante as gravações de “Guerreiros do Sol”?

É sempre valioso aprender com a experiência dos atores com quem contraceno, um bom observador treina seu olhar para buscar absorver um pouco de cada um, atento aos aspectos positivos para poder se espelhar. No caso do Tuca, nós já tínhamos trabalhado juntos em Malhação Casa Cheia em 2013, então já tinha uma liberdade maior ao pedir certos conselhos e dicas em algumas cenas específicas, e ele estava sempre disposto a ajudar. Lembro de conversar sobre plano de carreira com a Mayana, ela me marcou com “TiTiTi” em 2010. Por fim, a concentração da Isadora no set de filmagem é invejável, sempre muito solícita.

Você comentou sobre a diferença entre atuar no teatro e na TV — no teatro, você tem o contato direto com o público e a possibilidade de corrigir no palco, enquanto na TV existe o recurso da edição. Você tem uma preferência entre os dois formatos? Existe algo que só o teatro ou só a TV conseguem te proporcionar como artista?

Hoje se eu tivesse que escolher, optaria pela TV, mas tenho o sonho de fazer turnê com uma peça, certamente é gratificante.

Sua paixão pela atuação ficou evidente desde cedo, mas você também se formou em Publicidade e Marketing na PUC-Rio. Como essa formação influenciou sua visão sobre a carreira artística e o mercado de entretenimento?

Apesar de carreiras distintas, tenho certeza que ambas também podem andar lado a lado e se complementarem. No mercado de trabalho atual, com a influência das redes sociais e a popularização da atuação, hoje, o ator, ao trabalhar a sua imagem, se tornou seu próprio diretor criativo, produtor, influenciando seu público com marketing pessoal.

Você já trabalhou com diretores renomados e fez parte de projetos importantes, como “Malhação”, “Dois Irmãos” e “Travessia”. Existe alguma cena ou experiência específica nesses trabalhos que te marcou profundamente como ator e que você leva consigo até hoje?

Assim que voltei de uma temporada em Los Angeles, estudando na New York Film Academy, fui aprovado para a série “Dois Irmãos”. Eu tinha 15 anos e estava sedento por algo novo e me deparei com a direção de Luiz Fernando Carvalho. O modo como ele dirige o set, correspondeu a tudo que eu já tinha lido sobre ele. O cara é diferente.

Em “Guerreiros do Sol”, você interpreta um personagem que faz parte de uma trama familiar intensa e cheia de camadas. Como foi construir essa relação de família com o elenco? Houve alguma dinâmica ou ensaio que ajudou a criar essa conexão?

Tivemos um entrosamento imediato, tudo fluiu muito bem! Nos reunimos duas ou três vezes online mas só fomos nos ver pessoalmente no dia da primeira gravação.

Você mencionou ser fã das obras de George Moura e Sérgio Goldenberg. Agora que você está trabalhando em um projeto deles, como está sendo essa experiência? Sentiu alguma pressão ou isso acabou sendo uma motivação extra para dar o seu melhor em cena?

Com certeza foi estimulante, mas independente do autor da obra, o ator vai sempre buscar uma motivação em algo. Seja trabalhando com alguém que você admira ou simplesmente por estar fazendo aquilo que ama.

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